Cleudimar Ferreira
Ruínas do antigo Teatro da Juteca em João Pessoa
Uma
informação postada por Orlando Maia, na caixa de mensagens da Nona Região de
Cultura, em Cajazeiras, sobre o interesse do ator campinense Álvaro Fernandes, de reativar a antiga
Federação de Teatro Amador - a saudosa FPTA, me fez refletir sobre essa
entidade, que nos anos 70 e 80, foi a única atuante organização classista do
teatro amador paraibano e uma das mais representativas do gênero no Nordeste.
Aliás,
no início desse ano, um dos seus últimos dirigentes, o Sr. Antônio Martins, que
faleceu a meses atrás, andou articulando essa ideia no meio teatral de João
Pessoa. A sua emersão poderia sim, servir para implantação de uma política pública
de incentivo e amparo na formação de novos atores e grupos, com a promoção de
cursos, encontros e festivais de teatros pelo interior do Estado.
Embora
a ideia seja antiquada, dado o grau de profissionalismo que espelha a dramaturgia
paraibana de hoje, onde os atores parecem não precisar mais do romantismo dos cursos
de teatro; demonstram a ambiguidade do autodidatismo - já nascerem atores por mérito materno;
são técnicos e disciplinados por nascença ou por interesses financeiros, ou talvez, não o da arte pela arte; o soerguimento da FPTA no cenário assim,
tenderia a não brilhar tanto como nos áureos tempos da efervescência amadora do
nosso teatro.
O que
é certo é que a FPTA não morreu, simplesmente sai de cena, vive adormecida por
traz de uma empanada de mistérios. Escondida nas coxias enigmáticas das salas
de espetáculos espalhados pela Paraíba a fora. Seu acervo fotográfico, seus
impressos publicitários e documentação que conta sua trajetória de mais de
quatro décadas de representatividade do teatro paraibano, que poderia servir de
subsídios para um estudo mais aprofundado do nosso teatro, poderia ser usado
como argumentos para artigos acadêmicos e outros afins, mas pouco coisa ou
quase nada de trabalhos assim, se ver sobre essa ótica.
Afinal, por onde anda a FPTA? Em
qual baú está a sua memória; quem os esconde; quem os prende; a troco de que vale
a sua saída de cena; seu anonimato e suas cortinas fechadas.
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