fonte: historiacajazeiras.blogspot.com.br
Hoje, com a
BR-230 chega-se a Cajazeiras, mesmo por via terrestre, é questão de horas. D.
Moisés, entretanto, teve que seguir longo e penoso itinerário, durante 10 dias,
usando os mais variados tipos de transportes para alcançar a sede diocesana.
Para tomar posse, fez uma longa viagem – de navio, de trem e a cavalo – de Cabedelo a Fortaleza, de Fortaleza a Iguatu, de Iguatu a Cajazeiras, respectivamente –, chegando a Cajazeiras no dia 28 de junho de 1915. Na manhã do dia seguinte, 29 de junho, às 10 horas, na Catedral de Nossa Senhora da Piedade, tomou posse do Governo da Diocese de Cajazeiras.
Saiu do Porto de
Cabedelo, pela manhã do dia 17 para somente dar entrada em sua cidade, ao cair
da tarde de 27 de junho. Viajou de navio até Fortaleza e dali a Iguatu, pela
estrada de ferro. De Iguatu a Cajazeiras venceu a cavalo, 25 léguas, ou seja,
150 quilômetros. É interessante não esquecer que 1915 foi ano de estiagem e “a
paisagem geográfica e humana, segundo relata o Cônego Lima, confrangia o
espírito.
A seca havia
calcinado os campos do sertão e jogado pelas estradas, famintos, andrajosos
grupos de flagelados mendigando o pão...”. E aquela visão de fome e de miséria,
aliada à insegurança gerada pelo banditismo dominante na região, fez o Bispo
retomar a ideia da cruz e repetir, em seu discurso de agradecimento: “Meu
programa é o da crus. Minha missão é de paz e harmonia, tanto quanto me
permitirem as minhas forças”
Moisés Sizenando
Coelho (Cajazeiras, 8 de abril de 1877 – João Pessoa, 18 de abril de 1959) foi
sacerdote e bispo da Igreja Católica, na Diocese de Cajazeiras e na
Arquidiocese da Paraíba, ambas da Província Eclesiástica da Paraíba, no Brasil.
Vida religiosa –
Concluiu seus estudos eclesiásticos no Seminário Arquidiocesano da Paraíba, em
João Pessoa, sendo ordenado sacerdote em 1 de novembro de 1901. Assumiu a
partir daí a função de Diretor Espiritual do seminário.
Foi nomeado primeiro Bispo de Cajazeiras em 16 de novembro de 1914, pelo Papa Bento XV, e ordenado
em 2 de maio de 1915, na Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves. O lema
episcopal escolhido foi: “Dominus iluminatio Mea” (O Senhor é minha luz).
Governou a
Diocese por 17 anos. Criou, instalou e consolidou as seguintes associações
religiosas para leigos: Congregação Mariana, para moços; Apostolado da Oração;
Circulo Operário São José, para operários; Mães Cristãs, para as mães de
família; União de Moços Católicos para homens e rapazes; e Legionários de São
Luiz, para meninos e adolescentes; as quais transformaram substancialmente a
vida social e religiosa da cidade.
Na educação, restaurou o Colégio Diocesano Padre Rolim; e criou e instalou a Escola
Normal, cuja direção entregou às Irmãs de Santa Doroteia. Apoiou o semanário “O Rio do Peixe”, fundado pelo Doutor Ferreira Júnior, tornando-o “Órgão oficial do Governo da Diocese”. Fundou a Caixa Rural de Crédito Agrícola. Construiu o Prédio Vicentino e o Palácio Episcopal, iniciando e mantendo um serviço de assistência social aos pobres da região, com distribuição de esmolas em víveres e dinheiro, todas as quintas-feiras, na própria residência episcopal.
Como marca de sua administração e registro histórico de sua ação a frente do bispado cajazeirense, reproduzimos um consentimento pastoral datado de 04 de novembro de 1918. "Fazemos saber que, tomando em consideração a distância em que se acha a parochia, de S. João do Rio do Peixe desta sede episcopal, havendo por bem conceder ao seu respectivo parocho, como pela presente o faremos, a devida licença para, sempre que houver necessidade, administrar solenemente os Sacramentos do Baptismo e do Matrimônio, em légua ou menos, e de capela ou oratório público meia légua ou menos [...] O Revmo. Vigário, porém, exhorte sempre a seus parochianos afim de os referidos Sacramentos serem, quando possível, administrados na matriz."
Na educação, restaurou o Colégio Diocesano Padre Rolim; e criou e instalou a Escola
Normal, cuja direção entregou às Irmãs de Santa Doroteia. Apoiou o semanário “O Rio do Peixe”, fundado pelo Doutor Ferreira Júnior, tornando-o “Órgão oficial do Governo da Diocese”. Fundou a Caixa Rural de Crédito Agrícola. Construiu o Prédio Vicentino e o Palácio Episcopal, iniciando e mantendo um serviço de assistência social aos pobres da região, com distribuição de esmolas em víveres e dinheiro, todas as quintas-feiras, na própria residência episcopal.
Como marca de sua administração e registro histórico de sua ação a frente do bispado cajazeirense, reproduzimos um consentimento pastoral datado de 04 de novembro de 1918. "Fazemos saber que, tomando em consideração a distância em que se acha a parochia, de S. João do Rio do Peixe desta sede episcopal, havendo por bem conceder ao seu respectivo parocho, como pela presente o faremos, a devida licença para, sempre que houver necessidade, administrar solenemente os Sacramentos do Baptismo e do Matrimônio, em légua ou menos, e de capela ou oratório público meia légua ou menos [...] O Revmo. Vigário, porém, exhorte sempre a seus parochianos afim de os referidos Sacramentos serem, quando possível, administrados na matriz."
Em abril de 1932
foi transferido para a capital do Estado, tomando posse como Arcebispo Titular
de Barea e Coadjutor da Arquidiocese da Paraíba. Tomou posse como Arcebispo da
Arquidiocese da Paraíba em 1935, permanecendo na função até sua morte.
Referência:
Prof. Cônego Major PM Eurivaldo Caldas Tavares. "Perfil Biográfico de Dom Moisés Coelho”. p.51, 1977.
Nenhum comentário:
Postar um comentário