Seu
nome representa uma legenda de dedicação, amor e carinho à causa dos pobres,
desvalidos e desamparados. Era filha de Raimundo Dantas de Oliveira e Maria
Dantas, nascida em São João do Rio do Peixe (a informação não diz a data).
Ainda
jovem resolveu se mudar para Cajazeiras, levando duas sobrinhas para servir-lhe
de companhia, morando em uma casa simples, incendiada alguns anos depois.
Toda
a sua vida foi de sacrifício e abnegação. Fazia da dor do pobre sua própria
dor. Era uma peregrina da paz até na maneira de trajar. Na rua, de vestes
humildes (longas) era encontrada, de dia ou de noite, parecendo um anjo,
percorrendo as ruas de Cajazeiras, de mãos estendidas implorando ao público ou
conduzindo trouxas e bacias com auxílio conseguido para saciar a fome e
amenizar o frio nas noites de inverno, daqueles que não tinham o que comer nem
onde morar. Era o retrato vivo da ternura e da pureza.
Seu
sonho era construir um abrigo para os pobres. Não conseguiu. Sua morte fez a
pobreza de Cajazeiras chorar. Deve ter levado n'alma a tristeza de não ver o
seu desejo realizado.
Dr.
Otacílio Jurema, médico e humanitário da cidade, num rasgo de bondade,
convidou-a para trabalhar no seu consultório, onde permaneceu por algum tempo.
A
morte leva sem distinção as pessoas. Ela se foi, deixando a imagem de santa e
um benemérito trabalho, hoje perpetuado na lembrança e na história de
Cajazeiras.
Como
reconhecimento, foi fundada em 12 de abril de 1959 (não se tem dados sobre o
decreto), em sua homenagem, a Escolinha Profissional Lica Dantas reconhecida de
utilidade pública. Até 19 de outubro de 1970 funcionou como Escola de
Artesanato, inclusive datilografia. Dada a sua importância, a Escolinha Lica
Dantas funcionou durante 11 anos, com diretorias compostas de homens probos que
ocupavam cargos de representação social e política na cidade, cuja presidência,
pela sequência, foi ocupada pelos comerciantes Donato Braga e Dirceu Marques
Galvão; Prefeito Francisco Matias Rolim; empresário Raimundo Ferreira e Dr.
Abidiel Rolim, odontólogo e político conceituado na região.
Naquela
data - 19 de outubro de 1970 - a Escolinha passou a denominar-se Grupo Escolar
Lica Dantas.
Pela
sua luta, sua bondade, não poderia deixar de figurar no livro Mulheres do
Oeste. Lica não só foi mulher, mais que isso, repito, foi santa, pois será que
existe na face da terra perfeição maior que possa marcar a vida com tanta
capacidade de amar?”
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