di Eduardo Garcia - escritor, jornalista, membro da UBE.
Poesias:
SÚPLICA
Ensinai
A cavalgar os
mares do teu corpo
Sereia de cactos
e juazeiro
De mãos de seda
e de marfim
Cabelos soltos
graúnas
Nos cata-ventos
bálsamo de alecrim
Iluminai
Oh! Rosa linda,
o meu olhar
Porque guardo na
algibeira o teu retrato
A casa nua na
montanha
A estiagem nos
pastos da aldeia
Que nem a tristeza
estridente de um faquir
Com os seus
ruídos enegrecidos de agonia
Apagará em mim
teu brilho
REGRESSO
Devolvam-me
Meu castelo,
minha espada, meu anel
E as fotografias
amarelas guardadas
Na minha cômoda
de cristal
Devolvam-me
O credo para
atravessar fronteiras
E o espelho
d'água entre as dunas
Onde eu fazia a
lua para brincar
Devolvam-me
A minha tabuada
mágica
E as histórias
de um vento azul
Que traziam
anjos às madrugadas
Devolvam-me
Meu uni-verso,
suspiro poéticos e saudades
De andar a pé,
olhar o céu, cantar um fado
No Pátio das Flores,
no Arco das Portas do Mar.
EU, A ROSA E A
LUA
A Luana Karla
Sorrindo canto a
rosa e a lua
A rosa que foi
minha um dia
E que feliz
capturou o João de barro.
A caprichosa
rosa, alvorecer
No prelúdio dos
raios encantatórios
Acalanta a tão
bela e crescente lua.
A lua sem
variações de sorrisos
Nas transitórias
formas do segredo
Na madrugada
fala sonâmbulas palavras.
Eu, refém do
abstrato, ao entardecer
No esplendor dos
mares vividos
Faço versos
silenciosos do meu grito.
A lua na mágica
janela, vestida
Com os olhos
cristalinos, sem máscara
Bate-me à porta
sem receios.
Sou luar do
sertão seco, mas beijo
A lua que é
filha dos meus sonhos
E a rosa hoje quase
sem perfume.fonte:
liberarti.com
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