Era um negro analfabeto
nascido no final do século XIX, em Teixeira (Paraíba), que morreu em 1954. O
também poeta Orlando Tejo foi o grande responsável pelo registro da poesia de
Zé Limeira, cantador bom de viola, voz potente, que deixava perdidos os que ousavam
desafiá-lo, soltando palavras que não existiam em nenhum dicionário, mas que o
povo achava bonito e aplaudia. Mas não eram só palavras inexistentes que ele usava, eram situações inexistentes também,
juntando personalidades e fatos célebres que se passaram em séculos muito
diferentes. Jesus Cristo, Getúlio Vargas, Napoleão Bonaparte, Tomé de Souza e
outros vultos históricos aparecem às vezes convivendo-nos mesmos versos, às
vezes em situações absurdas, como Jesus Cristo “sentando praça na polícia”.
Orlando Tejo conheceu Zé Limeira e o ouviu pela primeira vez em 1940. Registrou seus versos e publicou o livro “Zé Limeira, poeta do absurdo”, cuja última edição, se não me engano, é do ano 2000. É possível encontrar esse livro em sebos, e quem tiver oportunidade não deve perder: adquira que vale a pena. Aliás, uma lembrança: muita gente acha que Zé Limeira não existiu que é uma lenda criada por Orlando Tejo, pois não existem fotos dele.
Orlando Tejo conheceu Zé Limeira e o ouviu pela primeira vez em 1940. Registrou seus versos e publicou o livro “Zé Limeira, poeta do absurdo”, cuja última edição, se não me engano, é do ano 2000. É possível encontrar esse livro em sebos, e quem tiver oportunidade não deve perder: adquira que vale a pena. Aliás, uma lembrança: muita gente acha que Zé Limeira não existiu que é uma lenda criada por Orlando Tejo, pois não existem fotos dele.
A cidade onde
Zé Limeira nasceu Teixeira foi o principal reduto de repentistas no século XIX
e onde, segundo Tejo, a viola teria sido usada pela primeira como instrumento
de cantoria lá pelos idos de 1840. Vivente até o ano de 1954, não há registro
de sua voz. Fitas de pesquisadores que gravaram algumas de suas pelejas sumiram
ou se deterioraram.
Zé Limeira -
segundo alguns registros sobre esse que se tornou o mais mitológico dos poetas
brasileiros - chegava a andar 60 quilômetros por dia, para participar de
desafios em quase todo o Nordeste. Onde aparecia, era recebido como verdadeiro
pop star pelo povão, que virava a noite, nas festas e feiras, ouvindo e rindo
com seus versos malucos, os quais eram divulgados e preservados à base do boca
a boca.
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