Depois da reinauguração do Teatro Íracles
Pires, quando as luzes da ribalta se acenderam, não era prevista a intensa
movimentação que o mesmo iria proporcionar e os números falam mais alto: desde
a sua reabertura mais de 19 mil pessoas já assistiram mais de 60 espetáculos.
No último domingo, dia 25 de agosto, foi necessário fazer duas sessões porque o
público era maior que a capacidade do teatro.
Durante a amostra de Teatro, na semana da
cidade, o ICA recebeu um público de 3.490 pessoas. Foram oito peças teatrais, balé,
dança de rua e show musical com Juliana Levina, além da justa homenagem que foi
prestada a Thardelle Lima, por sua relevante e densa participação nos teatros e
no cinema nacional, elevando cada vez mais o nome de Cajazeiras. Houve ainda
uma premiação no valor de cinco mil reais. Vale ressaltar que todos os
espetáculos foram gratuitos.
É preciso registrar que a bela arte da I
Mostra de Teatro de Cajazeiras, teve o marcante traço do cajazeirense Marcos
Pê, que reside atualmente em Teresinha, estado do Piauí, que recebeu elogios de
todos os segmentos culturais de nossa cidade. Precisamos fazer uma exposição do
que ele vem produzindo, para que muitos cajazeirenses possam conhecer o seu
talento e valor. As artes plásticas pedem passagem.
A cidade viveu nos últimos 15 dias uma
verdadeira ebulição cultural: “Arte Agosto” na Praça Nossa Senhora de Fátima,
Festival de Dança de Rua, FENERD no Teatro Ica, Cine Açude Grande no Leblon, I
Mostra de Teatro no ICA, lançamento do livro da Academia Cajazeirense de Artes
e Letras e do Centenário de nascimento de José Rolim Guimarães, numa bela
sessão da Câmara Municipal.
Além deste banho de cultura, a cidade
presenciou um belíssimo espetáculo, quando se prestou uma apoteótica homenagem
a grande Dama do Teatro, da Poesia e da Arte de declamar, Iracles Pires. Um
grandioso desfile, tendo como cenário a Avenida Padre Rolim e a imponente
Catedral de Nossa Senhora da Piedade.
Será que produzir e tornar público a arte de
dançar, de fazer teatro, de tocar um instrumento, de lançar um livro, de ver a
arte na tela grande do cinema no Leblon, de fazer carnaval e Xamegão, de
desfilar pelas ruas gera alguma renda? Dá emprego? Dá trabalho ao povo?
Movimenta o comércio?
Para responder a estas perguntas, foi feito
um estudo sobre a “Economia da Cultura em Cajazeiras”, da lavra de Antonio
Sobreira, cujos números impressionam: em 2018, a receita do município de
Cajazeiras foi mais de 123 milhões de reais e os recursos destinados à cultura
são de 0,3%. Neste documento, Antonio Sobreira, diz: “estima-se que todos os
eventos de Cajazeiras envolvem um público de 155 mil pessoas da cidade e
visitantes que saem às ruas e que seus gastos totais são de R$ 7.950.000.00 ou
um investimento médio de cada cidadão de R$ 49,00 por pessoa, gastos com
bebidas, alimentos, roupas e transporte”.
Diversos espetáculos de outras cidades já
foram encenados em Cajazeiras e já existe até alguma dificuldade em encontrar
vagas para novas encenações. Isto significa que a classe artística de
Cajazeiras e os empresários do setor estão vivendo um momento de muita
intensidade cultural e pouco a pouco está se conseguindo resgatar a importância
que Cajazeiras teve no passado na área teatral, que o diga Vanderley Figueiredo
um dos grandes entusiastas e expert em levar o povo para o teatro.
O Museu da cidade é um projeto irreversível e
só já não está num patamar mais avançado devido à burocracia que se impõe
quando se trata de obras e serviços no setor público, mas Reudesman Lopes vem
pontuando com muita maestria a sua luta para edificar o Museu do Futebol.
A Escola de Música Santa Cecília já é uma
realidade e tem 150 alunos, que ao lado PRIMA, com oitenta se constituem em
dois instrumentos importantíssimos na formação de novos músicos e a quase
totalidade destes aprendizes é oriunda da periferia e os frutos já começaram a
ser colhidos.
O FUMINC (Fundo Municipal de Cultura) está se
consolidando e os recursos começaram a chegar às mãos dos animadores culturais
e os resultados destes investimentos já são visíveis.
O Secretário de Cultura, Ubiratã de Assis,
tem se constituído um dos grandes animadores destes movimentos culturais que
têm feito a cidade respirar e viver intensamente os valores que emanam da alma
do povo..
E o tão sonhado Festival do Cajá quando será
realizado? Será que vamos continuar só com o picolé de Walmor e o Pão de Saora?
Na cidade de Martins, Rio Grande do norte, tem um festival de gastronomia de
alcance nacional, tendo como base as típicas comidas regionais e ofertando
valiosos prêmios. Vale copiar também? Por que não?
A cultura de nosso povo precisa ser
preservada, estudada, cantada e divulgada.
Coluna de José Antonio
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