TELMA CARTAXO: A sua relação com as Artes Plásticas em Cajazeiras.
p o r : C l e u d i m a r F e r r e i r a
Na história recente das artes plásticas em Cajazeiras,
nenhum outro nome apareceu com destaque quanto o de Telma Rolim Cartaxo. Pode atá haver outros nomes bem mais atuantes e, com desenvolturas melhor na produção da arte local. Porém, Telma
foi e ainda é com honras, o que podemos chamar de realce maior das artes
visuais do sertão paraibano. Não só pela sua abnegada determinação em criar
condições para a produção das artes visuais na transitória década de 80, mais também por seu
empenho em outros momentos, em buscar meios que favorecesse o desenvolvimento
dessa linguagem, ou que consolidasse as descobertas de novos talentos e a posterior
divulgação desses novos artistas no acanhado mercado das artes da Paraíba.
Para que seus propósitos fossem referendados pela classe
cultural cajazeirense, Telma fez em 1978, o que nem todo ser consciente fazia:
trocar o promissor e rendável centro de arte paulistano, por uma, até então aventura
arriscada de voltar a sua terra natal para emplacar uma política cultural no
campo das artes visuais, num terreno adverso, carente dessa linguagem, porém ainda tímido e pouco produtivo no que concerne a criação artística visual, habituado com o
persistente trabalho de Ubiratan Assis e Íracles Pires com as artes cênicas e
com outras habilidades artísticas consolidadas na cidade, como foi o caso do movimento
musical gerado a partir dos festivais da canção, que revelou talentos como Bá Freire, Otacílio Trajano, Camilo e Riba, e
mais tarde com o cinema, tendo a frente o cineclube Vladimir Carvalho e sua política de valorização do cinema de arte, pouco exibidos nos três cinemas que havia na cidade.
Foi nesse seara que Telma Cartaxo desembarcou.
E desembarcou bem. Como ela própria afirmou em entrevista para o jornal a
União, em 18 de junho de 1978: “meus planos para o futuro são feitos de sonhos”. Um desses sonhos da artista paraibana, seria a realização do I Salão Oficial de Arte Contemporânea
de Cajazeiras. Um projeto ambicioso e arrojado que envolveria um número grande de artistas anônimos, desconhecidos no restrito movimento das artes na Paraíba e que acenderia a luz que faltava para o reconhecimento da produção do interior, em todo Estado.
A sua ida a São Paulo, se deu por volta de 1972 a 73. Na
capital paulista, a artista natural de Cajazeiras, lutou com todas as forças
para se firmar no cenário das artes visuais nacional. Segundo Telma, a sua maior dificuldade foi não ter um currículo oficial. Fora o seu
talento, o que resguardou sua estadia no meio artístico em São Paulo, foi uma
apresentação dos seus trabalhos feita pelo Artista Plástico Raul Córdula e uma
carta de apresentação, que o também artista contemporâneo Chico Pereira fez
para o presidencia da Associação Internacional de Artes Plásticas (AIAP), na
época, ocupada por Lucilia de Toledo Mezzotero.
Com seu carisma de nordestina e com a delicada temática que
explorava em sua pintura, retratando a leveza enigmática de peixinhos inofensivos
e coloridos, com suas algas e aquários anilados, Telma Cartaxo ao lado da
pintora Vilma Ramos, foi conquistando aos poucos os espaços e o público na Praça
da República, se firmando cada vez mais no mercado paulistano e
conseqüentemente, conhecendo pessoas importantes do cenário artístico nacional,
como foi o caso da cantora Elis Regina.
Entretanto, tudo isso foi em vão quando a saudade de sua
terra se juntou com a necessidade de criar uma política de valorização para
produção das artes visuais na cidade de Padre Rolim. E foi justamente por essa visão que Talma Cartaxo
trocou o sul pelo Nordeste. Já desembarcou na cidade como curadora do I Salão
Oficial de Arte Contemporânea, um evento que marcaria a definitiva arrancada
das artes plásticas no sertão paraibano.
Com a consolidação do Salão Oficial de artes, veio logo
depois a implantação do Núcleo de Arte Contemporânea (NEC), órgão vinculado ao
instinto Campus V da UFPB. O antigo NEC/UFPB passou a desenvolve um trabalho focado no incentivo ao desenvolvimento da produção artística que incluiu as linguagens cênicas, musical, as
artes visuais e também o artesanato. Na parte das artes visuais, sobre a responsabilidade
de Telma; o trabalho intenso do atelier instalado no prédio da antiga FAFIC se
concentrou durante os anos 80, na busca de novos talentos, através de intensivas
aulas e dicas, que a artista dava aos que no atelier chegavam.
O trabalho de
Telma afrente do antigo atelier do NEC, rendeu frutos e novos artistas plásticos foram surgindo, a exemplo de
Marcos Pê, João Braz, Ionas e muitos outros. Com eles vieram as exposições
anuais na Biblioteca Pública Municipal Castro Pinto; o primeiro Intercâmbio de artes entre as cidades
de Cajazeiras e Campina Grande e a participação de Cajazeiras na I Gincana
Cultural Descubra a Paraíba, com os artista da cidade indo a final numa
competição em João Pessoa.
REFERÊNCIAS DOS ANEXOS
1. A artistas plástica Telma Rolim Cartaxo no ambiente do Rotary Clube de Cajazeiras
2. Telma Rolim entre João Braz e Larrúbia Caldas. Depois, Cleudimar Ferreira e Salvino Lira. Pesquisa da arte em lameira de caminhão. Foto: Chico Pereira. Acervo: Cleudimar Ferreira.
3. I Fest Cajá. Telma Rolim, Lúcio Vilar e Rivelino. Entrevista para a rádio Cajazeiras
4. I Fest Cajá.Telma Rolim entre Lúcio Vilar e João Balula. No Palco do Teatro Ica Pires
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2 comentários:
O comentário foi excluído por razões éticas. No mesmo, havia palavrões que atingia a moral da artista cajazeirense.
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