Artistas como Elba Ramalho, Alcymar Monteiro
e outros continuam endossando uma campanha chamada “Devolva meu São João”, que
critica o protagonismo cada vez maior de cantores sertanejos e até de DJs nas
Festas Juninas, em vez das tradicionais apresentações de grupos e cantores de
forró. Essa polêmica fortaleceu a partir do momento que as prefeituras passaram
a privatizar as festas de São João. Priorizando fortemente os cantores e bandas
de outros gêneros musicais. Deixando, condenando, os forrozeiros tradicionais
de fora. Imiscuindo de forma ilegítima e irracional.
Ora, ora, a partir do momento que se
chancela, pela prefeitura, toda a organização e autonomia a certa empresa
produtora de eventos, esta passa a visar única e exclusivamente o lucro. E o
lucro é o artista com maior bilheteria. Pouco se lixando para a cultura
musical. Nas entrelinhas, desdenham, quando não criticam o nosso autêntico
forró.
Para ser bem sincera: é um desserviço a
intervenção mercadológica do show business com propósito de homogeneização e
controle do consumo de massa em prejuízo ao nosso bem cultural.
Foi feliz a declaração de Elba Ramalho: “É um
direito dos cantores sertanejos estarem no São João, mas a grade não pode ter
18 sertanejos e 2 forrozeiros”. Faz uma pausa, reflexivo, e completa: “Porque
não é a festa do Peão, é a festa de São João. Vejam só, esse é meu ponto de
vista. Deixem o São João para o São João”. Outro cantor Alcymar Monteiro, assim
desabafou: “As festas de São João têm um pai com nome e sobrenome, que é Luiz
Gonzaga do Nascimento. Acima disso, abaixo disso, além disso, e fora disso, não
é São João”.
Minha preocupação concentra-se com a geração
de novos artistas que vai jogar a toalha, se entregar, porque não tem apoio. Pois
os contratantes não dão oportunidade a quem não é conhecido, notadamente àquele
voltado ao estilo forró. Até quando, não sei.
E, cauteloso, pondero: salvo melhor juízo. O
problema que eu vejo está no seu formato: entregar por completo a decisão das
contratações artísticas, sem estabelecer critérios que fortaleçam os laços
culturais da região.
Mas aí é que tá. Preservar e valorizar a
cultura por meio do forró são funções do poder público. Urge a necessidade de
salvaguardar as matrizes do forró, como valor cultural.
Flávio José questionado se é prejudicado,
mesmo sendo referência, o sanfoneiro foi enfático. “Claro que sim. Hoje o que
está mandando no mercado é o modismo. A gente fica para depois”, reclama.
O forró sempre esteve no meu imaginário. Cabe
registrar que o forró traz no subconsciente dos nordestinos, lembranças das
relações humanas no campo, e o sentimento de saudade. Além de instigar a memória
deles, fazendo uma conexão das populações rurais para os centros urbanos.
Do meu tugúrio, limito-me a asseverar sempre
que o nosso Forró de Raiz ou Forró de Pé de Serra é o símbolo da alma
nordestina.
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fonte: https://www.facebook.com/photo/?fbid=3205175319704045&set=a.1405557789665816
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