* José Antônio de Albuquerque
para: Gazeta do Alto Piranhas, ed. 280, 23 a 29/04/2014
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Numa revista, edição especial,
comemorativa do bicentenário de nascimento de Padre Rolim, publicada no dia 22
de agosto de 1999, existe uma informação de que teria sido no dia 22 de abril
de 1903, que o Diretor da Faculdade de Medicina da Bahia conferia o grau de
doutor a José de Sousa Maciel, aprovado com distinção ao defender a sua tese
“Há Orquite1 de Esforço?”. Com este diploma, José de Sousa Maciel se tornou o
primeiro Cajazeirense a ser titulado em medicina.
Num livro publicado por Higino
Brito, em 1978, que foi seu trabalho apresentando à Docência da disciplina de
História da Medicina, do Departamento de Medicina Interna do Centro de Ciências
da Saúde da Universidade Federal da Paraíba, ele fornece outra data da colação
de grau em medicina a José de Sousa Maciel: 12 de agosto de 1903, confirmada no
livro “História da Medicina em Cajazeiras” de Luiz de Gonzaga Braga Barreto,
publicado em 1995, pela Editora Universitária da Universidade Federal de
Pernambuco.
José de Sousa Maciel nasceu na
Fazenda Catolé, município de Cajazeiras no dia 27 de agosto de 1876. Filho de
João de Sousa Maciel (que é nome de Rua em Cajazeiras) e Maria Benvinda de Lima
Maciel. Seus pais queriam que ele fosse
padre. Foi estudar no Seminário São José, no Crato. De férias seu pai o mandou
vender uma quantidade de algodão em Campina Grande. Nesta viagem ele vendeu o
algodão, os burros e os cavalos, juntou o dinheiro e fugiu para a Bahia. Tinha
um desejo a cumprir: ser médico. O velho pai só lhe perdoou a rebeldia muitos
anos depois.
A primeira batalha vencida. Formado
médico, não voltou para Cajazeiras. Foi trabalhar em Itabaiana. Em pouco tempo
firmou-se no conceito público como profissional da medicina. Migrou para João Pessoa onde como
obstetra alcançou muita reputação.
Como homem público, elegeu-se
vereador em 1928, pelo Partido Democrático. Em 1935, pelo Partido Progressista,
que ajudou a fundar, foi eleito deputado estadual. Foi deputado estadual por
duas vezes, Presidente da Assembléia Legislativa e Governador do Estado (11 de abril
de 1936), durante afastamento do seu titular.
José de Sousa Maciel é ainda
reconhecido como homem de letras, jornalista e orador. Higino Brito em seu
livro destaca o orador José Maciel: “teve, impossível esconder, sob este
aspecto, méritos definidos e incontestáveis. Não se marcava pelas
características do seu tempo, ou seja, arroubos de eloquência, gesticulação
desordenada, voz retumbante. Definiu-o a lógica da argumentação, a segurança da
frase, a tranqüilidade do raciocínio, a dicção perfeita”.
José de Sousa Maciel faleceu em
João Pessoa em sete de abril de 1959, com 82 anos de idade. O único reconhecimento de
Cajazeiras ao seu ilustre filho, que além de médico, foi vereador, deputado
estadual, governador do Estado, jornalista, grande orador e escritor é o nome
dado ao Hospital Regional de Cajazeiras.
Este resgate só aconteceu em 1985,
quando da reforma do Hospital Regional de Cajazeiras, no Governo de Wilson
Leite Braga e o diretor era o médico José de Sousa Bandeira.
1 Orquite:
Trata-se
da inflamação do testículo (congestão testicular) e pode ser motivada pelos
mais diversos fatores tais como vírus, parasitas, traumas, espiroquetas.
2 comentários:
Vejo na pessoa Luiz de Gonzaga Braga Barreto, um médico escritor que valorizou a história da Medicina em Cajazeiras, num estudo demorado e minucioso para que as informações trazidas fossem verdadeiras. Destacado como médico escritor, ex-presidente por dois biênios da SOBRAMES (Sociedade Brasileira de médicos Escritores). Em Pernambuco tomou posse na academia de Escritores na Oitava Cadeira de imortais. Na sua terra foi lamentável a sua não inclusão na ACAL.
As indicações das cadeiras e também dos imortais que a ocuparam, me parace, poso está enganado, foi feita com algumas falhas, que indicam uma inclinação por critérios tradicionais aristocráticos e/ou politico. Já que nomes importante das letras e das artes da cidade não foram inclusos e nomes com baixa expressão intelectual/artístico/literário foram equivocadamente inclusos.
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