Agentes representativos da classe artista de
Cajazeiras, questionam a forma de inclusão dos grupos de teatro, dança e circo do Estado, no processo seletivo que os incorporou ao Circuito Cardume 2018. Segundo os promotores culturais cajazeirenses,
a escolha das atrações do evento deste ano foi excludente, já que não incluiu as produções de outras regiões do Estado, em nenhuma dessas três linguagens. Declaram que o regulamento
precisaria ser revisto, para corrigir esse equívoco, dando oportunidade para
que os grupos de teatro do interior possam participar da mostra, expondo seus espetáculos
para apreciação e julgamento do público que vai ao acontecimento todo ano.
Segundo o ator e articulador
cultural Agnaldo Cardoso, o Circuito Cardume peca por não incluir e, por
conseguinte não valorizar produções do interior: “Infelizmente os gestores
paraibanos de cultura só valorizam a arte produzida em João Pessoa e Campina
Grande e esquece o resto do Estado. ” E vai mais além: “Acredito que não é essa
a política cultural do Governador Ricardo Coutinho, mas a culpa também caí em
cima do mesmo por ele permitir artistas preconceituosos com o interior do Estado,
no comando de órgãos públicos de cultura. ” E finaliza dizendo: “Vamos
democratizar os recursos para toda a Paraíba e deixar de lado a política de
cartas marcadas. ”
Por outro lado, o diretor teatral
Francisco Hernandes se posiciona sobre a forma como é realizado o Circuito
Cardume e ironiza: “Cheguei até a brincar com essa
triste realidade, ao dizer que esse Cardume é formado só com peixes de água
salgada e que se continuar assim, o nosso sertão nunca vai virar mar. E que
viva Antônio Conselheiro. ” E volta a seriamente a discussão dizendo: “Meu
posicionamento sobre o resultado do Circuito Cardume 2018, realizado pela
FUNESC - Fundação Espaço Cultural da Paraíba:" "Sempre defendi a tese de que se
deveriam contemplar também espetáculos de outras regiões do Estado, para ocupar
espaços nesses programas, haja vista que os paraibanos gostariam muito de poder
assistir e avaliar à produção artística nos diversos segmentos, promovendo
assim uma política mais justa, mais participativa e inclusiva, até porque aqui
no sertão, como também nas outras regiões do Estado, se produz bons espetáculos.
”
E
finaliza afirmando o diretor teatral de “Trinca, Mais Não Quebra”, que o Circuito
Cardume foi um evento realizado pela FUNESC com objetivo da ocupação dos
teatros Santa Rosa e Paulo Pontes na Capital paraibana. E que entendia que essa
não era a política de expansão cultural que o governador Ricardo Coutinho,
acredita e defende para o Estado da Paraíba.
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