Cleudimar Ferreira
Íracles Pires (in memoriam) - Dirigiu do TAC entre os anos 70 e 80
A teatro em Cajazeiras saía dos anos 60, com a
perspectiva de crescimento do Grupo de Teatro Amador de Cajazeiras - GRUTAC. O
novo grupo cênico, despontava por traz das cortinas do improvisado Teatro
Diocesano, já na dianteira da nova vanguarda das artes cênicas do interior do Nordeste, sob a
direção de Geraldo Ludgero e Ubiratan Di Assis. Nessa expectativa, a década de
70 surgia, com a imprensa paraibana destacando o regresso do Rio de Janeiro, da diretora
do Teatro de Amadores de Cajazeiras – TAC, Íracles Pires.
Afastada por um certo período da cidade, ela voltava; e ao chegar a aldeia dos Rolins, retomou as suas atividades no TAC, passando em seguida a movimentar o principal grupo de teatro amador cajazeirense, cujas encenações na sua biografia, eram quase sempre pautadas nos clássicos gregos e na temática regional nordestino. O TAC nessa época, gozava de um certo prestigio e segundo a imprensa, era apontado pela comunidade teatral da região, como um dos mais homogêneo do sertão paraibano.
Afastada por um certo período da cidade, ela voltava; e ao chegar a aldeia dos Rolins, retomou as suas atividades no TAC, passando em seguida a movimentar o principal grupo de teatro amador cajazeirense, cujas encenações na sua biografia, eram quase sempre pautadas nos clássicos gregos e na temática regional nordestino. O TAC nessa época, gozava de um certo prestigio e segundo a imprensa, era apontado pela comunidade teatral da região, como um dos mais homogêneo do sertão paraibano.
Enquanto isso, o GRUTAC construído sob o impulso
das atividades estudantis e dos movimentos de resistência ao golpe militar - repressor, que marcava a sociedade civil de modo geral através da censura, se consolidava quanto grupo teatral,
encenando textos políticos, educativos que despertava no público um avivado
envolvimento com as questões sociais, políticas, ideológicas e culturais que passava o país
nos anos 70. Íracles Pires, nesse contexto, com todo seu ecletismo - era além
de teatróloga, também radialista e relações públicas da Difusora Rádio
Cajazeiras; se mostrava distante desa estrutura politica, porém atenta aos fotos de sua época. Irrequieta e determinada, Íracles não media esforços quando o assunto era a promoção e a produção
de arte na cidade, seja em que linguagem fosse.
Ao chegar do Rio nos primeiros anos 70, trouxe
consigo ideias novos e passou a mudar o foco das encenações do TAC com texto
de autores contemporâneos, embora ainda presa a mandala dos velhos clássicos gregos
e a temática regional nordestina, tão bem representada nas peças escritas pelo teatrólogo paraibano Ariano Suassuna. As mudanças incrementadas no TAC por Íracles, possibilitaram a
construção de textos variados como foi o caso de “Fui eu, mais não espalhe”, que
aglutinou um picotado texto com trechos de autores, como Camões, Shakespeare,
São Francisco de Assis, Augusto dos Anjos, Florbela Espanca, Gonçalves Dias,
Vinicius de Moraes, Pompílio Diniz, Rubem Braga, Augusto
Frederico Schmidt, Bach,
Strauss, Jorge Ben Jor, Martinho da Vila e Roberto Carlos. Uma verdadeira
salada poética-musical de autores, de causar impacto e estremecer o as bases do
teatro sertanejo.
Na segundo metade de 1971, Íracles
Pires, saiu do aspecto musical que caracterizou a montagem de “Fui eu, mais não espalhe” e voltou ao classicismo dos
textos consagrados, e monta uma adaptação de sua autoria do texto: "A Dama
do Camarote" de Castro Vianna. A peça preencheu o ego do resumido meio
teatral cajazeirense, e ao levantar asas, foi pousar sem nenhum receio ou preconceito,
no palco do Teatro Santa Roza, em João Pessoa, entre expectativas e
curiosidades do público pessoense, que aguardava com vivo interesse, a visita
do Grupo de Teatro Amador de Cajazeiras - TAC na capital. Pouco dias depois, o TAC e Íracles Blocos Pires, seguiram em direção até a cidade de Alagoa Grande. onde a convite da direção do Festival de Teatro do Brejo Paraibano, mostrou ao público daquela cidade e da região do brejo, a performance do teatro amador sertanejo. .
"Fui eu, mais não espalhe" primeira apresentação no Cine Teatro Apolo XI.
Elenco: Jandira, Luiz, Toinha, Jú Coelho, Valdenez, Nogueira,
Luzinete, Lamércio, Reginaldo, Do Céu e Lidemar.
Em 11 de julho de 1954, o Jornal Flash (primeiro órgão
noticioso esportiva da Paraíba) que pertencia ao Atlético Cajazeirense
de Desportos, anunciava apresenta do TAC nas festividade
alusiva ao cem anos da cidade de Sousa.
fonte: Jornal A União
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