por: Fabricia Oliveira
Cajazeiras
O Cine Éden teve a presença marcante do gênero pornochanchada na
exibição de filmes nacionais. Com o passar dos anos várias mudanças ocorreram
na estrutura física e mesmo com as medidas que foram implementadas e
estratégias utilizadas para se conseguir manter o cinema em funcionamento veio
o declínio e processo de fechamento.
O Cine Teatro Apolo XI era parte do complexo de comunicação, instalado
pela diocese de Cajazeiras. O complexo era formado por uma emissora de rádio –
a Radio Alto Piranhas, ainda em atividade; um cinema teatro – o Cine Teatro
Apolo XI. O espaço destinado ao cinema era moderno para os padrões da época,
formado pelo hall, pequenas rampas que davam acesso ao auditório térreo e uma
escada que dava acesso ao pavimento superior, onde ficavam os camarotes e a
cabine de projeção.
Patos
No ano de 1934, o Cine Eldorado foi incorporado ao cotidiano de Patos. Funcionou de 1934 a 1946 no prédio que se localizava na rua Grande. Com o Eldorado, o imaginário do mundo moderno, foi cada vez mais penetrando no cenário tradicional da cidade. O Cine Eldorado foi ponto de encontro da juventude patoense, onde foram exibidos filmes como O ébrio, E o vento levou, Casablanca, entre outros clássicos. Os jovens sempre arranjavam um jeitinho de ir ao cinema e lá assistiam os romances cinematográficos, mas também viviam os seus.
Fundados em sua maioria nos anos 1930, tendo seu apogeu entre as décadas
de 1950 e 1960 e entrando num período de decadência a partir dos anos 1980, os
cinemas do bairro de João Pessoa eram pequenos espaços com lotação que variava
entre 250 e 300 lugares.
O primeiro cinema de rua funcionou no Ponto de Cem Réis e chamava-se
Pathe. À época, João Pessoa era uma cidade com apenas 30 mil habitantes,
concentrada praticamente na parte baixa do Centro.
Em 1911 os italianos Rattacazzo e Cozza instalaram o Cine Rio Branco, no Ponto de Cem Réis. O Cine Jaguaribe pertenceu a Svendsen e depois a Cia Exibidora de Filmes SA, de Luciano Wanderley, foi a primeira sala de cinema de bairro da cidade, fundada em 16 de dezembro de 1932. O Cine Felipéia, inaugurado em 1935, funcionou na Rua da República. Pertencia à Cia exibidora de Filmes SA. Fechou na década de 1960.
Em 1962, a cidade contou com a maior quantidade de cinemas em funcionamento:
14. Havia, então, dois tipos de cinemas: os chamados lançadores, na parte
central da cidade, e os dos bairros. O bairro que teve a maior concentração de
cinemas foi Jaguaribe, com quatro, e a Rua da República, com três.
Ainda existiram os cinemas Glória, Astória, Brasil, Metrópole, Rex,
Santa Catarina, Santo Antonio, São José, Plaza, São Pedro e São Luiz. Os filmes
que mais atraíram público nas décadas de 1960/70 foram O Exorcista, Candelabro
Italiano, Tubarão, Lagoa Azul, Os Dez Mandamentos e Bem-Hur, todos exibidos em
cinemas do centro, como o REX, Municipal e Plaza.
Campina Grande
O cinema em Campina Grande surgiu com a inauguração do Cine Brazil, em
1909 no bairro das Boninas. Em sequência, surge em 1910 o Cine Popular, e por
aí foram surgindo mais salas como o Cine Apollo e o Cine Fox, em 1912 e 1918,
respectivamente. E mais a frente surgem o Cine São José, o Capitólio e o Cine
Babilônia, fazendo a cidade ser parte das principais rotas de exibição de grandes
filmes nacionais e internacionais.
Em 1934 o Cine-Theatro Capitólio abriu como portas para espectadores da
elite de Campina Grande encerrando com os experimentos dos cines Apollo e Fox.
Pouco depois, viria o concorrente Cine Babilônia, inaugurado em 1939 e o Cine
São José, em 1949, que ganharia fama por seus preços mais baratos.
O Cine São José encerrou suas atividades no final da década de 1970. O
pomposo Cine-Theatro Capitólio sucumbiu em 1999, igualmente exibindo pornô em
seus últimos anos.
A falência do Babilônia veio logo depois, em 2000, transformado anos
depois em shopping center. Dentre os prédios, apenas o Cine São José mantém a
fachada original, apesar de abandonado durante mais de três décadas.
Guarabira
A sétima arte chegou ao município no final da década de 20, a partir da
instalação do “Cinema Independência” por Sindô Trigueiro. Naquela época eram
exibidas sessões de cinema mudo, pois o progresso ainda não havia chegado à
região.
Somente na década de 30 é que o cinema em Guarabira ganha maior intensidade. Na mesma época, o diretor do cinema decidiu mudar o nome da casa para “Cinema João Pessoa”, em homenagem ao mártir da ‘Revolução de 30’. Posteriormente, em 1933, houve a compra de todo maquinário que até então era alugado pela viúva de Sindô Trigueiro, precursor do cinema em Guarabira.
Novamente, o proprietário do cinema resolve mudar o nome do local para
“Cinema Guarany”, onde ocorreu a primeira exibição de um filme nacional, ainda
em 1933. Como ainda não havia rádio no município, a propaganda dos filmes era
feita por meio de cartazes e anúncios públicos.
Já bastante prestigiado em Guarabira, em 16 de agosto de 1935 o cinema
teve uma ascensão ainda maior com a chegada do cinema falado. O primeiro filme
falado exibido foi “Sombra da Noite”.
Ainda nos tempos passados, a cidade de Guarabira teve mais alguns
cinemas, três deles fez muito sucesso. O Cine São Luiz foi inaugurado na década
de 50. Atualmente o prédio ainda existe. Depois dele, foi a vez do Cine São
José, inaugurado por volta dos anos 60. Hoje o prédio continua bastante
preservado. Por fim, o último cinema a ser inaugurado na cidade foi o Cine
Moderno, por volta dos anos 70. O prédio continua de pé.
Informações dão conta de que a falta de incentivos por parte do poder
público fez com que esses equipamentos culturais fossem fechados. Atualmente
para ter acesso à sétima arte, os guarabirenses viajam para a capital do
Estado, onde é possível assistir às grandes produções cinematográficas.
A Queda
A decadência começou na década de 70, por diversos motivos: a chegada da
televisão, do VHS e, principalmente, o crescimento das cidades.
A especulação imobiliária começou a ocupar os espaços dos cinemas, muitos privilegiados por serem de grande porte e localizados em grandes centros, além de já serem pontos conhecidos pela população. Na mesma época houve o crescimento das igrejas evangélicas, que começaram a ver nas grandes salas espaços ideais. A maioria dos cinemas de rua se transformou em igrejas, mas alguns se tornaram sacolões, estacionamentos e outros tipos de estabelecimentos.
A falta de intervenção do poder público também é um dos principais fatores com a virada da década de 70 para a de 80 em que os cinemas começaram a migrar para os shoppings centers e ofereciam a segurança e conforto que os cinemas de rua já não estavam mais sendo capazes de oferecer. Os shoppings se tornaram um grande centro de convívio e de consumo.
fonte: polêmicaparaíba. postagem publicada em 23.05.21
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