domingo, 9 de fevereiro de 2020

VOCÊ LEMBRA DE PERPÉTUO?

por: Serpa di Lorenzo

       SE ESTIVESSE VIVO, PERPÉTUO FARIA       
       81 ANOS EM ABRIL PRÓXIMO.      

Ele foi considerado pelos desportistas da cidade do Padre Rolim como sendo o seu maior jogador de futebol de todos os tempos. Quem o viu jogar comenta as suas jogadas com os olhos brilhando, tamanho era o seu talento e intimidade com a pelota.

De família humilde e religiosa, Perpétuo Correia Lima nasceu no dia 02 de abril de 1939, na cidade de Cajazeiras, estudou o fundamental e começou a trabalhar logo cedo, tendo como divertimento maior tomar banho de açude e jogar bola.

Sua carreira no futebol começou no Vasco da Gama local, onde passou a ser destaque e em seguida a ser convidado a jogar em todos os clubes da cidade: no antigo Santos, Estudante, Duque de Caxias, Atlético Cajazeirense e no Botafogo local. Ele passou a ser o “Pelé” do antigo Estádio Higino Pires Ferreira.

Aquele futebol vistoso e objetivo que resultava em vitórias; passou a chamar a atenção de outros centros futebolísticos, pois “Perpétuo” chutava com os dois pés, lançava com maestria e conseguia se antecipar na jogada, demonstrando uma percepção extraordinária. Também marcava muitos gols.

A sua fama logo se espalhou pelo Nordeste, passando a receber convites e propostas para jogar longe de sua cidade natal, o que era o maior empecilho para o craque. Naquela época, quando assinava um contrato com uma agremiação da cidade de Sousa, ou Patos, ele pedia para treinar apenas na véspera do jogo e que logo após o mesmo houvesse um carro para levá-lo de volta.

Consta em sua biografia esse amor e apego a Cajazeiras, ao ponto de fugir da concentração de times grandes, como o Fortaleza e o Bahia; clubes que teriam aberto o seu caminho para jogar no sul maravilha.

Em Sousa ele jogou na Sociedade Esportiva ao lado de craques como Pelim, Zamba e Edilson. Em Patos, ele fez parte de um ataque imbatível no Nacional com  Tuca, Dissor, Lulú e Teixeirinha.

Seu talento também reinou com as camisas do Quixadá e do Sirol, times sediados em Juazeiro do Norte e Quixadá, cidades do interior cearense.  Até os dias de hoje os torcedores daquelas duas cidades recordam com saudade dos gols marcados por “Perpétuo”.

Ele tinha duas grandes e boas lembranças do futebol. A primeira foi em 1973 quando enfrentou um combinado do Guarany e do Icasa, ambos times do Ceará. Naquele dia festivo o grande Garrincha participou do amistoso. A segunda foi em 1974, quando disputou o seu primeiro e único campeonato de profissionais na Paraíba.  Nas duas oportunidades ele vestiu a camisa do extinto Botafogo de Cajazeiras.

Em 1977, o nosso craque pisou em uma linha de madeira e uma pequena ferpa entrou em seu pé. Já em sua casa, “Perpétuo” utilizou um instrumento domestico para remover a mesma. Seu sofrimento começou aí e em poucos dias faleceu vitima do tétano.

A cidade de Cajazeiras chorou a sua morte.  Em um dos conjuntos habitacionais da cidade existe a Rua Perpétuo Correia Lima, uma homenagem da Câmara Municipal local.  A nova e belíssima praça de esportes da cidade foi inaugurada no ano de 1985, e foi batizada de Estádio Perpétuo Correia Lima, “ O Perpetão”.

Perpétuo foi um profissional que escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas na belíssima historia do futebol paraibano. O livro “A História do Futebol de Cajazeiras”, escrito por Reudesman Lopes Ferreira destinou mais de dez páginas sobre a vida do craque.





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