Pepé Pires Ferreira
Chagas Amaro - Secretário Executivo Municipal de Cultura
Há
pouco tempo, vi um texto de nosso, como me disse Ana Goldfarb, historiador,
Agnaldo Rolim, em que ele tece várias críticas à condução da cultura de
cajazeiras. Como vivenciamos uma sucessão no município, e tendo em vista a
indicação do nome de Chagas Amaro para o que deveria ser, mas não tem sido
importante posto de Secretário Executivo da Cultura, e pelo que conheço de
Chagas, que tem méritos indiscutíveis, mas também deméritos, como por exemplo,
ler esse lixo que escrevo e o fato de que apesar de se propalar aos quatro
ventos que aqui é a Terra da Cultura, e do pouco que se tem agido no sentido de
merecer esse epíteto. Que se fosse verdadeiro
deveríamos nos orgulhar.
Mas o
problema, como acho que Chagas, como historiador gostaria que começássemos tem
raízes histórias, e elas começam bem antes de a gente fosse nascido. O Padre
Rolim, aquele cidadão que no início do século XIX, teve a ideia de apesar de
celebrado professor na Capital Pernambucana, voltar a seu sertão de origem para
ensinar aos filhos dos seus vizinhos a matutos, e retirar esses da escuridão da
ignorância, é um feito que merecia e merece contar em nossos anais inclusive na
História do Brasil. Foi um dos pioneiros na interiorização da educação e
mereceu; como merece, as medalhas das ordens da Rosa e de Cristo, com muito
mais honras que a grande maioria desses corruptos que ao lado da grana, também
ostentam outras distinções inclusive assento na ABL, A obra geral de Sarney,
seria um escritor de algum talento, que mesmo sendo Presidente da República,
enterrou seu estado para os piores índices de desenvolvimento humano do Brasil,
Renan, e outros salteadores do erário ostentam ordens distintivas, mas
pouquíssimos tem a obra do Padre Mestre, está de uma distinção difícil de igualar.
Agora,
em vida o Padre Rolim, entregou ao futuro Desembargador Boto, suas medalhas,
com medo que seus parentes desqualificados culturalmente as vendessem, o que já
aponta para a situação atual.
Corte.
Começos da década de cinquenta. Uma geração diferenciada teve algumas ideias
que até hoje vivemos suas consequências: O TAC - Teatro de Amadoras de
Cajazeiras, cujo primeiro presidente era ninguém menos que Dr. Christiano
Cartaxo, e seu Diretor era Dr. Hidelbrando Assis, e quem os sucederam na década
de 60, foi ninguém menos que D. Iracles Pires, que até hoje, mas existem
projetos para que esse nome mude, espero, até como filho que sejam mal
sucedidos, essa história por si só já se explica. Pessoas do maior nível da
cidade, com liderança e moral para angariar os fundos e as condições para que a
cultura como um todo funcionasse por aqui.
Se o
Governo negasse, e naquele tempo, o governo estava muito longe, eles, se
viravam e davam sequência aos seus projetos, até conseguir o que se queria. O
maior exemplo seria hoje o Tênis Clube, que não tem quadra de tênis, mas
recebeu algumas verbas para que tivesse esse no nosso caso, sem cumprir, e se
divulgasse o tênis no Brasil: Dr. Hidelbrando foi lá e conseguiu. Fizemos o
maior e melhor clube social da região. Foi durante muito tempo o palco para as
apresentações do TAC que dirigido por minha que também se precisasse alguma
coisa, dava um jeito e conseguia. Tempos depois, minha mãe já falecida, o Então
governador da Paraíba que conhecia e acompanhava o seu trabalho, em várias
frentes, que cito como exemplo o Hospital Infantil de Cajazeiras, em que Júlio
Bandeira, Ica, Wilson Braga e Edme Tavares conseguiram instalar aqui, foi outro
feito extraordinário. Até Salão de artes do Sertão, se conseguiu montar por
aqui.
Infelizmente,
essa’s gerações de pessoas ligadas à cultura e com liderança e respaldo foram
sucedidas por outras, que chamaríamos, dando algum valor, de medíocres inferiores
seria um termo mais exato. Por exemplo, que poderíamos citar vários. No final
do governo Zerinho, o secretário de Cultura foi Lúcio Vilar, hoje professor
universitário em João Pessoa, que entre outras coisas trouxe Luiz Caldas, então
nome de prestígio do carnaval baiano, para se apresentar aqui, com o sucesso
que poderia se antever, um feito.
Assumiu
Epitácio, e Lúcio não foi nomeado com a desculpa de que ele usava brinco na
orelha. Uma piada de mau gosto, e quem foi nomeada foi minha amiga que tenho o
maior carinho, e principalmente por ser amiga de minha mãe. Agora, ser amiga de
minha mãe, e até como eu sou filho, quer dizer que essa pessoa quer por
relacionamento e até por genética, induz que se absorva a liderança de uma Ica.
Então
o que podemos fazer. O caso do atual Secretário de Cultura, Aguinaldo Cardoso,
vai numa direção semelhante, ótimo ator, grande amigo, pessoa humana
maravilhosa, mas, como eu carecedor do carisma de que tem liderança, então vai
fazendo o mesmo que os outros; conseguiu a reforma do prédio da Banda de
Música, as semanas de cultura, mas o museu, que seria a masterpiece do governo
Denise, não foi à frente, fizemos algumas reuniões na última compareceram três
gatos pingados, a ficou para o futuro.
O que
podemos fazer para reverter esse quadro? O mesmo que os japoneses fazem: um
engenheiro brasileiro é mais competente isoladamente que um japonês, mas eles
juntam vinte engenheiros, fazem diretrizes e botam todos esses junto à para o
objetivo a ser alcançado. Não precisa comentar o sucesso do Japão. Aqui
juntarmos nossas mediocridades, e sob a liderança do homem da vez, Chagas
Amaro, que tem méritos, esqueçamos as nossas diferenças, e vamos ver o que é
possível tocar com relação a Cultura.
Ou
então suportar a cultura em massa dos forrós eletrônicos, do neo brega, as
bobagens televisivas, etc. HOJE CAJAZEIRAS EFETIVAMENTE NÃO É A TERRA DA
CULTURA.
Precisamos
virar o jogo, temos outra oportunidade. Vamos ver se temos capacidade de
aproveita-la.
fonte: Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Ed. 946, Pág. Opinião
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