Primeiro single do grupo antecipa lançamento
de DVD experimental
Na história recente das artes
plásticas em Cajazeiras, nenhum outro nome apareceu com destaque quanto o de
Telma Rolim Cartaxo. Pode até haver outros nomes bem mais atuantes e, com
desenvolturas melhores na produção da arte local. Porém, Telma foi e ainda é
com honras, o que podemos chamar de realce maior das artes visuais do sertão
paraibano. Não só pela sua abnegada determinação em criar condições para a
produção das artes visuais na transitória década de 80, mais também por seu
empenho em outros momentos, em buscar meios que favorecesse o desenvolvimento
dessa linguagem, ou que consolidasse as descobertas de novos talentos e a
posterior divulgação desses novos artistas no acanhado mercado das artes da Paraíba.
Para que seus propósitos fossem referendados pela classe cultural cajazeirense, Telma fez em 1978, o que nem todo ser consciente fazia: trocar o promissor e rendável centro de arte paulistano, por uma, até então aventura arriscada de voltar a sua terra natal para emplacar uma política cultural no campo das artes visuais, num terreno adverso, carente dessa linguagem, porém ainda tímido e pouco produtivo no que concerne a criação artística visual, habituado com o persistente trabalho de Ubiratan Assis e Íracles Pires com as artes cênicas e com outras habilidades artísticas consolidadas na cidade, como foi o caso do movimento musical gerado a partir dos festivais da canção, que revelou talentos como Ba Freyre, Otacílio Trajano, Camilo e Riba, e mais tarde com o cinema, tendo à frente o cineclube Vladimir Carvalho e sua política de valorização do cinema de arte, pouco exibidos nos três cinemas que havia na cidade.
Entretanto, tudo isso foi em vão
quando a saudade de sua terra se juntou com a necessidade de criar uma política
de valorização para produção das artes visuais na cidade de Padre Rolim. E foi
justamente por essa visão que Talma Cartaxo trocou o Sul pelo Nordeste. Já
desembarcou na cidade como curadora do I Salão Oficial de Arte Contemporânea,
um evento que marcaria a definitiva arrancada das artes plásticas no sertão
paraibano.
Com a consolidação do Salão Oficial
de artes, veio logo depois a implantação do Núcleo de Arte Contemporânea (NEC),
órgão vinculado ao instinto Campus V da UFPB. O antigo NEC/UFPB passou a
desenvolve um trabalho focado no incentivo ao desenvolvimento da produção
artística que incluiu as linguagens cênicas, musical, as artes visuais e o
artesanato. Na parte das artes visuais, sobre a responsabilidade de Telma; o
trabalho intenso do ateliê instalado no prédio da antiga FAFIC se concentrou
durante os anos 80, na busca de novos talentos, através de intensivas aulas e
dicas, que a artista dava aos que no ateliê chegavam.
O trabalho de Telma afrente do antigo ateliê do NEC, rendeu frutos e novos artistas plásticos foram surgindo, a exemplo de Marcos Pê, João Braz, Ionas e muitos outros. Com eles vieram as exposições anuais na Biblioteca Pública Municipal Castro Pinto; o primeiro Intercâmbio de artes entre as cidades de Cajazeiras e Campina Grande e a participação de Cajazeiras na I Gincana Cultural Descubra a Paraíba, com os artistas da cidade indo a final numa competição em João Pessoa.