A imagem mostra a lendária atriz Hedy Lamarr e o ator Robert Taylor, protagonistas no filme Senhora dos Trópicos, uma produção MGM de 1939/40. O filme é um romance-drama que conta a história de William Carey (Robert Taylor), um americano de passagem por Saigon, que conhece Manon (Hedy Lamarr), uma jovem bonita e misteriosa. Os dois vão viver uma história de amor, empolgante, emocionante, com um desfecho cheio de surpresa para as duas personagens.
Sobre essa fotografia, ela fazia parte do material publicitaria do filme. Geralmente fotografias iguais à essa, ficavam em exposição para os frequentadores, nas entradas dos cinemas. Antigamente quando os cinemas de rua recebiam os fardos com as latas de fitas, (que geralmente chegava envolvidos em sacos de estopa) vinham também no pacotão, além dos rolos de fitas, o certificado de indicação da censura federal; o cartaz e várias fotografias em preto e branco como essa, que mostravam algumas das cenas de destaques dos filmes que seriam exibidos.
Lembrando através dessa bela fotografia a cena vivida por Lamarr e Taylor no filme, voltei ao passado e recordei o tempo em que por paixão ao cinema, fui voluntário nos dois tradicionais cinemas de Cajazeiras: o Cine Teatro Apolo XI e o Cine Teatro Pax. Nos dois eu sempre acompanhava e ajudava um parente meu, de nome Cícero Alves, funcionário desses cinemas - dos três que havia na cidade, a pegar no ponto de desembarque do antigo Terminal Rodoviário Antônio Ferreira, esses fardos que chegavam do Recife pela Viação Gaivota.
Cícero, que mais tarde passou a ser conhecido na cidade como o "Cícero do Bradesco", era uma espécie de gerente dos cinemas. Entre as várias atribuições sua, estava a de ser o encarregado de fazer a divulgação dos filmes. Ou seja, de confeccionar as tabuletas com os cartazes e com essas fotos e fixar na entrada dos cinemas. Também era atribuição dele, colocar as citadas tabuletas em pontos estratégicos da cidade, onde havia maior concentração de pessoas.
Quando saíamos da rodoviária e voltava ao cinema, ao Cine Apolo XI - que era uma espécie de QG para nós; primeiro tínhamos que passar no Palácio Episcopal Diocesano, para mostrar ou avisar a Dom Zacarias que o filme havia chegado. Era um procedimento de praxe que havíamos de cumprir, pois o Bispo não perdoava e ficava até estressado se ele primeiro não visse que tipo de filme estava recebendo das distribuidoras.
Eu e Cícero e outros penetras que sempre nos acompanhava, quando chagávamos ao cinema, no momento da abertura desses fardos; ficávamos encantados com essas fotografias. Principalmente quando essas fotos mostravam cenas de lutas e aventuras dos filmes que seriam exibidos a noite nos dois cinemas do Bispo. Mais curiosos ficávamos, quando os filmes eram dos gêneros épico ou faroeste e as fotos destacavam as melhores partes desses filmes. A qualidade técnica das fotografias nos impressionava pela nitidez das imagens.
Um cajazeirense conhecido meu, me afirmou que viu "Senhora dos Trópicos" no Cine Teatro Éden. É certo, que os cinemas da cidade, tinha nas suas programações mensais, exibições de produções das décadas passadas. Ou seja, sempre era exibidos filmes dos anos 30, 40, 50. Mas não lembro ter visto esse filme em um dos três cinemas de Cajazeiras. Só vim ver depois, em VHS, quando os três já haviam fechado suas portas. O filme "Senhora dos Trópicos" é um clássico e conta uma incrível história de amor cheia de descompassos e com um desfecho emocionante. O roteiro foi escrito por Ben Hecht e a direção realizada por Jack Conway.
Crédito: Foto publicada no face book por Antal Bánhidi, no grupo social Hedy Lamarr and me.
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