quarta-feira, 30 de agosto de 2023

O ataque de Jesuíno Brilhante a cadeia de Pombal em 1874

por: Verneck Abrantes de Sousa

 
Foto da antiga Cadeia Pública de Pombal. Acervo: Verneck Abrantes


A referência mais antiga a uma cadeia em Pombal, em construção, é de 1816, para ser concluída em julho de 1859. Um fato curioso. Jesuíno Brilhante, cangaceiro inteligente, com certa instrução educacional, foi protagonista da história, que assim, aconteceu:

Lucas, irmão de Jesuíno, acusado de ter cometido um crime foi preso na cadeia de Pombal, onde estavam mais de 50 presos da cidade e de outras vizinhanças. Como o julgamento estava demorando, Jesuíno tomou a decisão de libertar o irmão.

Conforme os autos: “Às duas horas da manhã de 19 de fevereiro de 1874, numa quinta-feira, chovendo bastante, não havendo ronda noturna, Jesuíno Brilhante, seu irmão João Alves Filho, o cunhado Joaquim Monteiro e outros, perfazendo um total de oito cangaceiros, todos montados a cavalos, atacaram de surpresa a velha cadeia, que na época era guarnecida por um cabo, onze soldados da Guarda Nacional e um da polícia.

Despertando-os a tiros, dizendo em voz alta os nomes dos primeiros atacantes, destacados como os mais importantes do bando, dando viva a Nossa Senhora, os oitos cangaceiros conseguiram dominar todos os soldados. Enquanto isso, os presos acendiam velas e lamparinas para iluminar as celas.

Os cangaceiros se apoderaram das armas e munições, distribuiriam com presos que, aos poucos, iam ganhando liberdade e ajudando no ataque. Arrebentaram cadeados, fechaduras, dobradiças, grades e saleiras com pedras, machados e outros instrumentos. Foi um verdadeiro “levante”, na maior algazarra.

Depois se retiraram montados a cavalos, gritando pelas ruas, quando já se tinham evadido 42 presos de justiça, ficando 12 que não quiseram fugir. Os fugitivos tomaram rumos diversos, não constando nos autos a captura de um só criminoso”.

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