SE ESTIVESSE VIVO, PERPÉTUO FARIA
81 ANOS EM ABRIL PRÓXIMO.
Ele
foi considerado pelos desportistas da cidade do Padre Rolim como sendo o seu
maior jogador de futebol de todos os tempos. Quem o viu jogar comenta as suas
jogadas com os olhos brilhando, tamanho era o seu talento e intimidade com a
pelota.
De família humilde e religiosa, Perpétuo Correia Lima
nasceu no dia 02 de abril de 1939, na cidade de Cajazeiras, estudou o
fundamental e começou a trabalhar logo cedo, tendo como divertimento maior
tomar banho de açude e jogar bola.
Sua carreira no futebol começou no Vasco da Gama local,
onde passou a ser destaque e em seguida a ser convidado a jogar em todos os
clubes da cidade: no antigo Santos, Estudante, Duque de Caxias, Atlético
Cajazeirense e no Botafogo local. Ele passou a ser o “Pelé” do antigo Estádio
Higino Pires Ferreira.
Aquele futebol vistoso e objetivo que resultava em
vitórias; passou a chamar a atenção de outros centros futebolísticos, pois
“Perpétuo” chutava com os dois pés, lançava com maestria e conseguia se
antecipar na jogada, demonstrando uma percepção extraordinária. Também marcava
muitos gols.
A sua fama logo se espalhou pelo Nordeste, passando a
receber convites e propostas para jogar longe de sua cidade natal, o que era o
maior empecilho para o craque. Naquela época, quando assinava um contrato com
uma agremiação da cidade de Sousa, ou Patos, ele pedia para treinar apenas na
véspera do jogo e que logo após o mesmo houvesse um carro para levá-lo de
volta.
Consta em sua biografia esse amor e apego a Cajazeiras,
ao ponto de fugir da concentração de times grandes, como o Fortaleza e o Bahia;
clubes que teriam aberto o seu caminho para jogar no sul maravilha.
Em Sousa ele jogou na Sociedade Esportiva ao lado de
craques como Pelim, Zamba e Edilson. Em Patos, ele fez parte de um ataque
imbatível no Nacional com Tuca, Dissor, Lulú e Teixeirinha.
Seu talento também reinou com as camisas do Quixadá e do
Sirol, times sediados em Juazeiro do Norte e Quixadá, cidades do interior
cearense. Até os dias de hoje os torcedores daquelas duas cidades
recordam com saudade dos gols marcados por “Perpétuo”.
Ele tinha duas grandes e boas lembranças do futebol. A
primeira foi em 1973 quando enfrentou um combinado do Guarany e do Icasa, ambos
times do Ceará. Naquele dia festivo o grande Garrincha participou do amistoso.
A segunda foi em 1974, quando disputou o seu primeiro e único campeonato de
profissionais na Paraíba. Nas duas oportunidades ele vestiu a camisa do
extinto Botafogo de Cajazeiras.
Em 1977, o nosso craque pisou em uma linha de madeira e
uma pequena ferpa entrou em seu pé. Já em sua casa, “Perpétuo” utilizou um
instrumento domestico para remover a mesma. Seu sofrimento começou aí e em
poucos dias faleceu vitima do tétano.
A cidade de Cajazeiras chorou a sua morte. Em um
dos conjuntos habitacionais da cidade existe a Rua Perpétuo Correia Lima, uma
homenagem da Câmara Municipal local. A nova e belíssima praça de esportes
da cidade foi inaugurada no ano de 1985, e foi batizada de Estádio Perpétuo
Correia Lima, “ O Perpetão”.
Perpétuo foi um profissional que escreveu o seu nome com
tintas douradas e perpétuas na belíssima historia do futebol paraibano. O livro
“A História do Futebol de Cajazeiras”, escrito por Reudesman Lopes Ferreira
destinou mais de dez páginas sobre a vida do craque.
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