quinta-feira, 18 de julho de 2024

Cine Açude Grande - Festival de Cinema de Cajazeiras. Filmes Selecionados


Alô, Alô, Cinéfilos do mormaço. Preparem suas visionárias ilusões para uma experiência única no sertão. Está em movimento, chegando para colorir do inverno em Cajazeiras o V Cine Açude Grande - Festival de Cinema. O evento, acontecerá entre os dias 20 e 21 de agosto e 05 e 07 de setembro e, terá como grande homenageada, a atriz paraibana de teatro e cinema Zezita Matos.
Esse ano, junto com a programação de agosto, será desenvolvida a primeira edição do Lab Açude Grande de Roteiro, uma oficina onde os participantes terão a chance de explorar o processo criativo que envolve a construção de um roteiro. Uma oportunidade para aqueles que tem uma boa história para contar e experimentar a prática de ser um roteirista. 
Segundo os organizadores do festival, mais 400 filmes foram inscritos. Por conseguinte, segue a programação visual com filmes cuidadosamente analisados e selecionados, que irão brilhar nas telas das mostras competitivas. Portando, não perca a oportunidade de viver a sétima arte e, também, a de celebrar o cinema paraibano.  


OFICINAS
- laboratório açude grande de roteiro (Bruno Soares e Edmilson Junior) 
- oficina atuação para audiovisual (Daniel Porpino)

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sábado, 13 de julho de 2024

O ATOR BUDA LIRA SERÁ HOMENAGEADO NO VI FESTISSAURO, EM SOUSA

por Cleudimar Ferreira


Nesse ano de 2024 o VI FESTISSAURO - Festival de Cinema do Vale dos Dinossauros, importante evento do audiovisual sertanejo, realizado anualmente na cidade de Sousa, prestará homenagem a Ronaldo Lira, ou simplesmente Buda Lira - como é conhecido. O ator e produtor cultural Buda Lira é natural do município de Uiraúna, no Sertão paraibano e foi um dos fundadores do Projeto Folia de Rua em João Pessoa.

Buda Lira viveu sua infância e adolescência em Cajazeiras. Em nossa cidade, ainda muito jovem, nos anos 70, começou a ingressar nas atividades das artes cênicas. Engajado no intensivo movimento que a cidade apresentava na atividade teatral, ele teve a oportunidade de trabalhar com grupos amadores, mantendo uma forte atuação na vida cultural da cidade. 

Tempos depois, mudou-se para a capital João Pessoa, onde continuou trabalhando no teatro amador, participando dos eventos de organização do setor cultural, tanto no município de João Pessoa quanto a nível estadual, tendo como referência desse momento a sua atuação no NTU - Núcleo de Teatro Universitário, órgão ligado a UFPB, onde chegou a ser presidente da Federação Paraibana de Teatro Amador (FPTA), indo mais além, sagrando-se membro da Confederação Nacional de Teatro Amador (CONFENATA).

Em 1989, tornou-se um dos criadores do CAFUÇU - Bloco Carnavalesco, que adotou como emblema do carnaval popular de rua, a irreverência dos figurinos bregas e acessórios exagerados, extravagantes, para levar a animação ao pré-carnaval pessoense. Depois, participou da fundação do projeto Folia de Rua, iniciativa que veio reunir os blocos pré-carnavalescos da capital paraibana.

Como ator, teve atuação marcante em grandes montagens do teatro paraibano. A título de exemplo, foi a sua presença no elenco da peça teatral "Papa Rabo", espetáculo dirigido por Fernando Teixera, em 1982, além da sua participação em destacados filmes do cinema nacional, como os filmes Aquarius (que concorreu à Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2016) e, mais recentemente, Bacurau (que conquistou o Prêmio do Júri em Cannes, em 2019, tornando-se o segundo filme brasileiro da história a ser premiado no certame geral, depois de O Pagador de Promessas). 

Com todo esse perfil, a homenagem que o FESTISSAURO agraciará ao ator Buda Lira, ficará pequena, dado a grandiosidade do seu legado até aqui na dramaturgia da Paraíba, bem como, a sua genialidade e talento. Atributos desse ator, que é mais cajazeirense do que cajazeirado; que tanto vem contribuído para o enriquecimento do nosso cinema paraibano, nordestino e brasileiro.

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segunda-feira, 8 de julho de 2024

TEATRO ICA: um espaço livre e democrático para a arte e cultura de Cajazeiras.

por Francisco Ernandes



Quero iniciar este comentário, fazendo uma citação ao Filósofo, crítico e autor teatral, Jean-Poul Sartre, que no ano de 1945, apresentou para o mundo uma das suas mais importantes frases:

"O inferno são os outros", por coincidência ou por obra das divindades, a informação consta em uma peça de teatro assinada pelo escritor francês, intitulada "entre quatro paredes", em que três personagens eram condenados a passar a eternidade no inferno, fazendo companhia uns aos outros.

O que tem isso haver com a nossa querida casa de espetáculos, o Teatro Ica?

Então vejamos, a poucos dias atrás, houve uma mudança de direção naquele espaço, promovida pela FUNESC/Governo do Estado da Paraíba, a quem o teatro Ica pertence, onde foi empossada, a produtora cultural Isabel Nonato, esposa do artista Raimundo Nonato, proprietário do Rancho Sem Portas, no Sítio Xique-Xique, município de Cajazeiras, onde desenvolve importantes eventos artísticos e culturais.

Eu venho acompanhando através das redes sociais e rádios de Cajazeiras, uma polêmica desnecessária e estéril protagonizada pelo coreógrafo e coordenador do Grupo de Danças de Rua, Joel Santana, meu amigo-pessoal, mas entendo que a sua reivindicação não tem menor sentido, por se tratar de querer ensaiar no hall do teatro Ica, sendo ali uma área destinada a exposições de artes, recepção, entrada e saída de pessoas, entre outras finalidades.

Sei também que existe no Teatro Ica uma sala de dança, dotada de espelhos, climatizada com capacidade para até 30 pessoas praticarem os seus ensaios.

Li o documento encaminhado pela nova diretora, explicando para Joel Santana, toda essa situação, inclusive com o aval da FUNESC, em respeito ao regulamento do funcionamento do Teatro Ica.

Voltando ao início do comentário, sobre a célebre frase do filósofo, "o inferno são os outros", devo dizer, pela longa vida dedicada ao teatro, que já fui pedra e vitrine, hoje penso muito antes de falar ou fazer alguma coisa, por mais simples que ela seja, pra depois não ter que engolir no seco...

Hoje quem dirige o nosso Teatro Ica é a produtora cultural Isabel Nonato, ontem foram tantos outros, a exemplo de Ubiratan de Assis, Jocélio Amaro, Rivelino Martins, Eu, Junior Terra, Beethoven Dantas, Orlando Maia, Osvaldo Moésia e amanhã poderá ser você Joel Santana, portanto o que precisamos nesse momento crucial, onde tudo se leva para o campo politiqueiro, é receber a nossa nova Diretora, ou Gerente Operacional do Teatro Ica e dar as boas-vindas, construir com ela novos caminhos e propostas para um bom fomento naquele espaço de todas as artes e de todos, todas e todos nós. Tenho dito!

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fonte: postagem publicada no facebook de Francisco Ernandes. https://www.facebook.com/Hernandezteatro

segunda-feira, 1 de julho de 2024

Mais uma vez, o pão de Saóra é lembrado em postagem na internet

por Cleudimar Ferreira

As imagens (remotas), autênticas, mostra como tudo começou

As fotos que ilustra esse texto, revela como foram os primórdios; o antes e o depois, da panificação em Cajazeiras. O que marcou o pioneirismo dessa atividade na cidade, a importância da destacada chegada, em 1947, de Severino Cabral dos Santos (1918-2004) - seu Saóra, como era chamado, como era conhecido por todos do seu convívio social.

Saóra era natural do município de Teixeira, região sul da Paraíba e, havia começado a trabalhar como padeiro, aos 9 anos, nas padeiras da cidade de Patos, no sertão paraibano. E foi em Patos, de padaria em padaria, que Saóra adquiriu experiência, até chegar a desenvolver uma forma diferente de preparar a massa para fabricação do pão, que mais tarde se tornaria famoso em Cajazeiras.

Isso mesmo! Com sua migração para Cajazeiras, em 1947, talvez nem imaginasse que o seu preparo, se tornasse um sucesso no paladar dos habitantes cajazeirenses, a ponto de atravessar o tempo, passando de gerações em gerações, até chegar à mesa dos consumidores atuais.

A família conta que seu Saóra, ao chegar em Cajazeiras, passou a compartilhar com os padeiros da cidade, dicas e sua experiência na fabricação do pão. “Ele foi ensinar aos padeiros como fazia a fermentação; a trabalhar a massa. Ele levou todo um conhecimento consigo e disseminou, menos a receita do pão dele, risos... Em um mês, ele já conseguiu montar a padaria dele, que chamava de gangorra - nome dado as padarias pequenas no bairro nas Capoeiras”.

A receita que fez com que o pão de Saóra se tornasse uma iguaria preferida no café dos cajazeirenses e cajazeirados, foi a simplicidade de como ele trabalhava a massa. O pão que até hoje agrada seus consumidores, é semelhante ao pão francês, porém com uma ressalva: a massa é mais densa, mais leve, livre de produtos químicos e, processo de fabricação é totalmente manual, ainda assado em forno de lenha, sem nenhum tipo de conservantes, aditivos químicos ou antimofos e outros utilizados na panificação industrial.

“Utilizamos fermento biológico em baixíssima quantidade e a massa passa por aproximadamente cinco horas de descanso para a fermentação” explicou Jana Barbosa, neta do padeiro e gerente da padaria que a família tem em João Pessoa.

Com a sua ascensão e conquista popular do paladar dos cajazeirenses, o pãozinho de Saóra, rompeu fronteiras, o que fez se tornou, em 2021, Patrimônio Cultural Imaterial da Paraíba. Agora bem mais conhecido e famoso, a marca Saóra cativou a família do padeiro a expandir a fabricação do pão em outras paragens, passando a ser fabricado também na capital do Estado - João Pessoa.

Justificando a tradição ou entendendo que a história de seu Saóra e o pão é cultural e, que cultura precisa ser preservada, em Cajazeiras, a padaria ficou sob os cuidados de José de Arimatéia Cabral - Beré e do seu filho Joab, respectivamente, filho e neto de seu Saóra; e a padaria de João Pessoa, sob a responsabilidade de Jana Cabral, também neta do padeiro e filha de José de Arimatéia Cabral - Beré.

Imagens dos dias hoje. Qualidade e sabor do pão de Saóra mantidos

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Fonte: Jana Cabral, filha de Beré e neta de Saóra