A CANÇÃO DAS ILUSÕES
Uma
canção que gosto demais. Ela me faz calar, ensina-me a amor e ser mais
apaixonado pelo mundo ou por tudo que é maravilhoso nele. Traz inspiração para um montão de coisas que preciso fazer e viver.
Até para sonhar o que ainda não sonhei. Certa vez eu dormi ouvindo
"Preciso aprender a só ser" e, nas alucinações das noites, numa dessas me vi num
espaço de alegria, felicidade, onde nada era real. Um lugar imaginário de
cores, luzes e vida.
Aproveitei
o máximo esse momento. Quando acordei, senti que minha cama era a mesma que
me fez adormecer no fechamento do dia e, sonhar com aquilo que eu queria para o
meu coração. Algo que estava ali, no mesmo espaço que eu vinha ocupando nas
últimas horas. O problema é que no criado mudo, o meu copo ainda úmido absintado, permanecia lá,
junto com as minhas lembranças. Com as lembranças de você, desfeitas com aquele
cheiro visceral e inquietante da sua ausência.
Não me dei conta da minha condição quase letárgica e, muito menos em que local estava os ponteiros do despertador. Apenas ouvi no canto eternizado das melódicas notas que entoava, os chacoalhes dos lençóis embriagados, embebecidos dos incensos passados, me convidando a escutar os primeiros cantos dos frientos pássaros, dando boas vinda a aurora que despontava pelas flechas da janela. Não tinha como calar meus instintivos pensamentos! Pois a música continuava tocando, mesmo a bateria do celular anunciando que a sua energia estava por um fio.
Nesse caso, esqueci a melodia e encarei a solidão como uma companhia, que embora ausente, se mostrava mais presente nos momentos de ebriedade. E percebi que a ilusão de tudo que sonhamos se completa, quando você descobre sua capacidade de sonhar. Mesmo quando você perceber que é capaz de mudar as coisas que pareciam distantes do seu mundo. Do mundo que você projetou e quer para si.
referencias da imagem acima: Menina na Janela. pintura de Salvador Dalí
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