Cleudimar Ferreira
O Desenvolvimento das linguagens artísticas em
Cajazeiras andou sobre um mar de rosas no período em que seus agentes
promotores desconheciam, ignoravam ou desproviam de certos sentimentos
partidários. Foi um tempo áureo, romântico e apaziguador, onde se produzia arte
pela arte; arte por prazer; ou arte por necessidade de alimentar a
sensibilidade que todo artista traz dentro de si.
Mas esse tempo já se foi, passou, e esse modelo
de entender produção cultural passou também por Cajazeiras. Hoje, a fórmula
empregada na criação artística é outra, foi renovada, tem outra cara. É outra,
porque seus agentes descobriram que nesse presente mar de rosas, há outro
sentido de se realizar arte e não mais aquele que possibilitava sonhar, viver e fazer. Mas perceber
que a arte também dar outro vocacionado, o da comercialização ou da barganha
política. Esse pensamento não é exclusivo de uma só cidade, ele enraizou pelo país inteiro e tem envolvido gente que produz arte, gente do bem que produz
cultura. Cajazeiras é apenas parte desse contexto.
Nessa conjuntura, o que me parece inquietar a
classe produtora de cultura em Cajazeiras, também causa ansiedade nos que no
passado entendia essa modelo de produção cultural por outro viés. É o que me
parece, o caso do novo Secretário de Cultura de Cajazeiras, Ubiratan di Assis,
que atuou na cidade em uma época que o fazer arte, era acima de tudo, o de se fazer
viver e não de viver da arte, como os dias atuais evidenciam e demandam fazer.
Não se pode esconder o que não pode ser desconhecível.
Também é o caso da gestão cultural atual na terra do Padre Rolim que, ignorando os
ensinamentos do passado, revivido hoje pela velha guarda artística, esqueceu essas
boas instruções de modelos de gestão, em troca da partidarização da cultura na
cidade e concomitantemente, da divisão da sua classe artística, em uma nítida impressão
de ofuscamento da nossa história cultural.
Nesse jogo, com certeza, até que o tempo
registre o contrário, Ubiratan não vai jogar. Por que? Porque a essa altura da
linha, ele não vai querer perder ou deixar para trás tudo o que realizou e o
que tem realizado dentro do movimento cultural cajazeirense. Mesmo vivendo em
um quadro promíscuo, que demanda e acena para a libertinagem da politização artística,
em detrimento da ética do fazer e da realização de políticas públicas culturais sadias,
em um jogo aberto e democrático. Pois, somente se entende que o fazer artístico,
não deve e nem casa bem com partidarização política.
Está claro que Bira não vai entrar nesse jogo
pois, esse não é o momento e nem é esse jogo que interessa a mobilidade cultural
de Cajazeiras. O tempo é de união! Isso, ficou evidente na resposta que deu ao repórter do site "Resenha
Politika". Inquirido sobre os desafios que irá encontrar a frente da Secretaria Municipal de Cultura, ele assim respondeu:
“É um grande desafio! Esse desafio que eu
começo a partir de segunda-feira, eu quero contar com apoio de todos
seguimentos de cultura de Cajazeiras, seja ele no teatro, na dança, em artes
plásticas, na literatura. Eu quero, vim, para não dividir, para aglutinar, para
somar com as pessoas. ”
“Vamos, a partir da próxima semana criar uma
agenda de reunião, ouvir todos segmentos culturais, e a partir da aí, vamos
criar um projeto cultural com foco na ação cultural de cajazeiras. Não vai ser
um foco especifico meu, mas a contribuição dos diversos segmentos. Cada um tem
voz e vez, para construir uma política cultural em Cajazeiras dentro dos anseios
que essa terra sempre pede. “
Continuou afirmando em tom reconciliador: “Não
tô aqui para levantar a bandeia de picuinhas, partidárias, políticas. Eu tô
aqui para juntar força e segmentos culturais, políticos ou não, E numa política
cultural com foco mais amplo, prague a gente junto, construa um bom trabalho
afrente dessa secretaria. “
E acrescentou: “Eu dizia a pouco tempo aqui,
que eu não tenho idade mais para essas vaidades de cargos. Isso não me interessa!
O que me interessa é o fazer, é a ação cultural, que me interessa. ”
Finalizou dizendo: “E não só, porque só você não
faz nada, faz com um conjunto de pessoas, e essa construção, e esse chamamento,
essa convicção de que juntos seremos fortes, nós iremos com certeza fazer um
grande trabalho cultural na cidade do padre Rolim.“
fonte: entrevista a Luiz Vilar - Resenha Politika
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