domingo, 25 de outubro de 2015

Um paraibano de Cajazeiras chamado Zé do Norte

por: Cleudimar Ferreira



A INFÂNCIA E O SEU TEMPO EM CAJAZEIRAS

Alfredo Ricardo do Nascimento, conhecido no meio musical como Zé do Norte, nasceu na cidade de Cajazeiras, Paraíba, em 18 de dezembro de 1908 e faleceu no Rio de Janeiro, em 02 de outubro de 1979. A sua infância na terra natal Cajazeiras, ficou bem marcada em sua memória, quando ainda criança para sobreviver à dura realidade da sua época, pegou no pesado. Trabalhou junta com a família desde os nove anos, arrastando o cabo de uma enxada na limpeza das roças. Aos 11 anos de idade, após perder os seus pais, passou a morar com um tio. Dois anos depois, acabou fugindo de casa, devido um desentendimento que culminou com uma briga. Como todo nordestino do seu tempo, dedicou parte dos seus anos a cultura do algodão como catador e como almocreve pelos sertões da Paraíba, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e na cidade de Codó no Estado do Maranhão.

Após anos de dedicação a atividade rural, consegui um emprego no antigo Colégio Salesiano Padre Rolim, hoje Colégio Diocesano de Cajazeiras, exercendo a função de funcionário da limpeza, onde mesmo propondo a direção daquele estabelecimento de ensino, trabalhar de graça para poder estudar, não teve o seu pedido aceito por que, conforme lembra, o então diretor daquele estabelecimento de ensino o informou que aquele era um colégio exclusivo para pessoas de família. “No Colégio Salesiano, minha função era varrer, limpar tudo. Mesmo assim, o Padre Gervásio Queiroga, Diretor na época, não quis me dar oportunidade. Pelo contrario, me discriminou, dizendo que estudar ali era pra menino rico. Fiquei muito triste, pois queria apenas estudar, como pagamento pelo meu trabalho”. Disse (amargurado) o compositor. 

Antigo Colégio Salesiano Padre Rolim, onde o artista trabalhou. 

A SAÍDA DE CAJAZEIRAS

Pontilhado de sentimentos, por não ter encontrado chances de obter educação formal; em 1921, aos 18 anos, saiu de Cajazeiras praticamente analfabeto com destino a Fortaleza-Ceará, para alistar-se no exército brasileiro. De lá, foi para o Rio de Janeiro em 1926, onde acabou indo servir no Iº Regimento de Infantaria da Vila Militar. No exercito, já habituado com a disciplina do quartel, o artista se transferiu para Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, onde se formou em Enfermagem. Mais tarde, naquela cidade, foi morar numa localidade próxima ao morro da Mangueira.

Apesar das dificuldades de toda cidade grande, Zé do Norte não abriu mão de adquirir sólida formação humanista e parecendo ser um autodidata, foi buscar os seus objetivos. Aprendeu sem dificuldades matérias como: História, Português e Literatura. Além disso, segundo ele mesmo falava, leu de tudo - Graciliano Ramos, Olavo Bilac, Augusto dos Anjos, Casemiro de Abreu, José de Alencar, Alexandre Dumas, Camões e Balzac. Porém, antes de desenvolver tantas atividades intelectuais, sempre gostava de cantar, mas não imaginava que isso o tornaria um dia a sua atividade profissional, já que nunca havia estuda música, más desde pequeno, admirava e gostava de acompanhar os cantadores de viola, chagando a caminhar três a quatro léguas para assistir as cantorias. O Que foi decisivo para vinculá-lo as suas raízes e produzir uma música bela e evocativa dos sentimentos de sua gente.

O SURGIMENTO DO ARTISTA.

No Rio, na esteira da afirmação da música nordestina, através de Luiz Gonzaga em programas da Rádio Nacional, criada após a Revolução de 30 por Getúlio Vargas, para estimular a difusão de uma cultura nacional - popular, bastante expressiva - embora ofuscada ao longo do tempo pela falta de divulgação, Zé do Norte surge no panorama musical quando foi descoberto por Rubens de Assis e pelo dramaturgo Juraci Camargo, autor de textos fabulosos com "Deus lhe Pague", "Sindicato dos mendigos" e “Lili do 47”, Juraci Camargo ao saber através de amigos, da embolada “Errou o Tiro”, convidou o artista para atuar em um show na Feira de Amostra do Rio de Janeiro, realizado na Aldeia Portuguesa ao lado de nomes consagrados como Sílvio Caldas e Orlando Silva. Segundo o artista, a embolada foi composta em 1938, quando soube da ofensiva em Angicos - Sergipe, que acabou vitimando Lampião. A letra fazia com humor e ironia crítica ao tenente João Bezerra da Silva, responsável direto pela morte do cangaceiro.

Autodidata de origem humilde, Zé do Norte, que no evento trabalhava como fiscal da feira, cantou para uma plateia de 20 mil pessoas, que vibraram pedindo para que o mesmo repetisse diversas vezes à embolada “Errou o Tiro”, obtendo grande sucesso e agradando o público carioca e aos artistas presentes, chegando até receber um cachê pela apresentação. Conforme o compositor, o início da embolada era assim: “Você tá enganado, Lelê / O tiro não pegou não / Você tá enganado, Lêle / Lampião não morreu não”. Em declarações dadas à jornalista Mariana Moreira, publicada em 1985 no Jornal A União, Zé do Norte afirmou que após a embolada “Errou o Tiro” ter ficado conhecida do público, se encontrou com Tenente João Bezerra da Silva, comandante da volante que matou lampião e mais dez cabras do seu bando e ao ficar frente-a-frente com o policial, o abraçou e exclamou dizendo: “Você está enganado, O tiro não pegou não”. 

TRAJETÓRIA NO RÁDIO

Depois de mostrar seu talento na Feira de Amostras, em 1939, o artista que até o Show da Aldeia Portuguesa, era conhecido como João Joca - seu primeiro nome artístico, acabou sendo levado por Lacy Martins, irmão do compositor Herivelto Martins, para a Rádio Tupi. Naquela emissora, Zé do Norte fez várias apresentações adotando o pseudônimo de Zé do Norte. Após certo período de participações na programação diária da Tupi, foi convidado pelos diretores para integrar o cast. daquela rádio, onde mais tarde passou a apresentar o programa “Noite da Roça”, que foi responsável pelo lançamento de diversos artistas e no qual se apresentaram, entre outros, a dupla sertaneja Alvarenga e Ranchinho e Luz “Lua” Gonzaga, este ainda em começo de carreira. Um ano depois, em 1941, foi para a Rádio Transmissora Brasileira (atual Rádio Globo) onde participou dos programas, “Desligue, faz favor” e “Hora Sertaneja”.

A participação de Zé do Norte em programas de diversas estações rádios carioca, crescia dia-a-dia. Essa sobrecarga de atividades, hora como cantor ou apresentador, contribuiu para a sua ascensão no meio radiofônico fluminense, mas também trouxe problemas de saúde ao cantor, levando o mesmo a se afastar temporariamente em 1942, devido a problemas na garganta que o deixou afônico por alguns meses.

Depois de certo período afastado, a sua volta ao rádio só foi possível em 1947, quando o mesmo ingressou nas Rádios Fluminense e Clube do Brasil. Na “Clube”, Zé do Norte foi principal apresentador do programa “Manhãs na Roça”, que revelou entre tantos nomes da MPB do passado, os cantores Augusto Calheiros e Luiz Vieira, que mais tarde ao lado do cantor, passou a trabalhar como diretor musical no mesmo programa.

Zé do Norte em um dos seus Programas de Rádio ao lado do cantor Jorge Paulo


Ah, bom, Zé do Norte foi uma figura importante na minha vida, foi quem me deu a primeira oportunidade. Aliás, custou muito também pra me dar, mas eu era teimoso, eu ia todos os dias. Era um programa que se fazia de manhã, sete horas da manhã. Declarou Luís (Rattes) Vieira Filho.

O cantor passou na mesma época pelas rádios Guanabara (onde teve como sanfoneiro o iniciante João Donato) e Tamoio - nessa última, atuando como cantor, animador, declamador e organizador, se afastando novamente em 1953, para se dedicar aos trabalhos de produção da trilha sonora do filme “O Cangaceiro” e só voltando em 1956, para fazer um programa na Rádio Tupi, a convite de J. D'Ávila, permanecendo, entretanto, por pouco tempo, por não se adaptar aos programas gravados, já que queria apresentá-los ao vivo.

Ao lado de outros iniciantes da música nordestina, que na mesma época eram atraídos para o Rio de Janeiro, como: João Pernambuco, Jaime Florence - conhecido como “Meira”, que com o “Dino Sete Cordas” formou uma das mais duradouras duplas do violão da música brasileira e outros como: Luperce Miranda, Jackson do Pandeiro, entre tantos; Zé do Norte viu surgir a grande oportunidade de afirmação de seu talento, tendo nesse período de 1928 e até o final da década de 50, tido intensa participação na difusão da cultura e do cantar nordestino na antiga capital federal. 

Em Cajazeiras durante a homenagem no IX Festival de Arte da Paraíba


RETORNO AS ORIGENS

Zé do Norte só voltou a sua terra em 15 de setembro de 1985, quase 60 anos depois, para ser homenageado como patrono do IX Festival de Arte da Paraíba, que naquele ano era realizado em Cajazeiras. Quase despercebido, em função de o evento ter sido realizado três meses antes das comemorações natalinas. Durante a semana do festival algumas atividades foram feitas na cidade para marcar aquela que seria a data de 90 anos de Alfredo Ricardo do Nascimento e a comemoração do seu retorno a cajazeiras. Para os que acompanharam a programação do evento, uma pergunta carregada de curiosidade calou a boca de muita gente. Quem seria ele? Mesmo que dissessem se tratar de Zé do Norte, outros tantos perguntariam, quem é, que importância ele teria para receber tal honraria?

“Ser chamada a Cajazeiras como patrono do IX Festival de Arte da Paraíba é a maior alegria de toda a minha vida. Quando recebi a notícia passei uma meia hora sentado sem sequer conseguir me levantar de tanta emoção. Pensei até que o coração fosse parar, principalmente por me encontrar convalescendo de um enfisema recente.” Afirmou o compositor.

Capa dos livros "Memorias de Zé do Norte" e "Brasil Sertanejo"


O GOSTO PELA LITERATURA

Na sua minúscula produção literária, porém grande na importância que foi no conjunto para a contribuição do conhecimento da música e da cultura regional nordestina, ainda desconhecida nos grandes centros na época em que viveu, Zé no Norte deixou três livros publicados. O primeiro que foi lançado em 1948, no Rio de Janeiro pela Asa Artes Gráfica, com o título "Brasil Sertanejo", traz em seu conteúdo, histórias, curiosidades, cantigas, mentiras e anedotas; poemas e dialeto do universo cultural do sertão do Nordeste. O segundo foi “O lobisomem de Cajazeiras", que na época não passou pelo crivo oficial dos conselhos editoriais vigentes. Livro esse que segundo comentários feitos na imprensa carioca, teria sido plagiado por autores de textos teatrais e de novelas de TV, com nome de outros autores. O livro só foi editado em 1985, no Rio, pela Continental Editorial Ltda., juntamente com o terceiro livro, “Memórias de Zé do Norte”, um trabalho biográfico que fala de suas memórias no rádio e na música brasileira. Quando era perguntado sobre a imitação do seu romance “Lobisomem de Cajazeiras” em produções de teatro e televisão (como foi o caso da novela "Saramandaia" e a minissérie O Bem Amado - Rede Globo), ele sempre foi cauteloso na resposta, não preferindo afirmar nada, mas também não desmentia. Dizia apenas que um dia a verdade chegaria à tona.

Foto de Zé do Norte em Cajazeiras

A MÚSICA E A POLÍTICA.

Zé do Norte não se considerava um artista com visão política no sentido amplo do termo. Mas quando exprimia o seu pensamento sobre o assunto não transparecia ser um alheio e nem tampouco um revoltado. Parecia mais um conciliador diante das discussões políticos de sua época. A garganta seca, que falava de injustiças e disparidades era a mesma que entoava versos encantadores. Afirmava que era apenas consciente dos problemas nordestinos, principalmente o da sua terra natal. Não era um revoltado, mas tinha sede de justiça diante do despreza das questões sociais que afligia e que ainda permeia no seio de seus conterrâneos. Multiplicava esses sentimentos em versos de uma sutil aguçada crítica, cheirando a desabafo e questionamento.

“Até aqui não vi nada de novo nesse novo momento. O nordeste continua o mesmo. As crianças permanecem morrendo de subnutrição, a miséria corroendo a dignidade e a segurança do homem nordestino”.

Sobre a relação de sua obra com a problemática social do nordeste, escreveu a jornalista Mariana Moreira. (Jornal A União, Setembro / 1985).

“... A lâmina de sua poesia dissecando engrenagens opressivas, debruadas de mentiras sociais. No olhar seco de nordestino cedente de chuva e de justiça, o desencanto com a cresceste mudança do regime. Zé continua empenhado em grande parte de sua vida em criar. O tema, claro, é sempre o homem nordestino, o sertanejo que prepara a sua rocinha, vibra quando o açude bebe água e chora com a estiagem e o bicudo. Simbolicamente, nos versos que criou e musicou para riqueza do nosso acervo plural.” “Eu fui dançar / com sapato de algodão / o sapato pegou fogo / e eu fiquei de pé no chão”.

Alfredo Ricardo ou Simplesmente Zé do Norte, conservou com força até o último dia de vida o chapéu encravado na cabeça e provou que apesar de ter vivido intensamente com a cultura de uma região adversa da sua, nunca esqueceu os valores cultuais de sua terra e de sua gente. Quando era provocado sobre o que era ser nordestino, trabalhando numa região com modos e costumes diferentes do nordeste, buscando uma oportunidade num mercado dominado por artistas sulistas, ele dizia que do Sul Maravilha não se orgulhava de nada e que do sertão onde nasceu também nada perdia. Entendia como qualquer um que saiu do nordeste, a procura de uma vida melhor em outra região, que o nordeste era colônia do sul e que trabalhava para enriquecer o sul e que nem por isso se arrependia de lá residir e trabalhar.



MUSICOGRAFIA

A cronológica trajetória musical do cantor Zé do Norte e seu viés estão enraizados no cancioneiro popular nordestino. Uma música a florada nas noites de cantorias, repentes, toadas de vaqueiros e nas emboladas de cocos, que deram origem a uma escalada de ritmos bem conhecidos na musicalidade regional brasileira, principalmente no nordeste, como o baião, o xote e o xaxado. Gêneros musicais relativamente ricos em arranjos melódicos, de letras simples, porém carregadas de lirismo, muitos inspirados nos versos de cordéis que eram pendurados e vendidos nas feiras livres do interior da região onde viveu.

Esse estilo, carregados de cultura, estórias e lendas, muito comuns no jeito folclórico de contar os costumes do nosso povo. Esse modo de agir e viver ficaram enraizados no inconsciente de muitos artistas nordestinos  - principalmente no de Zé do Norte, que diante das dificuldades que a vida lhes reservou, era consciente que nem tudo estava perdido, e ao descobrir a sua particularidade musical, encontrou nela uma maneira para a sua entrada e uma posterior afirmação no competitivo mercado musical brasileiro.

Zé do Norte apesar de trazer aparente rude formação musical, tinha uma sensibilidade diversificada, peculiar nos artistas nordestinos e bem antes dos grandes nomes de ponta aportarem nos programas de auditórios das grandes estações de rádios do eixo Rio - São Paulo, ele - que havia chegado no Rio em 1926, já estava fazendo escola no meio artístico da antiga capital federal, levando a cultura do Nordeste ao conhecimento de um mercado restrito aos seus mitos e ícones. Saindo na frente, talvez, como princípio gerador dos furtos da música nordestina fora do seu habitar natural. Frutos esses que só apareceram com afinco, na virada dos anos 40 para os anos 50, com a difusão definitiva a partir de 1946, do “baião”, um ritmo cujas características lembram o coco, dança popular bastante conhecida dos nordestinos.

Esse nordestino interiorano ritmo onde o compositor foi beber foi trazido para os grandes centros e capitais do nordeste, através dos sanfoneiros, muitos deles de origem humilde, entre eles Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira e Zé Dantas, consagrados como seus principais divulgadores. Porém nessa linha, Gonzaga, Teixeira e Zé Dantas não estavam sós. Havia nessa fileira, correndo por fora outro compositor que embora menos aclamado entre os artistas sulistas, transportava em seu matulão, a musicalidade poética do sertão. Era Zé do Norte, que em 1950, despontava também com muito sucesso no meio musical, com o xote "Vamos rodar" e a valsa "Prazer do boiadeiro", ambas de sua autoria.

 


Nessa mesma época, outra canção colocava o se nome na fileira de nomes da música regional nordestina. A canção era “Mulher Rendeira”, que trazia no seu conteúdo versos alusivos e aos costumes do povo do nordeste e à cultura do cangaço, em particular a sua figura maior, Virgulino Ferreira da Silva (o lampião). “Mulher Rendeira” atingiu o sucesso absoluto na época, ficando mundialmente conhecia após ser incluída em 1953, na trilha sonora do filmo “O Cangaceiro”, de Lima Barreto.

E no Brasil, quem não conhece os versos de “Mulher Rendeira”. No nordeste, por exemplo, eles foram muitas vezes cantados pelos sertões nordestinos no tempo do cangaço ficando tão enraizados no imaginário coletivo, que muitos a tem como herança folclórica, de domínio público e autor desconhecido. Para alguns estudiosos da música folclórica nordestina, “Mulher Rendeira” seria um antigo tema popular, cercada pela lenda de que teria sido feita por Antônio dos Santos, o Volta Seca, um jovem integrante do bando de Lampião que se destacou entre os demais integrantes do grupo, por suas habilidades em criar versos e musicar os mesmos. O mérito do compositor Zé do Norte e a sua relação com a música, está o de ter dado a "Mulher Rendeira", uma adaptação com a manutenção de sua estrutura original, criando assim uma melodia fácil de cantar e aceitável ao gosto popular, caindo na graça do diretor Lima Barreto e finalmente inserida no filme juntamente com outras canções do compositor, como: “Sodade, meu bem, sodade", "Lua bonita" e o coco "Meu pião", com referências ao seu tempo de criança.


O certo é que a música "Mulher Rendeira", ganhou três versões na letra e que não há fatos que comprovem quais das três teriam a sua originalidade declarada. Na versão gravada por Zé do Norte e regravada por “Demônios da Garoa” a letra é poeticamente pobre se caracterizando apenas como uma sequência de refrões intermináveis e repetitivos. Na adaptação feita por Hervé Cordovil, a música traz uma letra mais inteligente, com uma poesia mais elaborada e trabalhada, que faz alusão ao local onde o compositor Zé do Norte nasceu, no caso, a cidade de Cajazeiras. Na versão cantada por Antônio dos Santos, o “Volta Seca” os versos são mais longos e os refrões mais curtos, caracterizando uma letra cheia de sentimentos e carregada de lirismo, atributos comuns no universo cultural do povo nordestino.


 MULHER RENDEIRA
(letra original gravada pelo grupo Demônios da Garoa)

Olé, Mulher Rendeira,
Olé mulhé rendá
Tu me ensina a fazer renda,
Eu te ensino a namorá.
Olé, Mulher Rendeira,
Olé mulhé rendá,
Tu me ensina a fazer renda,
Eu te ensino a namorá.
Olé, Mulher Rendeira,
Olé mulhé rendá,
Saudade levo comigo,
Soluço vai no emborná.
Olé, Mulher Rendeira,
Olé mulhé rendá,
Se você tá me querendo,
Vamo pra Igreja, vamo casá.
Olé, Mulher Rendeira,
Olé mulhé rendá,
E depois de nóis casado,
Vou pra roça, vou prantá.
Olé, Mulher Rendeira,
Olé mulhé rendá,
Tu me ensina a fazer renda,
Eu te ensino a namorá.
Olé, Mulher Rendeira,
Olé mulhé renda













MULHER RENDEIRA
(Adaptação de Hervé Cordovil)

Olê, Mulher Rendeira
Olê, mulher renda
Tu me ensina a fazer renda
Que eu te ensino a namorar
Lampião desceu a serra
Deu um baile em Cajazeira
Botou moça donzela
Prá cantar “Mulher Rendeira”
As moças da Vila Bela
Não tem mais ocupação
E só vivem na janela
Namorando Lampião















MULHER RENDEIRA
(Versão original feita por Antônio dos Santos, o “Volta Seca”)

Olê mulher rendeira
Olé mulher renda
E a pequena vai no bolso
E a maior vai num “imborná”
Se chorar por mim não fica
Só se eu não “pude” levar
O “fuzí” de lampião
Tem cinco laço de fita
No lugar que ele habita
Não “farta” moça bonita
Olé mulher rendeira
Olé mulher renda
A pequena vai no bolso
A maior vai num “imborná”
Se chorar por mim não fica
Só se eu não “pude” levar

Talvez sejam poucos os que se lembram do bom resultado que o filme trouxe para o cinema brasileiro, sendo considerado o melhor filme de aventura do Festival de Cannes. O premiado clássico de Lima Barreto contribui para que Zé do Norte ficasse conhecido no mundo inteiro - Europa, EUA, e Rússia, já que a fita foi vista em quase 80 países, atingindo a marca de 50 milhões de cinéfilos. Em “O Cangaceiro”, Zé do Norte foi responsável pela trilha sonora, teve ligeira participação em algumas cenas, e foi (a convite da escritora Raquel de Queiroz, então roteirista do filme) consultor de linguagem e costumes do nordeste. Na relação de Zé do Norte com o filme gerou uma ação na justiça em 1953, impetrada contra a empresa cinematográfica Vera Cruz. O AUTOR DE Mulher rendeira alegava na época que aquela companhia não havia incluído o seu nome na apresentação do filme. Na ação indenizatória, o autor da música pedia a justiça o pagamento de 300 mil cruzeiros.

Zé do Norte produziu cerca de 200 obras musicais, boa parte, resultado de um trabalho catalográfico. Dessa safra mais de 100 foram editadas e gravadas por grandes nomes da MPB. Em 1955 a cantora Inezita Barroso gravou "Mineiro tá me chamando", adaptação de Zé do Norte para tema do folclore mineiro. Dois anos depois, em 1957, Zé do Norte, gravou com seu Conjunto Nordestino os cocos "Mudança na capitá" e "Na Paraíba". No ano seguinte, com o mesmo grupo, gravou o coco "No boero da usina" e a toada "Vaca Turina". No final da década de 50, Luiz Vieira gravou o baião "Milho verde". Nos anos de 1970, o roqueiro Raul Seixas regravou a toada "Lua bonita".

Sua obra hoje é cantada no Brasil inteiro, embora nem sempre a fonte seja citada. Um exemplo claro está no disco "Transa", de 1972, de Caetano Veloso, a música "It's a long way" cita versos de Zé do Norte ("os óios de cobra verde/ hoje foi que arreparei / se arreparasse há mais tempo/ não amava quem amei (...) arrenego de quem diz/ que o nosso amor se acabou / ele agora está mais firme do que quando começou"), mas, nos créditos da música, tanto no disco quanto na homepage oficial do cantor, eles são colocados como da lavra do baiano.

Nesse leque das obras primas compostas por Zé do Norte, outra canção de sua autoria muito conhecida de todos nós é "Sodade, meu bem, sodade", considerada a sua primeira música, composta por motivo de uma desilusão amorosa, quando o artista tinha 11 anos de idade. A composição sofreu algumas modificações no ritmo quando Zé do Norte passou a trabalhar na Rádio Tupi. A toada “Sodade meu bem Sodade” foi gravada pela primeira vez pela atriz Vanja Orico, em 1953, também interpretada por nomes de ponta da MPB, como: Nana Caymmi e Maria Bethânia. A música "Meu Pião", lançada pelo cantor em 1971, se tornou bastante conhecida entre nós na voz de compositor pernambucano, Geraldo Azevedo.

Suas músicas, além de evocativa das coisas sertanejas, têm muito lirismo, como se vê em "Sapato de algodão (“ eu fui dançar/ com meu sapato de algodão/ o sapato pegou fogo/ eu fiquei de pé no chão"), outra, de versos singelos, que também é atribuída em várias regiões do Nordeste, como música do folclore, é "Lua bonita", (“Lua bonita, se tu não fosse casada/ eu comprava uma escada/ pra ir no céu te beijar/ e se colasse meu frio com teu calor/ pedia a Nosso Senhor/ pra contigo casar”), em parceria com Zé Martins, composta 1953.

Essas músicas fizeram grande sucesso e chegaram a serem gravadas no exterior. Por volta dos anos 60, no período mais fértil da carreira de Joan Baez, vários artistas, como Bob Dylan e a própria Baez foram encontrar no folclore americano e na música latina suas fontes de inspiração. E é num de seus primeiros discos, o "Joan Baez 5", que encontramos a música "Mulher Rendeira", com o título de "O Cangaceiro" e com Zé do Norte, com seu nome de batismo completo, Alfredo Ricardo do Nascimento. Nesse mesmo disco, Baez também gravou a "Quinta Bachiana", de Villa-Lobos. Zé do Norte foi um representante típico daqueles artistas enquadrados na definição de Tolstoi: "Sou universal ao falar de minha aldeia. Descreva sua terra e assim estarás descrevendo o mundo todo".



DISCOGRAFIA

A discografia do compositor Zé do Norte, é composta de três álbuns (Discos de carreira) em vinil (antigo LP) com os seguintes títulos: o primeiro foi gravado nos estúdios da Copacabana em 1957, tem o título “Cantos do Nordeste (Zé do Norte e Seu Conjunto Nordestino)” o segundo, lançado 1969 pela Chantecler, com o nome “Mulher Rendeira” e ultimo editado pela gravadora Bervely em 1973, como título de capa “Zé do Norte e Sues Guriatâs”. Além desses três LP’s acima citados, o cantor gravou (num total de 10) ao longo de sua carreira musical, uma série de compactos simples em 78 rotações. A começar com o disco edição em 1950 pela gravadora “Star”, que continha as músicas: “Roi roi” e “Zé das Alagoas” e terminando em 1960, com disco lançado pela gravadora Copacabana, cujo a edição trazia as canções: “Rock do matuto” e “Berimbau de baiano”. Zé do Norte participou ainda de dois discos coletivos. “Forró do Zé Tatu” - 1969 e “Lá no Norte” - 1973 lançados pelas gravadoras Chantecler e RCA Camden respectivamente. Em 2011, a cantora paraibana Socorro Lira, lançou com patrocínio do Banco do Nordeste, o CD Lua Bonita - Zé do Norte 100 anos. O disco que foi produzido entre os anos 2008 e 2010, para marcar o centenário de nascimento do cantor, contou com a participação especial de Elba Ramalho, Vanja Orico, Geraldo Azevedo, Sandra Belê e Zé Paulo Medeiros. 












ZÉ DO NORTE E SUES GURIATÃS.
AMCLP 5186. Disco (Lp - 78r). 1973 – Bervely

Músicas:
1. Portugal meu tataravô (Zé do Norte)
2. Rainha de tamba (Zé do Norte)
3. Vaqueiro novo (Julio Ricardo - Zé do Norte)
4. Caminhando com Deus (Zé do Norte)
5. São Jorge e a lua (Zé do Norte)
6. Mulher rendeira (Tradicional - Arr. Zé do Norte)
7. É de um lado só (Zé do Norte)
8. Uma esperança (Zé do Norte)
9. Jequitibá (Zé do Norte)
10. No reino de Iemanjá (Zé do Norte)
11. Brasil da integração (Zé do Norte)
12. Meu pião (Zé do Norte)













MULHER RENDEIRA
CMG 2514. Disco (Lp - 78r). 1969 – Chantecler

Músicas:
1. Balança rede (Waldemar Gomes - Zé do Norte)
2. Meu pião (Zé do Norte)
3. Lua bonita (Zé Martins - Zé do Norte).
4. Espingarda, pá (Tradicional do folclore nordestino - Arr. Zé do Norte).
5. Sapato de algodão (Zé do Norte).
6. Os retirantes (Zé do Norte - Péricles Salles)
7. Sem mulher não tenho sono (Zé do Norte).
8. Mulher rendeira (Tradicional - Arr. Zé do Norte).
9. Sodade, meu bem sodade (Zé do Norte).
10. Godero (Zé do Norte - Solange Andrade do Nascimento)
11. Côco de Amaralina (Zé do Norte - Raimundo Alves)

CANTOS DO NORDESTE (Zé do Norte e Seu Conjunto Nordestino)
CLP 2042. Disco (Lp - 78r). 1957 - Copacabana.

Músicas:
1. Vaca turina (Zé do Norte)
2. Penerando bagêre (Zé do Norte)
3. Mangabeira (Zé do Norte)
4. Passo preto anum mará (Zé do Norte - José Benvindo)
5. No boêro da usina (Zé do Norte)
6. Na Paraíba (Zé do Norte)
7. O Nordeste iluminou (Zé do Norte)
8. Mulé preguiçosa (Zé do Norte)

ZÉ DO NORTE.
78 RPM. Compacto Simples. 1960 - Copacabana
Músicas: 1. Rock do matuto (Zé do Norte) 2. Berimbau de baiano (Zé do Norte)
 ZÉ DO NORTE.
78 RPM. Compacto Simples. 1958 - Copacabana
Músicas: 1. No boero da usina (Zé do Norte) 2. Vaca turina (Zé do Norte)
ZÉ DO NORTE.
78 RPM. Compacto Simples. 1957 - Copacabana
Músicas: 1. Mudança na capitá (Zé do Norte) 2. Na Paraíba (Zé do Norte)
ZÉ DO NORTE.
78 RPM. Compacto Simples. 1955 - Todamérica
Músicas: 1. Côco de Macaíba 2. Meu baraio dois-dois
ZÉ DO NORTE.
78 RPM. Compacto Simples. 1955 - Todamérica
Músicas: 1. Três potes 2. Será que eu sou baiano?
ZÉ DO NORTE.
78 RPM. Compacto Simples. 1953 - RCA Victor
Músicas: 1. Mulher rendeira 2. Lua bonita
ZÉ DO NORTE.
78 RPM. Compacto Simples. 1953 - RCA Victor
Músicas: 1. Meu pião 2. Sodade, meu bem, sodade
ZÉ DO NORTE.
78 RPM. Compacto Simples. 1953 - Continental
Músicas: 1. Na fazenda do Ingá 2. Lagoa Javari
ZÉ DO NORTE.
78 RPM. Compacto Simples. 1950 - Star
Músicas: 1. Estrela D´alva 2. Cabra macho é Pernambuco
ZÉ DO NORTE.
78 RPM. Compacto Simples. 1950 - Star
Músicas: 1. Roi roi 2. Zé das Alagoas

COLETÂNEAS QUE O ARTISTA PARTICIPOU

LÁ NO NORTE - Vários Artistas
Disco (Lp - 78r). 1973 - RCA Camden

01. Último pau-de-arara
( ) Ary Lobo
02. 
Balancero da usina
(Abdias Filho - João do Vale) Marinês
03. 
Acorda Maria Bonita
(Volta Seca) Nerino Silva
04. 
Lá no norte
(Gilvan Chaves) Jair Alves
05
Lua bonita
(Zé do Norte) Zé do Norte
06. 
Forró do Zé Lagoa
(Gerson Filho - Chico Anísio) Chico Anísio e Nancy Wanderley
07. 
Súplica cearense
(Gordurinha) Nerino Silva
08. 
Pisa na fulô
(João do Vale - Silveira Júnior - Ernesto Pires) Ivon Cury
09. 
O vendedor de caranguejo
(Gordurinha) Ary Lobo
10. 
Dono dos teus olhos
(Humberto Teixeira) Jair Alves
11. 
Mambo do Ceará
(Catulo de Paulo - Roberto Silveira) Trio Nagô
12. 
Cabra da peste
(Luiz Gonzaga - Zé Dantas) Luiz Gonzaga
13. 
Vou pra caxias
(João do Vale - Ari Rangel de Sales) Ary Lobo

FORRÓ DO ZÉ TATU - Vários Artistas
Disco (Lp - 78r). 1969 - Chantecler

01. 
Forró do Zé Tatu
(Luiz Wanderley - Artis Artoni) Luiz Wanderley
02. 
Salada Nordestina
(Luiz Queiroga) Genival Lacerda
03. 
Balança a rede
(Zé do Norte - Waldemar Gomes) Zé do Norte
04. 
Só o amor vence o ódio
(Italúcia - Anastácia) Trio Caruaru
05. 
Fofoca
(Bernardo Silva) Zenilton
06. 
Côco da umbigada
(Luiz Wanderley - Nilton Del Soto) Luiz Wanderley
07. 
Sou tricolor
(Luiz Wanderley - Nilton Del Soto) Luiz Wanderley
08. 
Florisbela
(Bernardo Silva - De Castro) Genival Lacerda
09. 
Tomé lagoinha
(J. Cavalcante) Zé do baião
10. 
Pitiguari
(Lino Barros) Trio Caruaru
11. 
Saudade de Leopoldina
(Luiz Wanderley - Nilton Del Soto) Luiz Wanderley
12. 
Cantor famoso
(Genival Lacerda - Jacy Santos) Genival Lacerda

CANÇÕES DE ZÉ DO NORTE GRAVADAS POR INTÉRPRETES DA MPB.
Música - Disco - Ano - Interprete

A lua girou. Katxerê, 1997, Kátia Teixeira
Ciranda do Mar. Estradas, 1976, Paulo Diniz
I'm waiting (For your love) (Sodade meu bem sodade). Nalva, 1971, Nalva Aguiar
Lua Bonita. Bis - Raul Seixas, 2000, Raul Seixas
Lua Bonita. Série: 2 LPs em um CD. Uah - Bap'Lah - Béin - Bum! A Pedra do Gênesis, 1999, Raul Seixas
Lua Bonita. Palavra Nordestina, 2005, Fernando Rocha e Nonato Luiz
Lua Bonita. Se o rádio não toca..., 1995, Raul Seixas
Lua Bonita. A Pedra do Gênesis, 1988, Raul Seixas
Lua Bonita. Mulher Rendeira, 1969, Raul Seixas
Mãe do Ouro. A voz de Leny Eversong ,1956, Leny Eversong
Meu Pião. The Girl From Ipanema, 1997, Astrud Gilberto
Meu Pião. Palavra Nordestina, Fernando Rocha e Nonato Luiz
Meu Pião. Bicho de 7 Cabeças, 1979, Geraldo Azevedo
Minero tá me chamano. Inezita Barroso, 1961, Inezita Barroso
Mulher Rendeira. Free Bossa, 2000, Nouvelle
Mulher Rendeira. Brasil Musical - Série: Música Viva. Marco Pereira e Ulisses Rocha, 1996, Marco Pereira
Mulher Rendeira. Dança dos Quatro Ventos, 1994, Marco Pereira
Mulher Rendeira. Instrumental no CCBB, 1993, Canhoto da Paraíba / Zimbo Trio
Mulher Rendeira. Profissão: Música - Wagner Tiso, 1991, Wagner Tiso
Mulher Rendeira. Mistérios, 1989, Diana Pequeno
Mulher Rendeira. Violão Popular Brasileiro Contemporâneo, 1985, Marco Pereira
Mulher Rendeira. Chama, 1984, Hélio Delmiro
Mulher Rendeira. Maria Alcina, 1973, Maria Alcina
Mulher Rendeira. Autentico! - Bola Sete And The New Brazilian Trio, 1966, Bola Sete
Na fazenda do Ingá. Coisas do Meu Brasil, 1955, Inezita Barroso
Onde anda você. Cirandeira, 2001, Elba Ramalho
Rainha de Tamba. Ao Vivo, 1985, Alceu Valença
Rainha de Tamba. Um nordestino alegre, 1977, Jackson do Pandeiro
Sodade, meu bem sodade. Ribeirão encheu, 1995, Pena Branca e Xavantinho
Sodade, meu bem sodade. Amazônia, 1980, Nazaré Pereira
Sodade, meu bem sodade. Nazaré Pereira a L'olympia, 1981, Nazaré Pereira
Sodade, meu bem sodade. Retrospectiva em 5 Movimentos, 1995, Quinteto Violado
Sodade, meu bem sodade. Eduardo Araújo, 1972, Eduardo Araújo
Sodade, meu bem sodade. (Vinheta) Olho D'água, 1992, Maria Bethânia
Sodade, meu bem sodade. Palavra Nordestina, Fernando Rocha e Nonato Luiz
Sodade, meu bem sodade. Antologia do Baião, 1977, Quinteto Violado











DISCOS PRODUZIDOS EM SUA HOMENAGEM

LUA BONITA (Zé do Norte 100 anos)
CD gravado pela Fratore. Produzido com patrocínio do Banco do Nordeste entre 2008 - 2010 pela cantora Socorro Lira e lançado em 2011

Artistas convidados:
1. Elba Ramalho
2. Geraldo Azevedo
3. Sandra Belê
4. Vanja Orico
5. Zé Paulo Medeiros

Músicas:
1. Meu Pião (Zé do Norte)
2. Rainha de Tamba (Zé do Norte)
3. Flor do Campo (Zé do Norte) participação de Elba Ramalho
4. Mulher Rendeira (Zé do Norte)
5. Balança a Rede (Zé do Norte e Waldemar Gomes)
6. No Reino de Iemanjá (Zé do Norte)
7. São Jorge e a Lua (Zé do Norte)
8. Sodade, Meu Bem, Sodade (Zé do Norte) participação de Vanja Orico
9. Sapato de Algodão (Zé do Norte)
10. Vai Ver Que Chegou (Zé do Norte)
11. Lua Bonita (Zé do Norte e Zé Martins) participação de Geraldo Azevedo
12. O Poeta (Zé do Norte) participação de Zé Paulo Medeiros

Acima duas fotos pertencente ao acervo do Instituto Moreira Salles
A primeira, de 1940, da coleção Gilberto Alves e a Segunda
do arquivo de José Ramos Tinhorão




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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
..................................................................................................................................................
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. 
www.dicionariompb.com.br
FEITOSA, Enoque. www.canalnoite.com.br

MOREIRA, Mariana. Zé do Norte, o Sertão e a Sodade. Jornal A União, pág. 19, domingo, 15 de setembro de 1985.
TAPIOCA, Roberto. Lampião, o Mito. Olinda/PE, 10ª Ed. Do Autor. 2004
www.cliquemusic.com.br
www.brasilemvinil.com.br
www.mikkolee.hpg.ig.com.br
www.feiradolivrodosertao.com.br
www.https://ims.com.br/
https://ims.com.br/acervos/pesquise-nos-acervos/#fotografia





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3 comentários:

Francisco Rolim Sobrinho disse...

Meu Jesus, como foi muito importante o meu conterrâneo Zé do Norte!
Nunca imaginei que este homem nascido no interior da Paraíba, tivesse uma importância tão grande para a música brasileira e em especial a nordestina!
Estou muito feliz em conhecer um pouco de sua obra monumental!

Unknown disse...

Estou perplexa com tamanha herança cultural que Zé do Norte injetou na história Nordestina, paraibana e por que não dizer, de Cajazeiras. Não tinha ciencia de sua influencia na música nordestina. Conhecemos pouco sobre nós mesmos.

Francisco Cleudimar F. de Lira disse...

Zé do Norte mostrou as humilhações da aristocracia cajazeirense, que ele era possível de reverter a indiferença sofrida por setores da sociedade da cidade, que lhe negou uma oportunidade.