domingo, 13 de dezembro de 2015

IRAN LUCAS

DEPOIS DE JOCELIO AMARO E BOSCO MACIEL, OUTRO MÚSICO DE CAJAZEIRAS MOSTRA SUAS HABILIDADES EM SÃO PAULO.

por Cleudimar Ferreira



Cajazeiras segue justificando a frase “terra da cultura”, que a ela foi atribuída por uma autoria ainda não revelado ou reivindicada. Essa expressão atingiu o consenso durante décadas, dado a produção artística que a cidade tem revelado nas suas quatros linguagens. Entre essas, a música, que tem se expressado através do talento do cajazeirense Iran Lucas Cavalcante. Músico, cantor e compositor, dono de uma voz inconfundível, Iran Lucas vive exclusivamente da música na cidade de São Caetano, em São Paulo, onde desenvolve seu trabalho musical, tocando na noite, em bares e restaurantes da Região do ABC paulistano. Na sua trajetória na música em São Paulo, Iran Lucas teve participação em várias bandas de rock; integrou o grupo musical “Tietê” e formou com dois amigos um grupo de samba chamado “Amor à Arte”. 

Apaixonado pela autêntica MPB, em especial a música regional nordestina, ele compõe o seu repertório com uma vasta seleção de nomes, como Luiz Gonzaga, Zé Ramalho (onde demonstra mais intimidade com a suas canções), Chico César, Fagner, Raul Seixas, Djavan, Alceu Valença e Lenine. Sua experiência no campo musical é vasta. O que dar a ele a credencial para tocar de tudo. Rock, pop, forró, sertanejo, samba. Ou seja, na música ele faz o que quiser para agradar seu público. 

Natural do Distrito de Boqueirão, município de Cajazeiras, Iran Lucas é descendente de uma família aficionada pela música. “A música na minha família é uma filosofia de vida”, afirma. Seu pai tocava acordeom e percussão. Os tios, cavaquinho; e o seu avô tinha uma banda de pífano e confeccionava de bambu os próprios instrumentos – os pífanos. Portanto, como ele mesmo diz “o seu DNA vem carimbado justamente desse envolvimento da família com a música”. 

Sua relação com os instrumentos começou ainda quanto era garoto, aos 8 anos. Primeiramente com o acordeom. Nessa época, conta que seu pai contraiu um empréstimo junto ao Banco do Brasil para comprar uma sanfona de 8 baixos para ele, e que aprendeu a tocar o instrumento, com ajuda de parentes. Mas foi da relação de amizade com o grande sanfoneiro da região de Cajazeira, Manoel Felipe, o qual, chama de ”meu mestre” já que aprendeu muita mais do instrumento, vendo Manoel Felipe tocar. Depois, aos 12 anos, teve sua primeira experiência com o violão e aos 16 anos, definitivamente, adotou a música como profissão. 

Iran Lucas na década de 80, deixou com sua família do Distrito de Boqueirão, com destino a cidade de São Caetano, São Paulo. Como todo nordestino que sai da sua terra natal para tentar a vida no sul do país, com Iran não foi diferente, trabalho muito e passou por situações diversas para garantir seu espaço como músico, como cantor e compositor. Diz que essa parte de sua vida, ele compara ao que Raul Seixas costumava dizer. Dizia Raul que já tinha passados por todas as religiões; filosofias e lutas políticas. Portanto, ressalva que aos 8 anos de idade, ele já desconfiava da verdade absoluta do que queria ser, e o que ele queria ser, era o que é hoje.    

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