por Cleudimar Ferreira
O
fazer teatral em Cajazeiras, tem dado o que falar depois da efêmera e
transitória ascensão da atividade amadora para o profissionalismo. Isso não é
fake, mas um fato que vem ocorrendo com o tempo e com os últimos impulsos positivos
dessa atividade em nossa cidade, o qual projetou partes de seus atores para o
estrelato nacional. Porém, é imperativo lembrar, que a latente pulsação provocativa
desse bom momento, sempre foi uma constante nos seus segmentos artísticos,
sejam eles com visibilidade no presente ou passado.
Por
conta disso, a cidade viu surgir nomes que a partir dos seus esforços, se
transformaram em verdadeiras emblemas representativas da arte cajazeirense. Faça-se
em que atividade artística fosse, esses nomes estiveram à frente, desenvolvendo
suas práticas sensitivas ligadas as artes, principalmente a de maior popularidade e volume produtivo, a
linguagem cênica.
O gosto
do nosso povo por cultura; a sensibilidade que trazemos por convicção; a
atração que provocamos naqueles que nos visitam e, por afinidade, ficaram em
nosso espaço de convivência, tem transformado Cajazeiras num celeiro cultural, com
destaque na produção artística e suas linguagens, com ênfase as artes cênicas e
seus múltiplos gêneros.
Nessa
afeição atemporal, evidenciaram em momentos remotos, nomes históricos como os
de Íracles Brocos Pires, Lacy Nogueira, Eliezer Rolim e Hildebrando Assis.
Todos in memoriam, mas que deixaram um legado de positividade, ao lançarem na
dramaturgia cajazeirense, uma transitoriedade que tem se confirmado na passagem
do teatro clássico de Hildebrando Assis e Íracles, para o moderno de Ubiratan
di Assis ou o contemporâneo de Eliezer Rolim.
Por esse intervalo, o nome de Hildebrando Assis,
embora não muito percussivo, aparece com mais força, e não é uma surpresa. Não apenas pelo modelo de encenação que abraçou e colocou em prática no seu tempo, mas por sua história de envolvimento com as artes e pelo comprometimento com a política cultural em Cajazeiras.
Diz a
oralidade cajazeirense e os escritos publicados sobre Hildebrando Assis, que ele veio
antes de Íracles Pires e, foi o responsável pela formação do TAC - Teatro de Amadores
de Cajazeiras. Diz também as bocas mais remota evolvidas com a prática teatral na cidade, que Hildebrando, passou a marca TAC para Íracles. Que conduziu a direção do
movimento cênica no município, numa época - a década de 50, onde tudo era mais
difícil nessa área.
Provavelmente os costumes sociais desse tempo eram desfavoráveis a prática teatral.
Preconceitos, faltas de espaços e palcos adequados; carência de recursos financeiros
e o fator amadorismo, que influenciava bastante no resultado da performance técnico
das montagens das peças, se constituía como os principais entraves a produção
das artes cênicas.
Mesmo
não sendo um cajazeirense da gema - mas natural de São José de Piranhas,
Hildebrando Assis foi acima de tudo, um defensor obstinado das demandas culturais de
Cajazeiras e da região sertaneja paraibana. Sua paixão, especificamente por
essa linguagem da arte, o fez se tornar na sua época um dos maiores teatrólogos
em evidência, tanto quanto foi Íracles Pires e os que vieram depois, como foi
os casos de Geraldo Ludgero, Ubiratan di Assis e Tarcísio Siqueira.
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Um bom texto em que expõe um pouco da história de Hildebrando Assis
ResponderExcluirHildebrando Assis, deu, de fato, sua contribuição para o teatro de Cajazeiras.
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