sexta-feira, 19 de novembro de 2021

A GRANDE SECA DE 1877


O meu avô Antônio Ferreira de Lira - Seu Tiantonio Ferreira (como era chamado), que nasceu no Sítio Catolé, em Cajazeiras, no ano de 1901, viveu e morreu nessa mesma localidade. Portanto, já falecido. Ele me contava com detalhes quando eu era criança, dos momentos difíceis dos períodos de secas que passou, principalmente, as secas das primeiras décadas do século XX. Lendo esse texto de Joel Paviotti, transformado em postagem e divulgada pelo nosso querido professor José Maria Gurgel, em seu Facebook, lembrei muito das histórias que meu avô contava sobre esse problema climático tão presente na vida de todo nordestino. Veja na íntegra o texto de Paviotti, que é uma espécie de comentário que o mesmo faz sobre a fotografia acima.

Fotografia que circulou o mundo durante a maior seca da história da região nordeste, ocorrida em 1877 e 1878, mostra de pai e filho cearenses.

Conhecido como "A Grande Seca", o evento trágico guardou na memória dos brasileiros,  muita morte, dor e resistência do povo do Nordeste.

Na época, o fenômeno climático matou cerca de 400 mil nordestinos, quase metade da população do Ceará naquele período. Essa seca marcou a história da região e também foi responsável pela primeira grande diáspora nordestina. Cerca de 200 mil pessoas se refugiaram em outros estados.

José do Patrocínio, jornalista negro e ativista, fez com que as imagens, captadas pelo fotojornalismo fossem transformadas em uma espécie de encarte e publicadas em jornais de todo o Brasil e o mundo.

Houve comoção geral e até o Papa da época enviou mensagens de solidariedade. Após comoção, campos de concentração foram construídos e passaram a abrigar quem já estava para morrer de fome. Corpos eram abandonados diariamente nas portas das casas. Apodrecendo ao sol de 40° apenas os urubus mantinham a dieta sem fome, ao saborearem os corpos dos desvalidos.

As imagens foram feitas pelo fotojornalista

J A Corrêa. Dizem seus biógrafos que, após as captações, o jornalista nunca mais foi o mesmo.

"A Grande Seca" foi retratada em quadros, livros, filmes e séries, mas sua maior presença está nas vozes e memórias de homens e mulheres que passaram aos seus filhos e netos as dificuldades vividas durante a desgraça de 1877.

Joel Paviotti 


fonte: (Facebook) GURGEL, José Maria.

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