Novo curta-metragem de Bertrand Lira traz as inquietações e rotina de quem vive isolado
Audaci Júnior para o Jornal da Paraíba
Um curta-metragem silencioso e
intimista, gravado no isolamento do interior da Paraíba, mais
especificamente na cidade do Congo, no Cariri. Esse foi o abrigo que o
premiado documentarista Bertrand Lira se refugiou para realizar sua
primeira obra de ficção, que tem previsão de lançamento para o começo
de junho.
A Poeira dos Pequenos Segredos é baseado no conto homônimo do livro Inventário de Pequenas Paixões (2000), do paraibano Geraldo Maciel, morto há dois anos. "Eu sempre quis fazer ficção, mas tinha dificuldades porque a minha formação foi toda voltada para o cinema documental desde o ingresso no curso de Comunicação Social", conta.
O Congo – que fomenta as produções interioranas com seu festival audiovisual anual – não foi a primeira opção de Bertrand para alocar seu curta. "Vi locações em Nazarezinho e pesquisei em Cajazeiras, mas não as visitei. Falei com (o realizador congolense) José Dhiones e ele me enviou fotos de uma casa isolada num pequeno sítio. Gostei e fomos solicitar o apoio da Prefeitura Municipal do Congo, que foi muito receptiva ao projeto."
A produção se foca na angústia de um homem, Santiago (Nanego Lira), que vive seu cotidiano isolado em sua pequena casa no meio do nada. Seguindo os ciganos mundo afora, que de tempos em tempos passam por suas terras, a volta do exílio traz sossego a ele e a sua mulher Otília (Verônica de Sousa) por alguns dias, mas a rotina do cotidiano os inunda de aflição e inquietude.
O curta, patrocinado pelo Fundo Municipal de Cultura (FMC), tem fotografia de João Carlos Beltrão, produção executiva de Heleno Bernardo, som de Bruno de Salles, desenho de som da Débora Opolski e edição e finalização de Ely Marques. Na equipe, Bertrand teve a consultoria da adaptação de Di Moretti, roteirista paulista de longas como Cabra Cega e Filhas do Vento.
Para Nanego Lira, irmão do diretor e protagonista, o primeiro passo para compor Santiago foi buscar pontos de semelhança entre o ator e personagem. "É Nanego que está ali, não tem o que inventar", ressalta. "Como é que eu percebo aquela vida, como me relaciono com aquele cotidiano. No caso de A Poeira dos Pequenos Segredos, é uma relação silenciosa, não há diálogos. A comunicação acontece através do olhar, de pequenos gestos e movimentos, tudo mínimo."
O casal de atores já viveu como marido e mulher, mas em outra ficção: O Grão (2007), do cearense Petrus Cariry. "O mergulho dela chama o mergulho do outro. É muito bom", garante Nanego.
A Poeira dos Pequenos Segredos é baseado no conto homônimo do livro Inventário de Pequenas Paixões (2000), do paraibano Geraldo Maciel, morto há dois anos. "Eu sempre quis fazer ficção, mas tinha dificuldades porque a minha formação foi toda voltada para o cinema documental desde o ingresso no curso de Comunicação Social", conta.
O Congo – que fomenta as produções interioranas com seu festival audiovisual anual – não foi a primeira opção de Bertrand para alocar seu curta. "Vi locações em Nazarezinho e pesquisei em Cajazeiras, mas não as visitei. Falei com (o realizador congolense) José Dhiones e ele me enviou fotos de uma casa isolada num pequeno sítio. Gostei e fomos solicitar o apoio da Prefeitura Municipal do Congo, que foi muito receptiva ao projeto."
A produção se foca na angústia de um homem, Santiago (Nanego Lira), que vive seu cotidiano isolado em sua pequena casa no meio do nada. Seguindo os ciganos mundo afora, que de tempos em tempos passam por suas terras, a volta do exílio traz sossego a ele e a sua mulher Otília (Verônica de Sousa) por alguns dias, mas a rotina do cotidiano os inunda de aflição e inquietude.
O curta, patrocinado pelo Fundo Municipal de Cultura (FMC), tem fotografia de João Carlos Beltrão, produção executiva de Heleno Bernardo, som de Bruno de Salles, desenho de som da Débora Opolski e edição e finalização de Ely Marques. Na equipe, Bertrand teve a consultoria da adaptação de Di Moretti, roteirista paulista de longas como Cabra Cega e Filhas do Vento.
Tudo mínimo
"A minha personagem é uma mulher que leva uma vida doméstica, vivendo o
conflito de aceitar ou não as fugas do marido", descreve a atriz
Verônica de Sousa. "O processo de 'mergulho' no personagem começou
mesmo quando cheguei à locação. A solidão do lugar era contagiante." Para Nanego Lira, irmão do diretor e protagonista, o primeiro passo para compor Santiago foi buscar pontos de semelhança entre o ator e personagem. "É Nanego que está ali, não tem o que inventar", ressalta. "Como é que eu percebo aquela vida, como me relaciono com aquele cotidiano. No caso de A Poeira dos Pequenos Segredos, é uma relação silenciosa, não há diálogos. A comunicação acontece através do olhar, de pequenos gestos e movimentos, tudo mínimo."
O casal de atores já viveu como marido e mulher, mas em outra ficção: O Grão (2007), do cearense Petrus Cariry. "O mergulho dela chama o mergulho do outro. É muito bom", garante Nanego.
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