Cleudimar Ferreira
OPINIÃO:
A administração do Prefeito José Aldemir em
Cajazeiras, passa por situação aguda no setor cultural. Já não basta a recém-saída do Secretário Executivo
de Cultura Chagas Amaro da pasta, agora foi a vez de um dos seus mais
entusiastas e escudeiro defensor, o articulador cultural Joel Santana, que
deixou surpreendentemente a administração do Centro Cultural Zé do Norte. A
justificativa de Joel para o tão repentino ato, foi a de que estava trabalhando
muito, sozinho e não suportando a sobrecarga dos três expedientes de trabalho,
preferiu se afastar do cargo.
Mas será que o motivo foi esse mesmo? Quem sabe!
O fato expõe que a direção da cultura em Cajazeiras, se já não foi lá essas
coisas na administração anterior da prefeita Denise Carlinhos, imagine agora
com essas baixas protagonizadas pelos afastamentos de Chagas Amaro e Joel
Santana dessa pasta tão vital para as práticas artísticas, obviamente para o desenvolvimento da cultura no município.
O que se observa no momento desconstruído
desse setor da administração José Aldemir, é que, tanto Chagas quando Joel,
enfrentou as velhas barreiras intransponíveis da razão e da emoção, que a arte
e cultura provoca quando se assume o dever de promover cultura numa terra
tradicionalmente cultural como é Cajazeiras.
Chagas Amaro, apesar de vim de uma clã com
dotes para as habilidades artísticas – seu pai me parece gostava de música e
tem ainda dois irmãos, Edineusa e Jocélio como exemplo de sensibilidade para
tal fim; não tem tanta caída para essa tão complicada missão de lidar com demandas, cuja prática, aponta para as articulações do fazer artístico. Seu forte mesmo é a paixão incomum pela história, pelo esporte e o rádio, ou seja, a crônica
esportiva.
Como diretor do Teatro Íracles Pires - sua primeira
investida nesse mundo cultural, nesse caso especifico, o da linguagem teatral, Chagas se sentia acanhado e um estranho
num microfone de rádio. Resultado, não foi lá essas coisas com gestor da principal
casa de cultura da cidade e acabou entregando o posto e saindo pela tangente. Agora,
nessa segunda investida, viu que realmente não tem mesmo jogo de cintura para
lidar com a difícil tarefa de se passar por um executor cultural.
O caso de Joel Santana é diferente. Joel tem
vivência com a prática, com o fazer. Tem um trabalho no campo da dança que o
credencia para exercer qualquer experiência administrativa no setor artístico.
Talvez o excesso de confiança no lidar com a arte, não foi suficiente para perceber
que fazer é diferente de administrar. Quem faz, está em constante movimento. É
um ativista por excelência. Quem passa a delegar, se prende a sua condição de
imobilidade. Isso para um artista é como cortar braços se for um pintor; é como
cortar as pernas se for um dançarino; é como cortar a fala seu for um ator. Talvez tenha sido por isso, as razões que levaram Joel demandar e entregar a administração do Centro Cultural Zé do Norte ao Prefeito
José Aldemir.
Portanto, não tem sido um bom começo para gestão do Prefeito José Aldemir, no setor cultural. Resta agora a Prefeitura de Cajazeiras, escolher tanto para a Secretaria Executiva, como para Centro Cultural Zé do Norte, nomes que tenham as duas coisas. Que sejam artistas, vorazes comprometidos com o fazer, mas que também tenham tarimba para administração de eventos artísticos e de entidades culturais. Se Cajazeiras tem alguém como esse perfil, não sei, mas para um bom acolhimento da nossa cultura, precisa ter um agente assim, e olhe lá!
Portanto, não tem sido um bom começo para gestão do Prefeito José Aldemir, no setor cultural. Resta agora a Prefeitura de Cajazeiras, escolher tanto para a Secretaria Executiva, como para Centro Cultural Zé do Norte, nomes que tenham as duas coisas. Que sejam artistas, vorazes comprometidos com o fazer, mas que também tenham tarimba para administração de eventos artísticos e de entidades culturais. Se Cajazeiras tem alguém como esse perfil, não sei, mas para um bom acolhimento da nossa cultura, precisa ter um agente assim, e olhe lá!
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