Lula ladeados por militantes da esquerda de Cajazeiras. (em pé - da direita para esquerda da foto)
Eugênio Alencar, Eliane, Lúcio Vilar, Gutemberg Cardoso, e "ele" - Lula, Fábia Carolino, Fátima Elias
e Bosco Barreto. (Agachados - da direita para esquerda) Maria Marques, Céu - irmã de Eliane,
Eugênio Feitosa e Chagas Amaro.
Cajazeiras, sábado, 09 de agosto de 1980. O dia estava ensolarado e milhares de pessoas frequentavam a feira livre da cidade paraibana, que fica quase na divisa com o Estado do Ceará. Naquele dia, Cajazeiras recebeu a visita de uma liderança sindical emergente que, 22 anos mais tarde, seria Presidente da República: Luiz Inácio Lula da Silva.
Acompanhado do
integrante do Comitê Central do PCR (Partido Comunista Revolucionário),
Wanderly Farias (hoje jornalista), e do então suplente de senador pelo MDB
(Movimento Democrático Brasileiro), partido de oposição que foi sucedido pelo
PMDB, João Bosco Braga Barreto (já falecido), entre outras lideranças que
articulavam a criação do PT na Paraíba, Lula participou de uma manifestação
pública na feira de Cajazeiras.
Tudo foi acompanhado
por agentes infiltrados da Polícia Federal. O Presidente da República era o
general João Batista de Figueiredo, o governador da Paraíba era Tarcísio de
Miranda Burity e o Brasil estava na efervescência do fim do regime militar, o que
somente aconteceria cinco anos mais tarde, com a eleição de Tancredo Neves para
presidente, numa eleição indireta realizada no Congresso Nacional.
Lula com jovens militantes da esquerda da cidade de Sousa. Cezar Nóbrega (ao lado de Lula),
Antônio Pordeus (em pé ao lado de Cezar), João Marcelino (esquerda de Lula), Tadeu Sarmento (ao
lado direito de Lula), Maurílio Estrela (ao lado de Socorro), Marcos Figueiredo, Júnior Pordeus,
Paulo Figueiredo, Socorro Pinto, Antônio Nóbrega, Olavo Pordeus, Tito, Otacílio Trajano,
Inaldo Leitão, Jurandy Conçalves e Luiz Júnior.
Antônio Pordeus (em pé ao lado de Cezar), João Marcelino (esquerda de Lula), Tadeu Sarmento (ao
lado direito de Lula), Maurílio Estrela (ao lado de Socorro), Marcos Figueiredo, Júnior Pordeus,
Paulo Figueiredo, Socorro Pinto, Antônio Nóbrega, Olavo Pordeus, Tito, Otacílio Trajano,
Inaldo Leitão, Jurandy Conçalves e Luiz Júnior.
Mesmo assim, agentes do Serviço Nacional de Informação (SNI), do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) e da Polícia Federal estavam infiltrados em todos os movimentos sociais. Onde quer que ocorresse uma manifestação de protesto - estudantil ou sindical, os agentes de segurança estavam lá, fotografando, gravando, observando, anotando.
Eles monitoravam
os passos de quem quer que fosse suspeito de subversão. Subversiva era qualquer
pessoa que se opusesse ou fizesse qualquer crítica ao regime. E os subversivos
estavam sujeitos às penalidades impostas pelo Ato Institucional Nº 5 (AI-5).
Poderiam sofrer de intimidação a tortura, prisão e assassinato.
Nesta reportagem
o Correio revela, com base em documento fornecido pela Comissão Estadual da
Verdade e da Preservação da Memória da Paraíba, o teor de um relatório
confidencial elaborado pelo Serviço de Informação do Departamento de Polícia
Federal no Estado, em relação à visita do metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva
às cidades de Cajazeiras, Souza, Patos, Bayeux e João Pessoa nos dias 9 e 10 de
agosto de 1980.
O relatório é
datado de 13 de agosto de 1980. Foi enviado ao Centro de Informação da PF em
Brasília, ao SNI, ao 1º Grupamento de Engenharia e Construção em João Pessoa e
ao Centro de Informações da Secretaria de Segurança Pública da Paraíba. Uma
observação escrita em carimbo afirma: “Qualquer pessoa que tomar conhecimento
deste assunto fica responsável pelo seu sigilo”.
O relatório
confidencial sobre Lula diz que ele promoveu comício em praça pública, em
Cajazeiras, com cerca de 1.000 pessoas “a quem conclamou, logo de início, à
reação contra ações policiais que procuram reprimir protestos dos
trabalhadores”.
O relatório
afirma que Lula citou como exemplo de reação a passeata realizada no dia 1º de
maio de 1980, em São Paulo. O então operário, segundo o relatório, teria dito
no comício que, em virtude da insistência dos operários, os órgãos repressivos
foram obrigados a recuar e permitir a concentração em São Paulo.
Frisou (Lula)
ainda que, em hipótese alguma, o povo deve temer a ação policial, vez que
inexistem cadeias para todos e anunciou que, no próximo ano (1981), os
metalúrgicos do ABC (região paulista formada pelas cidades de Santo André, São
Bernardo do Campo e São Carlos) farão greve de 82 dias, a fim de provarem que o
Governo não tem forças e, consequentemente, cederá às exigências que lhe serão
impostas, afirma o relatório sigiloso da PF sobre Lula.
1980. Lula ladeado pelos radialistas Gutemberg Cardoso e Chagas Amaro
1980. Lula em entrevista para Radio Difusora. Foto: Diário do Nordeste
2020. em entrevista para Radio Arapuã. Jornalistas: Clilson Júnior,
Luis Tôrres e Gutemberg Cardoso. Foto: Radio Arapuã
1980. Lula em entrevista para Radio Difusora. Foto: Diário do Nordeste
Luis Tôrres e Gutemberg Cardoso. Foto: Radio Arapuã
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