por: Cleudimar Ferreira
M E M Ó R I A (Em fotos)
Nos tempos da Varig em Cajazeiras era assim: Você pegava o avião no hoje desativado Aeroporto Antonio Tomaz e rumava para o sul do país. Bastava ter dinheiro. E muito dinheiro. E olhe... naquele tempo o tempo era mais atrasado do que o de hoje. Um motivo para se refletir e fazer as seguintes perguntas a quem poder responder: "porque Juazeiro do Norte/CE, atravessou o tempo, chegou a modernidade de hoje sabendo manter a sua linha aérea regular de passageiros e Cajazeiras não? será que foi um vacilo dos nossos representantes? da nossa inoperante classe política?"
Pois bem, estas belas imagens, representa os anos dourados da nossa Cajazeiras. Elas mostram
como se ostentavam na década de 50 - precisamente 1955, uma parte da sua privilegiada
sociedade. Aquela que detinha na época o poder da cidade. As imagens foram
produzidas no antigo Aeroporto Antônio Tomaz, quando nesse aeroporto havia uma
linha regular, operada por aviões bimotores DC 3 possantes e seguros da Varig e da empresa Viação Real.
Os voos com escala em Cjazeiras, saiam do Recife/PE; com destino a Fortaleza/CE e chagavam em São Luiz/MA. Linhas diretas, com bilhetes que eram vendidos pela empresa
Carvalho Dutra Comércio, com quiche instalado na Praça João Pessoa, centro comercial de Cajazeiras. Um funcionário do quiche, Luiz Cabrinha, vendia os bilhetes e levava os
passageiros até o avião com destino direto para Fortaleza, Campina Grande ou Recife.
Chagada da Miss Cajazeiras de João
Pessoa. Dr. Ruy Formiga,
Dorinha Arruda, seu Hernane, Marta (a miss), seu pai,
Chico Rolim e Porssidônio.
A primeira, mostra o então prefeito da cidade, na época,
Arsênio Rolim Araruna e sua esposa Idelzuíte Meireles Araruna, ladeado por
familiares, momentos depois de desembarcarem no aeroporto cajazeirense, vindos
de São Paulo. A segunda, mostra Seu Leitão, outra figura representativa da
elite de Cajazeiras, bastante conhecida na cidade, rodeados de correligionários,
quando desembarcava ou se preparava para embarcar num avião da Real em nosso aeroporto. E a ultima, terceira, destaca também Seu Leitão e Benvinda a lado de Ivon Gomes e Rosa e logo abaixo, o Sr. Alcindo Xavier.
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Alunas do Colégio Nossa Senhora de Lourdes em visita ao Aeroporto Antônio Tomaz, nos anos 50.
próxima a escada do avião o atendente, Luiz Cabrinha (filho domaestro Esmerindo Cabrinha). Ele vendia elevava os passageiros até o avião. Fotoacervo: Francelino Soares
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Embarque para lua de mel do casal Dr. Zuca Moreira, sua esposa Lourdes. O demais da foto: Alvino, Tereza (Tetê), Espedito Queiroga, Adalto Vieira, Nonata Claudino e Gonçalo Pinheiro. Foto de Mazzarelle Morira Pinto. |
O A E R O P O R T O (A História)
O Aeroporto Antônio Tomaz ou Campo de Aviação como era carinhosamente chamado pelos cajazeirenses, tinha essa denominação em homenagem ao seu primeiro aviador, o Senhor Antônio Tomaz, proprietário do primeiro avião bimotor de Cajazeiras. Ficava na região sudoeste da cidade, mais precisamente no bairro de Capoeiras, saída para cidade de São José de Piranhas. Durante um bom tempo foi o principal aeroporto de Cajazeiras. Nas três imagens abaixo, podemos ver dois momentos distintos do velho e histórico aeroporto. As duas primeiras, mostram um grupo de operários trabalhando na construção da pista de pouso e decolagem. A terceira, uma recorte de jornal que apresenta um dos balancetes com percentual de voos de embarques e desembarques no ano de 1966 e nos meses de janeiro, fevereiro e março de 1967. O já extinto aeroporto teve sua construção iniciado no início da década de 50, através de empenhos do então Ministro de Aviação e Obras Públicas, José Américo de Almeida.
Entre os operários, podemos destacar os senhores Severino
Cordeiro, Arsênia Araruna e Zé Coração. Foto de
Amilton Gomes Amorim
Demonstrativo do Balancete Financeiro
de embarques e desembarques
Antônio Tomaz (piloto homenageado)
O A E R O P O R T O (Os fatos e os acontecimentos)
POUSO FORÇADO EM CAJAZEIRAS. Sonival
Moreira dos Anjos, conta uma história, sobre um pouso forçado, de um avião da
Varig, em Cajazeiras, em 1965. Eu estava na casa de vovô Antônio Francisco, era
oito horas da noite e, de repente, a Difusora Rádio Cajazeiras, interrompeu a
programação e passou a transmitir, ao vivo, o pouso forçado de um avião.
Minutos antes do pouso, tinha faltado energia em toda a cidade e, como o
aeroporto, naquela época, não tinha energia própria, tinha se instalado um
caos. O avião precisava pousar de qualquer jeito, certamente, não tinha
combustível para ir para outro lugar, pois, este é o procedimento correto e nem
o aeroporto dispunha do sistema de pouso por instrumentos. A transmissão da
rádio era feita com alto grau de dramaticidade, tipo: "É pousar agora ou
daqui a pouco no chão e amanhã debaixo do chão". A pista precisava ser
iluminada, em questão de minutos, caso contrário, seria uma tragédia na certa.
Foi aí, que o radialista convocou todos os taxistas e proprietários de automóveis,
para fazerem este serviço. Apareceu carro aos montes, que foram posicionados
com os faróis acessos, de tal forma, que toda a pista pode ficar clara dando
visibilidade ao piloto, que pousou sua aeronave com relativa segurança. No
outro dia, é claro, o piloto e alguns passageiros ilustres, estiveram na rádio,
no horário do noticiário, comentando o acontecido e agradecendo ao povo de
Cajazeiras, pela generosidade que tinham feito. Talvez, ninguém tenha feito uma
filmagem do evento, más, com certeza, existe registro em jornais. Foi de
arrepiar os cabelos... E, como foi!
Relato contado pelo senhor Sonival Moreira dos Anjos, transcrito por José Pereira de Sousa Filho.
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