por Eduardo Pereira.................................................................
No último dia 23 de dezembro tive a oportunidade de assistir
a um concerto de música clássica em Cajazeiras. Mais precisamente em frente à
Prefeitura Municipal, exatamente onde antigamente se realizavam as
concentrações do sete de setembro e ouvíamos as bandas de músicas dos colégios
da cidade e mais a do Tiro de Guerra rufarem seus taróis e soarem seus
trompetes.
Os realizadores tiveram a preocupação de colocar muitas
cadeiras para o público apreciar o espetáculo confortavelmente, mas mesmo assim
ainda ficou gente em pé, o que não retirou o brilhantismo do show. A ficha
técnica de cada música era informada por uma apresentadora e o público ouviu
atentamente o repertório e aplaudia a cada término de música. Foi anunciado que
havia um componente do grupo de apenas 12 anos de idade. Que muitos garotos
nessa faixa de idade se matricule nesse projeto para termos futuramente nossa
Orquestra Sinfônica de Cajazeiras.
Através do PRIMA – Programa de Inclusão Através da Música e
das Artes, promovido pelo Governo do Estado da Paraíba, que é inspirado no
Sistema de Orquestras Juvenis da Venezuela, criado em 1970, é concedido
instrumentos musicais à prefeitura para a garotada integrada à orquestra se
dedique a essa vertente musical, o que diferencia totalmente da massificação do
forró e do carnaval, que seguem seus rumos normalmente. Cajazeiras e mais uma
dezena de outras cidades paraibanas, aproximadamente, se beneficiou dessa ideia
genial do governo estadual. Quem sabe futuramente veremos no calendário
nacional de música clássica, a exemplo do Festival de Inverno de Campos do
Jordão, um dos festivais mais importantes de música clássica, teremos o
Festival de Verão de Cajazeiras. A caminhada começa com o primeiro passo, já
disse alguém sabiamente.
Que não se duvide dessa ideia da orquestra de música
clássica cajazeirense, pois se puxarmos pelo cordão da memória nos depararemos
com a inovação da banda de música exclusivamente feminina Santa Cecília, criada
na década de setenta pelo saudoso maestro Esmerindo Cabrinha, a quem conheci
proximamente, pois éramos vizinhos e já falei dele em textos antigos aqui
publicados.
Com a criação do Museu da Cidade, já estabelecido em lei;
com a ampliação do Teatro Ica prestes a ser concluído, assim espero; e agora essa
perspectiva da música clássica, teríamos um tripé cultural que daria
credibilidade a algum empresário arriscar na construção de uma sala de cinema,
já anunciado há algum tempo mas até agora não concretizado.
Será que estamos vislumbrando para Cajazeiras, além do polo
educacional já consolidado, um polo cultural de base sólida?
Teatro, museu, cinema, música clássica, universidade, sete
emissoras de rádio, um jornal impresso semanal, uma TV online expandindo cada
vez mais sua grade de programação, rede hoteleira expressiva para comportar
turistas... É ou não é um polo cultural?
Sim, já sei, você, caro leitor, está querendo me lembrar que
faltou algo muito importante. Lógico que eu me lembrei. Aí seria fechar com
chave de ouro: O aeroporto!
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