Acorda Cajazeiras!
Prezados senhores e estimados conterrâneos,
Nascemos
e nos criamos numa localidade encravada no alto-sertão da Paraíba, denominada
não por acaso de cidade de Cajazeiras; por ser a nossa terra natal originária
de uma planta que tem como fruto o Cajá, daí a denominação Cajazeiras.
Ou
seja, o que um dia foi um Sítio, Vila e Distrito e depois elevada a condição de
cidade, hoje pode ser considerada uma "Metrópole" se levarmos em
conta que foi criada a região metropolitana da grande Cajazeiras.
Esta
cidade querida e acolhedora, de gente humilde, honesta e trabalhadora, mas que
infelizmente em alguns momentos inerte, passiva, para não dizer acovardada
diante das intempéries, e destruição de forma acintosa e gratuita, no que temos
de mais sagrado o nosso patrimônio.
Falo isto e chamo a atenção e faço um apelo de público, ao IBAMA para lamentar sobre todos os aspectos, a forma truculenta e destruidora e porque não dizer criminosa, de como uma Árvore Cajazeiras, centenária e que fazia parte do patrimônio cultural de nossa cidade e que de forma irresponsável foi sacrificada em nossa terra.
Sobre o pretexto de uma pseudo reforma, que vem se realizando em nosso teatro a empresa responsável pela obra, de forma desrespeitosa com as nossas origens as nossas raízes e toda a cultura e história de um povo, corta pelo tronco uma planta que faz parte de todo um contexto de uma cidade.
E as pessoas assistem a este crime de forma pacífica, indiferente como se nada de anormal tivesse acontecido.
E quando um cidadão qualquer, sem conhecimento de causa, faz uma poda desordenada de um simples pé de xique - xique, logo é punido e multado, pelo IBAMA, quando muitas vezes não dá cadeia, pra quem pratica o chamado Crime Ambiental.
Nada, absolutamente nada contra a reforma que ora se concretiza em nosso Teatro local, apesar dos absurdos e desrespeito cometidos até o momento com a verdadeira história de construção desta casa de espetáculos, desde as lutas empreendidas até a sua consecução no seu projeto original. Hoje com a reforma toda a sua verdadeira história jogada no lixo.
E como se não bastasse acontece esse golpe de covardia, destruindo as raízes de um povo, fincadas ali, através de uma Árvore que muitas alegrias proporcionou ao nosso povo. E a pergunta que fica no ar, porque todos dormem em berço esplêndido em Cajazeiras, diante de tamanha desgraça.
Por muito menos Dr. Epitácio Leite Rolim não fora apedrejado, quando tomou a decisão histórica de destruir a velha ponte do Açude Grande, que ameaçava toda a cidade, hoje qualquer forasteiro chega em nossa terra, assassina uma Arvore que faz parte do nosso acervo cultural e ninguém diz ou faz nada.
Acorda Cajazeiras! Onde estão os nossos ambientalistas, artistas, autoridades constituídas, gente da minha terra. Até quando vai se permitir que Cajazeiras vire a cidade do já teve.
Sales Fernandes
Jornalista e Radialista
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