por Reudesman Lopes Ferreira
Sempre fui
um apaixonado pelas coisas de Cajazeiras, entenda, pela sua história, pela sua
memória. Sou daqueles que não perde uma comemoração que diga respeito à terra
do Padre Rolim. Pois bem, como tal, vivia me perguntando a causa pela qual a
terra da cultura não possuir o seu Museu, aquele local onde cajazeirenses,
cajazeirados e visitantes, pudessem observar a grandeza da nossa terra através
da história em documentos, fotos e outros.
Queria
entender o que determinava que cidades de um porte bem menor que o nosso
tivesse constituído o seu Museu e a nossa cidade, não. Ao tempo que vivia
cobrando das nossas autoridades e de pessoas influentes na sociedade local,
também começava a sonhar em que o Museu de Cajazeiras era apenas uma questão de
tempo já que estávamos focados neste trabalho com a realização de reuniões lá
na Câmara Municipal de Cajazeiras com os “interessados”.
Só que
depois de vários destes encontros senti que a coisa não caminharia para um
final feliz, muita conversa, nenhuma ação. No dia 15 de agosto de 2015,
estávamos lançando o livro História do Futebol de Cajazeiras, um trabalho de 12
anos de pesquisa, encontros, entrevistas e tudo aquilo que uma obra de 686
páginas pode propiciar. Passado este momento e já com o livro sendo considerado
pelos críticos como um sucesso, ao começar a organizar meu cantinho de estudo e
de escritas, me deparei com um maravilhoso acervo do futebol de Cajazeiras,
naquele momento veio aquele estalo: “Tenho um Museu do Futebol de Cajazeiras em
minha casa”.
Começava então
a minha peregrinação, isso sem contar nada a ninguém, em locais da cidade onde
poderíamos instalar o Museu do Futebol de Cajazeiras. Visitei muitos locais,
não falava absolutamente nada, o tempo passando e, não via onde instalar o
Museu. Já desacreditado e achando que tudo não passara de ilusão de um
apaixonado, eis que nos aparece a oportunidade, o local, o belo Casarão dos
Sobreiras.
Assim, no
dia 21 de agosto de 2018, estávamos fundando e instalando o Museu do Futebol de
Cajazeiras e a sua primeira exposição pública tratou de uma mostra da história
da fundação do Atlético Cajazeirense de Desportos que neste mesmo ano, estava
completando 70 anos desde a sua fundação acontecida no ano de 1948.
Lembro que
usamos apenas três salas para contar a história atleticana. Com a casa lotada o
evento foi um sucesso, aqueles que estiveram presentes ao acontecimento nos
deram muito apoio e com isso motivação total para o trabalho que viria a
seguir, ou seja, começar a implantar verdadeiramente o nosso Museu.
Neste próximo
dia 21 de agosto de 2023, estaremos completando cinco anos da sua fundação,
afirmo que apenas iniciamos o processo que decerto nos levará a vê-lo como
exemplo aqui no nosso sertão nordestino e, porque não afirmar, no Nordeste.
As
dificuldades são imensas, afinal, a cultura não é vista e colocada como uma
prioridade e as vezes me vejo “perdido” neste emaranhado de incertezas. Mas, as
dificuldades existem para serem transpostas, aprendi isso com minha mãe
Nazareth Lopes pela sua garra e força de vontade quando desejava alcançar algo.
O fato é
que hoje, mesmo desativado e escondido em minha residência, o Museu do Futebol
de Cajazeiras já é uma realidade e, digo mais, se ele já é visto como exemplo,
imagine se tivéssemos o apoio que merecemos ter da terra da cultura. Como
falei, nada nos impede de lutar e estamos lutando, os sonhos são muitos, mas,
um passo de cada vez.
E o que
temos para mostrar aos cajazeirenses, cajazeirados e visitantes? Diria que uma
história de Cajazeiras e do seu futebol. O Museu do Futebol de Cajazeiras
ocupou quase que totalmente o Casarão dos Sobreiras, mas, bem que poderíamos e
temos material que poderíamos usar todos os seus espaços.
Enquanto
estivemos naquele local, chegamos a ocupar sete espaços: o corredor central;
uma sala do Atlético Cajazeirense de Desportos onde poderíamos ver o primeiro
troféu conquistado pelo clube, fotos e camisas históricas; uma sala de troféus,
nesta mostramos o primeiro troféu conquistado pelo futebol cajazeirense em
1938; uma sala de camisas, com as camisas dos principais clubes do futebol
amador; um salão e nele tínhamos o Memorial: Perpétuo Correia Lima, bem como,
uma homenagem ao jogador Renato Cajá com fotos que mostravam a sua trajetória,
galeria de fotografias dos clubes profissionais, e as mesas com documentos
históricos do nosso futebol; uma sala com a história do Paraíba Esporte Clube e
nela camisas de clubes e de jogadores que estiveram em Cajazeiras, nesta sala
uma camisa do craque Zico autografada pelo jogador e oferecida a Cajazeiras.
Ainda
teríamos para expor: A história da imprensa esportiva; do futebol
infanto-juvenil; as fotografias dos nossos jogadores; a história dos nossos
árbitros, não expomos pela falta de recursos e, também de espaços onde
pudéssemos fazer essa exposição.
Nada a lamentar, só nos resta comemorar e dizer aos quatro cantos do mundo que Cajazeiras a terra da cultura tem sim o seu museu, desativado ou não o Museu do Futebol de Cajazeiras existe.
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fonte: https://www.diariodosertao.com.br/ /coluna de Reudesman Lopes Ferreira
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