por: Dida Fialho
Câmara
Cascudo, profundo estudioso e conhecedor de nossa cultura popular, afirmava que
São João, era um santo de alta mora.
Mas, continua o duro Cascudo afirmando que o Santo foi intolerante e intransigente, por isso que dorme tanto durante o dia inteiro nas comemorações a ele dedicadas.
São João chegava a pregar que se descesse a terra, tudo se acabaria em fogo.
‘Vige” Nossa Senhora, já tá de bom tamanho às fogueiras pegando fogo encarnadas de brasas.
Então: imaginem o que o santo dorminhoco acharia hoje em dia, onde as tradições juninas perderam a originalidade e a batida da zabumba, o fole da sanfona com o ritmo agudo do triângulo entrarem para a “modernidade” sem participar dos contratos milionários dos sertanejos da moda.
Com toda essa estrutura acontecendo, constatamos uma triste realidade chagando a ser de certa forma violência contra os artistas locais, chamados de: “artistas da terra”, prata da casa que deixam de brilhar, pois da festa em seu próprio terreiro.
Os artistas descartados sofrem muito com o descaso deixando em vazio, uma vez que a sanfona fica com safena e, fechada sem som a voz do peito se cala.
Será necessário criarmos cotas para atender as demandas para nossos artistas populares participarem de sua própria festa?
Seria solução discutir com os organizadores essa reparação?
Ou deixemos tudo como vem acontecendo com as cartas marcadas em um jogo viciado e excludente?
Não podemos cochilar e nem achar que só em olhar para o céu com o amor, se afirma a beleza de uma festa.
O calor aconchegante da fogueira está estalando no São João, o fogo que arde o milho, a pamonha, a canjica, e todo o arraiá colorido na chita ao som do ciado da chinela no chão e na originalidade saborosa do pé de moleque que é gostoso o ano inteiro.
Restando apenas lembrar ao leitor que sinto saudades dos ranchos de Anchieta Maia, ornamentados nas imagens guardadas em mim e que fizeram tanto sucesso.
Lá está registrada, a música, os estampidos dos fogos, os sabores quentes e frios com seus cheiros genuínos.
Com força cultural, a festa junina envolve os nordestinos construtores deste país continental brasileiro.
Salve o São João e seu carneirinho, que comemoramos dia 24 de junho, dia que também é o aniversário de minha inesquecível, em memória mãe.
Francisca Fialho da Silveira (Duda)
Mas, continua o duro Cascudo afirmando que o Santo foi intolerante e intransigente, por isso que dorme tanto durante o dia inteiro nas comemorações a ele dedicadas.
São João chegava a pregar que se descesse a terra, tudo se acabaria em fogo.
‘Vige” Nossa Senhora, já tá de bom tamanho às fogueiras pegando fogo encarnadas de brasas.
Então: imaginem o que o santo dorminhoco acharia hoje em dia, onde as tradições juninas perderam a originalidade e a batida da zabumba, o fole da sanfona com o ritmo agudo do triângulo entrarem para a “modernidade” sem participar dos contratos milionários dos sertanejos da moda.
Com toda essa estrutura acontecendo, constatamos uma triste realidade chagando a ser de certa forma violência contra os artistas locais, chamados de: “artistas da terra”, prata da casa que deixam de brilhar, pois da festa em seu próprio terreiro.
Os artistas descartados sofrem muito com o descaso deixando em vazio, uma vez que a sanfona fica com safena e, fechada sem som a voz do peito se cala.
Será necessário criarmos cotas para atender as demandas para nossos artistas populares participarem de sua própria festa?
Seria solução discutir com os organizadores essa reparação?
Ou deixemos tudo como vem acontecendo com as cartas marcadas em um jogo viciado e excludente?
Não podemos cochilar e nem achar que só em olhar para o céu com o amor, se afirma a beleza de uma festa.
O calor aconchegante da fogueira está estalando no São João, o fogo que arde o milho, a pamonha, a canjica, e todo o arraiá colorido na chita ao som do ciado da chinela no chão e na originalidade saborosa do pé de moleque que é gostoso o ano inteiro.
Restando apenas lembrar ao leitor que sinto saudades dos ranchos de Anchieta Maia, ornamentados nas imagens guardadas em mim e que fizeram tanto sucesso.
Lá está registrada, a música, os estampidos dos fogos, os sabores quentes e frios com seus cheiros genuínos.
Com força cultural, a festa junina envolve os nordestinos construtores deste país continental brasileiro.
Salve o São João e seu carneirinho, que comemoramos dia 24 de junho, dia que também é o aniversário de minha inesquecível, em memória mãe.
Francisca Fialho da Silveira (Duda)
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Dida Fialho é músico, cantor e compositor residente em João Pessoa.
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