Linaldo
Guedes
linaldo.guedes@gmail.com
Produtores
culturais da cidade comemoram o atual momento da cidade e preparam novos
projetos
Fazer
teatro não é apenas colocar os atores no palco e encenar um texto para um
público ávido por bons espetáculos. Uma boa produção é garantia de que tudo vai
acontecer dentro dos conformes, para que o resultado final seja convincente.
Desde a reabertura do Teatro Íracles Pires, em Cajazeiras, numa ampla reforma
do governo do Estado, que a Cajazeira Produtora vem “bancando” a maioria dos
espetáculos que se apresentam na região, inclusive de produções nacionais.
Beethoven
Ulianov Dantas e Wanderley Figueiredo de Sousa, também atores, são responsáveis
por este trabalho. Segundo eles, a Cajazeira Produtora surgiu a partir da
necessidade de fomentar a cena teatral e cultural da região. “Nosso foco está
inicialmente voltado para a produção teatral, visando a captação e produção
cultural de grandes espetáculos com profissionalismo e excelência. Para isso,
contamos com uma equipe de grande know-how na área, aliado a vários parceiros e
apoiadores. Estamos sempre querendo inovar, no intuito de trazer ao mercado
cultural o que há de melhor no âmbito da arte e do entretenimento com ética, respeito
e qualidade”, explicam.
Para
Beethoven Ulianov, a maior alegria é ver a reação do público. “A nossa intenção
é fazer as pessoas rirem, se emocionarem e quando a peça toca as pessoas é
muito gratificante! Dificuldades são muitas; cultura não é autossustentável,
então precisamos de muita gente envolvida para que as coisas aconteçam”,
declara.
Já
Wanderley Figueiredo acredita que a maior alegria é ver o crescimento do
público no teatro e a expansão intelectual que a arte pode trazer. “Mas claro
que só estamos no início e ainda temos muito a evoluir, a fomentar. A maior
dificuldade, sem dúvida, seja essa: trazer o público ao teatro, fazer com que
ele se apaixone pelos palcos e se aproxime que ele entenda que teatro é muito
mais do que entretenimento, teatro é crescimento, educação, é arte. Nosso maior
empenho é ver o sorriso de uma pessoa, o choro, ver alguém pensando,
questionando, se emocionando durante o espetáculo, essa é a nossa maior
conquista”, acrescenta.
Sobre
a relação do público cajazeirense com a cena cultural, Beethoven lembra que
Cajazeiras é berço de cultura, é exportadora de talentos na arte. “Estamos
recriando o hábito na população em frequentar teatro e estamos evoluindo nisso.
Mas precisamos tirar esse estigma de ‘só ir ao teatro para ver somente os
atores famosos’’. É preciso valorizar os de casa, tem muita coisa boa sendo
construída aqui. A programação de maio foi toda com espetáculos de Cajazeiras
porque temos grandes talentos aqui”, enfatiza.
Wanderley
destaca que o público cajazeirense é interessado, inteligente e exigente no que
querem assistir. Mas precisa ainda uma aproximação maior com o teatro, saber
que entretenimento também se acha nos palcos. “Ficamos ‘mal-acostumados
culturalmente’ com esse intervalo de tempo teoricamente parados pela reforma do
Ica. Teatro é mais complexo do que se pensa, e muitas vezes o público associa
qualidade à artistas de TV, aos grandes famosos. Isso não é verdade, existe um
mundo muito além desses artistas”, frisa.
Atualmente,
dois sonhos movem o trabalho da Cajazeira Produtora: produzir espetáculos pela
Paraíba inteira, com toda excelência e qualidade que nossa cultura merece e
colocar Cajazeiras definitivamente na rota dos grandes espetáculos nacionais,
que estão hoje concentrados no eixo Rio/São Paulo, como também levar arte local
para além da região.
O
ponto de partida das atividades da Cajazeiras Produtora foi a peça “Trinca, mas
não quebra”, consagrando a parceria. Dessa forma, o abrir das cortinas dos
palcos tornou-se atividade frequente para a dupla. Em pouco tempo, a Cajazeira
Produtora já coleciona trabalhos realizados em um portfólio com diversos espetáculos
produzidos, atingindo sempre grandes públicos. A produtora tem, ainda, como
contrapartida social um Curso de iniciação ao teatro grátis no NEC (Núcleo de
Extensão Cultural da UFCG).
fonte: Jornal A União, 10 de junho/18, 2º caderno
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