Informações Importantes Sobre o Jornal Oficial do Município de Cajazeiras
por Francisco Frassales Cartaxo
Nova Era é o
nome do jornal oficial do município de Cajazeiras. Criado pela lei municipal nº
617, de 30 de janeiro de 1977, como veículo impresso “destinado a publicações
periódicas de Atos do Poder Executivo Municipal Cajazeirense e de outras
comunas, bem como assuntos de interesse da coletividade.” Assim diz a lei, cuja
iniciativa foi do prefeito Antônio Quirino de Moura.
O nome, Nova
Era, nasceu de sugestão do ex-prefeito Celso Matos Rolim. A lei é
assinada, também, pelo bacharel Heraldo Maciel Braga, um discreto servidor
público, eficiente e correto, hoje aposentado. Instituído por Quirino em
janeiro, no entanto só começou a circular em 17 de setembro de 1977, na gestão
de Francisco Matias Rolim, eleito prefeito pela segunda vez em 1976.
O jornal Nova
Era tinha o propósito de “circular quinzenalmente”. Ficou na intenção. Saia ao
sabor da vontade do prefeito, não apenas com atos formais de divulgação
obrigatória: leis, decretos, resoluções, editais, avisos, comunicados etc.
Funciona também como meio de propaganda da administração e do gestor. Igual a
muitos congêneres. Os primeiros números não exibiam maiores atrativos visuais
ou de conteúdo. Com o passar do tempo, porém, as matérias começam a deslizar
para a fronteira entre o legal e o irregular em face da legislação restritiva à
personificação das ações com recursos públicos.
Na época de
Chico Rolim, o Nova Era viveu um de seus momentos mais importantes, graças a
colaboração do professor Antônio de Souza, instado a escrever textos sobre a
vida política, administrativa, social, religiosa do município, sempre com sua
inegável seriedade. Antônio de Souza, que nos anos de 1920 mantivera o jornal O
Sport, produziu para o Nova Era matérias relevantes, ora sob o pseudônimo de
Estephanio, ora de Fernando Fernandes.
Os assuntos por ele abordados eram de
grande significação, vistos hoje de uma perspectiva histórica. Assim, de
periódico burocrático, de leitura monótona, o impresso da prefeitura passou a
divulgar informações e comentários úteis à comunidade cajazeirense, com a
chancela de quem se credenciara, como professor, funcionário público, político
e jornalista, para falar de episódios e personalidades fundamentais da nossa
história.
O privilégio de contar com Antônio de Souza no jornal oficial do
município ocorreu enquanto Chico Rolim governou Cajazeiras, e teve o apoio
entusiasta de Marcos Pereira, então secretário do planejamento. Sem dúvida, o
jornal Nova Era, com as características agora realçadas, prestou à história de
Cajazeiras um serviço inestimável, além de economizar parcos recursos do
município, pressuposto da sua criação.
O jornal
viveu diferentes fases, amoldando-se ao espírito e às inclinações do ocupante
da chefia do executivo cajazeirense. Na gestão de José Nello Rodrigues, por
exemplo, o Nova Era ficou mais leve, de formato atraente, talvez mais
profissional em seus padrões jornalísticos, mais parecido com peças de
marketing político. Cometeu, porém, um equívoco lastimável ao interromper a
sequência numérica que deveria ser permanente como sucede com os jornais
oficiais.
Em lugar do número puro e simples do exemplar, seguido do usual dia,
mês e ano, passou a identificá-lo a cada ano, quebrando o sentido de órgão
republicano. Assim agindo, deram-lhe dimensão anual, um passo, portanto, para
vincular o jornal ao governo eventual e não ao município, instância
constitucional da federação.
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