sábado, 24 de maio de 2014

Eles, a frente do tempo.


Padre Inácio de Souza Rolim. Educador, autor
de uma Gramática Grega.

Através da inteligência de seu povo, a cidade de Cajazeiras sempre estive em consonância com as mudanças proporcionadas pelo tempo. Muito além disso, talvez tenha sido destaque no seu meio social, a maneira de agir, pensar, formar conceitos e revelar talentos de sua gente. Seja em qual área social for esses talentos sempre estiveram presentes.

A sua tradição mostrou através de sua história, essas pretensões a partir dos destaques de sues principais personagens. Quem não se lembra do seu mais ilustre de todos, o Padre Inácio de Sousa Rolim, que de olho no futuro, construiu o primeiro colégio do sertão e como educador que era, identificado também com as ciências naturais, chegou a escrever uma Gramática Grega, impressa em Paris, em 1856. Outro personagem também bastante conhecido de sua população, foi o Senhor Inácio Assis. Apelidado de Professor Pardal, o mesmo misturava seus dons de inventor com os conhecimentos de eletrônica. No caso de Inácio Assis, o principal destaque que marcou a sua investida como suposto inventor, não foi os seus dotes nessa área. 

O inventor Inácio Assis - o professor Pardal da cidade

Na década de 70, um fato inesperado ocorreu em um dos três cinemas da cidade - o Cine Teatro Apolo XI. Acontecimento esse, onde o conhecido Professor Pardal passou naquela época, a ser o principal destaque nas páginas dos jornais do Estado e até na mídia nacional. Nesse caso, foi o lamentável e trágico episódio que ocorreu no Cine Teatro Apolo XI, cujo uma bomba relógio explodiu matando dois funcionários do cinema. A ocorrida explosão no cinema, marcaria para sempre a vida do principal inventor da cidade, já que o mesma passou ser para os investigadores, um dos suspeitos de ter ligação direta com o fato.  Assim sendo, o inventor teve que explicar para os policiais federais que o interrogava, o tipo de bomba que havia explodido no referido cinema. Segundo se comenta, Inácio Assis foi dispensado no primeiro interrogatório. E sobre o caso, após ser livre dos policiais, o Professor Pardal comentou o fato com a seguinte frase: “Se eu fizesse uma bamba, não tinha ficado nenhum tijolo inteiro.”

Antônio Tomaz e seu aviãozinho.

Outro cidadão cajazeirense que merece destaque e que ousou acompanhar o tempo com mais irreverencia, foi Antônio Tomaz dos Santos. Tomaz que mais cajazeirado do que cajazeirense, já que suas raízes naturais eram do Rio grande do Norte, morava na Rua Tenente Arsênio, foi o primeiro homem simples da cidade a pilotar um avião monomotor - o único que existia em Cajazeiras e que segundo informações, antes de ser construído um abrigo definitivo para aeronave, o seu teco-teco (como era chamado o aviãozinho) ficava debaixo de uma oiticica próxima a pista de pouso.

Conhecido como Antônio Pão Doce, Antônio Tomaz, passou um bom tempo de sua vida exercendo a atividade de caminhoneiro, misturava a habilidade de piloto com o oficio de mecânico - ele mesmo era quem consertava o seu avião e botava a aeronave no ar. Simpático e atencioso com todos, Antônio Tomaz que aparentava ter 70 anos de idade era um sonhador.

Relatos de pessoas que viveram próximas de Antônio Tomaz, afirma que ele tinha a mania de observar atentamente o voo dos urubus. Sempre, que ia a Campina Grande, Antônio Tomaz, visitava o aeroclube, para observar os ultraleves e os aviões pequenos. Determinado como era, tempos depois, conseguiu obter o brevê (Habilitação de Piloto), e trabalhar em uma empresa do Recife, pilotando um pequeno avião, que transportava pagamentos de funcionários. Mais tarde, a empresa adquiriu um avião de grande porte e vendeu o pequeno para ele. Com a aquisição da sua primeira aeronave, começa a história da aviação cajazeirense.

Um homem a frente do seu tempo. Faleceu em decorrência de um acidente com seu avião modelo PIPER PNA 12, fabricado em 1946, na década de 60 - em 25 de maio de 1967 no município de Catolé do Rocha/PB. Em sua homenagem, a sociedade cajazeirense batizou a sua principal pista de pouso, hoje desativada, de Aeroporto Antônio Tomaz. Uma justa homenagem ao nosso primeiro piloto aéreo a desenvolver a aviação comercial em Cajazeiras e alto sertão.





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