Valiomar Rolim
Fonte: Gazeta do Alto Piranhas, ed. nº 214 de 17 a 23/01/03
Valiomar Rolim para o gazeta do alto piranhas – ed. 214 (17 a 23/01/2003) Foi um encontro com o ontem. Foi um
encontro comigo mesmo. Foi um encontro com meus amigos, os de ontem, os de
hoje. Os do passado e os atuais. Os que estão aqui e os que já se foram. Todos.
Vi o tempo em que se atravessava a parede
do Açude Grande para ver se a festa do Primeiro de Maio estava melhor que a do
Tênis Clube. Vi as serestas feitas pelos Penetras, às vezes até com o astro
Jairo Palmeira. É de lembrar até a chamada que Dedé Bundão fazia, só chamando
os queridos, para desencorajar os que não eram desejados.
E as voltas que meus delírios,
misturados com meu coração, deram, fizeram-me ver as voltas da vida do jeito
que a vida faz. Fizeram-me ver a minha adolescência, meus ídolos, minhas
aspirações, iguais às de todo jovem de todas as épocas. Vejo-me com a namorada
quase sonho, a quase menina que povoou meus sonhos e nutriu minha alma.
Reencarno-me como colaborador do Grutac
e me revejo no palco fazendo teatro com Ubiratan di Assis (como ele preferia
ser chamado), Antônio Carlos Vilar, Clizenit Assis, Francinaldo Freitas, Hermes
Brito, tudo isso sem esquecer Dona Ica, que fez surgir tudo isso e até Tarciso
Siqueira da peça “Paz, Juventude e Liberdade”.
Dá até pra ver a Semana Universitária,
festa em que estudantes assumiam um ar de gente grande, durante uma semana,
obtinham destaque de autoridades maiores, mobilizavam toda a região em torno de
um evento que, até hoje, não se vê maior.
Vejo, como se fosse agora, a Rádio Alto
Piranhas, patrimônio da Diocese, mais ainda, patrimônio da cidade, com Zeilton
Trajano no comando, escumilhando a vida dos políticos e enfrentando as broncas
que o Bispo Dom Zacarias, o Dom Zaca, sempre resolvia.
E o Colégio Diocesano? Quem não se
lembrada história que ele fez? Aí é inspiração para outro escrito. Esperem-me,
no próximo delírio ele virá, e com gosto de fogo. Não dá para esquecer, uma
escola com sesquicentenário? Era preciso ser desatento, para não registrar.
Esse delírio memorial seria pequeno se
não falasse de Mosquito, Eudes Pereira de Assis, grande contador de histórias,
exímio piadista, que segurava legião de jovens, e não tão jovens, até às
madrugadas nos bancos da Praça João Pessoa só para ouvi-lo falar histórias e
estórias que iam, desde os primórdios da vida cajazeirense, até as fofocas mais
recentes.
A vontade continuar é grande, mas, o
sono me vence as forças e o espaço no jornal é restrito e me força a adiar a
continuação deste delírio. Acordo e não vejo nem sinto mais nada, a não ser o
monitor do meu micro e a vontade de ir para a cama.
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