Francelino
Soares
Movimentação do Trem na estação RFC em Cajazeiras
Não sei por que, muitas vezes, as imagens exercem
sobre nós um fascínio maior do que as palavras. Sobretudo para aqueles que
vivem um pouco distantes da abençoada terra de Cajazeiras – os que Zé Antônio
chamou, certa vez, apropriadamente, de “exilados” – o visual pesa mais do que o
auditivo, ou seja, as imagens dizem mais do que as palavras. A propósito, diria
eu que é uma verdade cristalina a afirmação de que o ser humano valoriza mais e
sobremaneira as boas coisas da vida quando vem a perdê-las.
Assim é que, uma vez mais, estou a escrever sobre a
memória afetiva que para nós representa a antiga estação da RVC – Rede
Ferroviária Cearense. Não há como esquecê-la, pois, sempre surgem imagens que
permanecem em nosso imaginário: a velha máquina impulsionada a lenha – a nunca
esquecida “maria fumaça” – puxando os seus velhos carros ao som do seu gritante
apito em direção à curva do bairro de Santa Cecília, quando levava pessoas e
produtos comerciais, primeiramente para São João do Rio do Peixe, e, daí, para
outras paragens. Assim foi/era desde o ano de 1926 até 1971, e, daí em diante,
não mais… Ainda bem que nos restam essas lembranças que jamais serão apagadas
de nossas mentes.
O propósito, hoje, seria fazer uma homenagem
àqueles que, embora não fossem filhos de nossa terra, aqui marcaram época,
deixando-nos suas imagens e seus atos perpetuados nas linhas e vagões da RVC: Seu
Perez, Chefe da Estação, e Seu Uchôa, Chefe do Trem. Foram cidadãos cujas
vidas, para nós, estarão sempre vinculadas ao objeto da Coluna de hoje:
lembranças da estação, do trem, do apito, dos trilhos e da trilha que seguiam
em busca de paragens, naquela época, mais distantes, mas hoje tão bem mais
próximas. O progresso aproximou o roteiro, mas afastou-nos a lembrança tão cara
daqueles dias…
1. Seu Perez, chefe da estação da RFC 2. Seu Uchôa,
chefe do trem
fonte: (Articulistas) Blog: Coisa de Cajazeiras
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