Desde o nascimento do pensamento filosófico,
existe uma necessidade, intrínseca ao ser humano, que é de conhecer a verdade.
Isso foi por muitos anos, o principal objetivo dos pensadores, muitos criaram
teses, métodos e fórmulas para chegar à “essência das coisas”, e devido a essa
gama de diferentes correntes filosóficas, atualmente, ainda se discutem qual é
o caminho correto para se chegar à verdade. Em “O Conto da Ilha Desconhecida” o
personagem principal deixa claro sua vontade de conhecer o desconhecido, a
descoberta da ilha desconhecida, de forma análoga, pode ser entendida como a
vontade do ser humano de atingir novas descobertas e de buscar o “auto
entendimento”, e ligado, a isso está a verdade, pois ela, faz com que o ser
humano se descubra.
Hodiernamente, a ciência é o parâmetro
oficial da academia para se chegar à verdade, e legitimar as novas descobertas,
porém, dentro dela existem várias correntes e vários métodos que propõem um
caminho diferente para obter essa verdade. No âmbito das ciências sociais, a
situação é ainda mais desafiadora, pois nem todas as correntes são altamente
aplicáveis, devido às particularidades dessa classe. Em suma, todos esses
métodos são um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para
se atingir o conhecimento, e é por meio desses métodos, que a ciência checa a
veracidade dos conhecimentos obtidos e os legitima, caso os mesmos forem
respeitados.
No filme “O Silencio dos Inocentes”, a agente
do FBI, protagonista da trama, tenta desvendar a mente de um serial killer. Sua
vontade, conhecer a mente desse assassino, para assim poder prever seus passos
e prendê-lo, pode ser entendida, de forma análoga, como a vontade que os
antigos pensadores tinham em entender aquilo que os chamava atenção e descobrir
como tais acontecimentos se sucediam, mais uma vez, vemos como a vontade de
atingir novas descobertas é inerente ao ser humano, independente da
temporalidade histórica.
Trazendo para atualidade, pode-se entender
que, a forma como a agente encontrou para solucionar o caso se parece com o
método hipotético-dedutivo. Esse método, é um dos métodos que proporcionam as
bases lógicas da investigação, esclarecendo acerca dos procedimentos lógicos
que deverão ser seguidos no processo de investigação cientifica dos fatos. A
personagem lida com um problema, a partir dele, enumera algumas hipóteses de
como o assassino pode agir, a partir daí, julga-os, eliminando aqueles que
apresentam alguma incoerência. Esse método foi proposto por Karl Popper, ele se
sucede a partir de um problema, de onde nascem conjecturas que deverão ser
testadas para verificar sua legitimidade até que se sobre as verdadeiras ou a
verdadeira tese.
Em Metodologia do Trabalho Científico, esses
métodos são ensinados para os alunos, com o intuito de mostrar as inúmeras
formas existentes para se produzir pesquisa, ou seja, as inúmeras formas
legitimadas pela ciência, para que as observações feitas sejam postuladas como
dignas de serem cientificas. Assim, a vontade de se entender a sociedade e buscar
conhecimento são adestrados aos moldes necessários, para que esses meros
desejos não cheguem a conclusões subjetivas ou incoerentes.
Em suma, pode-se entender que todos os
exemplos citados se interligam de alguma forma, se entende que o desejo de se
entender ou entender a sociedade, de buscar aquilo desconhecido ou se de chegar
a uma verdade é uma vontade inerente ao ser humano, porém, para que isso ocorra
com organização, à ciência propõe alguns métodos para que o ser humano realize
essas atividades, mas todos esses métodos têm por necessidade que, o ser humano
tenha curiosidade em se conhecer e conhecer o que está em sua volta.
Vinicius Lira
É estudante de Direito da UFPB
Nenhum comentário:
Postar um comentário