Capa do romance Joana dos Santos
do escritor cajazeirense Ivan Bichara Sobreira
O livro editado em 1995, pela a editora Bertrand Brasil S.A. conta a história de Joana dos Santos, nome da heroína e personagem-título do romance. Ela representa a imagem da menina adolescente criada no meio rural, recatada e temente a Deus. Esta fé, no entanto, é abalada pela morte do pai, de forma violenta e injusta.
Época do arbítrio contra todo e qualquer direito, Arthur Bernardes governava o país. Tempo da Coluna Prestes, que percorre o Brasil numa marcha épica, conclamando os brasileiros a lutar contra os desmandos e prepotência do presidente em exercício.
Joana fica sob a proteção dos "revoltosos", que a acolhem e protegem. Jovem, bela, em pleno desabrochar da vida, enamora-se de um dos integrantes da coluna. Breve interregno de amor e paz.
Mas eram tempos difíceis. No Nordeste, onde se desenrola a história, mais do que em qualquer outra parte, o colapso da autoridade favorecia toda sorte de desmandos e as pessoas viviam se prevenindo contra toda forma de opressão.
É num desses momentos dramáticos que Joana defronta bandidos dispostos a tudo, fugindo e buscando refúgio numa fazenda de onde se torna agregada. De imediato, a todos conquista.
A partir de então, sua existência passa a ser menos atormentada e seus pensamentos vivem centrados no reencontro do único e verdadeiro amor de sua vida: o Ex-seminarista, de quem se tornou noiva em situação imprevista.
O quadro histórico que se esboça da época inclui nomes de preeminentes brasileiros integrantes da Coluna Prestes, lembrados com respeito e admiração, a figura mitológica do padre Cícero, os cangaceiros, espalhado horror e morte, e um encontro com o legendário Virgulino Ferreira da Silva, o famoso Lampião.
A história é cativante e prende da primeira à última página. Os personagens estão bem vivos em seus contornos, e o flashback se mistura com a narrativa presente sinalizando o futuro.
O desfecho surpreende e é de grande impacto, deixando em quem lê a idéia de um Autor de extraordinário poder criativo, comprovando a extrema maturidade de sua obra.
A Coluna Prestes passou pela Vila de Piancó, a Paraíba, no dia 9 de fevereiro de 1926, às 7 horas da manhã. Tinha o objetivo de abastecer-se de gêneros alimentícios para a marcha direta até o rio São Francisco. Para defender a vila, contava-se com trinta soldados e igual número paisanos, estes liderados pelo padre Aristides Ferreira da Cruz, de ex-deputado estadual, ex-vigário e chefe político influente na região sertaneja.
Os "revolucionários" foram surpreendidos, na rua larga, pelas balas disparadas da cadeia pública e de algumas residências. A surpresa da reação local, segundo relato de escrivão da Campanha, se deveu ao fato e que cobriam a frente das casas, simbolizando a paz, panos e bandeiras brancas.
Morreram, nesse primeiro choque, um sargento e seis soldados. Indignados, os soldados recolheram os corpos e, quando retornaram, portavam metralhadoras. A polícia retirou-se, em seguida. Restou, ainda, como único ponto de resistência, o "sobrado" do padre Aristides. Foi este cercado e incendiado, depois de algum tempo, por latas de gasolina.
O padre e seus amigos, ao se entregarem, foram amarrados e fuzilados na frente da casa, jogados seus corpos numa vala aberta perto da calçada. Depois, fugindo da conduta normal que vinham mantendo, os rebeldes rasgaram com facões e baionetas os prisioneiros executados. O corpo do padre era o alvo predileto. Joana dos Santos se desenrola nesse tempo e à sombra dessa maldição.
Sinopse do Romance
A Coluna Prestes passou pela Vila de Piancó, a Paraíba, no dia 9 de fevereiro de 1926, às 7 horas da manhã. Tinha o objetivo de abastecer-se de gêneros alimentícios para a marcha direta até o rio São Francisco. Para defender a vila, contava-se com trinta soldados e igual número paisanos, estes liderados pelo padre Aristides Ferreira da Cruz, de ex-deputado estadual, ex-vigário e chefe político influente na região sertaneja.
Os "revolucionários" foram surpreendidos, na rua larga, pelas balas disparadas da cadeia pública e de algumas residências. A surpresa da reação local, segundo relato de escrivão da Campanha, se deveu ao fato e que cobriam a frente das casas, simbolizando a paz, panos e bandeiras brancas.
Morreram, nesse primeiro choque, um sargento e seis soldados. Indignados, os soldados recolheram os corpos e, quando retornaram, portavam metralhadoras. A polícia retirou-se, em seguida. Restou, ainda, como único ponto de resistência, o "sobrado" do padre Aristides. Foi este cercado e incendiado, depois de algum tempo, por latas de gasolina.
O padre e seus amigos, ao se entregarem, foram amarrados e fuzilados na frente da casa, jogados seus corpos numa vala aberta perto da calçada. Depois, fugindo da conduta normal que vinham mantendo, os rebeldes rasgaram com facões e baionetas os prisioneiros executados. O corpo do padre era o alvo predileto. Joana dos Santos se desenrola nesse tempo e à sombra dessa maldição.
fonte:
SOBREIRA, Ivan Bichara. Joana dos Santos: Romance, Editora Bertrand Brasil, Rio de Janeiro, 1995.
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