O artista "Modesto Maciel" em seu atelier |
Natural de Cajazeiras, filho do carpinteiro José Alexandre Ferreira (Zezinho) e da costureira Sofia Maciel Rolim (Louzinha), Modesto Maciel é autodidata. Embora tenha estudado o ensino médio no Colégio Diocesano, ele é enfático em dizer que não frequentou a escola primária nos primeiros anos escolares. Estudava em casa.
Certa vez disse que cresceu no meio do artesanato. "Eu ajudava meu pai a fazer os móveis, por que era tudo artesanal" Começou a trabalhar com arte pra valer no final dos anos 60, tendo produzidos algumas telas de características beirando ao surrealismo expressivo, cheio de ornamentos, muitos deles, vinculados ao imaginário coletivo do povo sertanejo; produção essa, exposta em algumas coletivas realizadas na cidade, organizadas através da também artista plástica Talma Cartaxo.
Embora tenha começado produzindo telas, Modesto apostou na produção de esculturas atividade das artes visuais que trabalha até hoje. Multicriativo, o artista também experimentou outras linguagens da arte. Lembrou que se apaixonou pela música desde cedo, e aprendeu suas primeiras notas com o professor do ensino médio, mas enfrentou muitos preconceitos, pois, sua mãe, não queria que seguisse carreira musical, porque era “coisa de bandido”. “Fiz algumas músicas e participei dos festivais Regional da Canção no Sertão, no Cine Apolo XI, de Cajazeiras. Nos anos 70, a cidade respirou cultura. Era muito bom”. Afirmou Modesto Maciel.
Nos anos 70 começou a entalhar e esculpir em madeiras como a umburana branca, mais tarde, o cedro, mogno, peroba e o cravinho, explorando uma temática religiosa, repleta de elementos sacros ligados à cultura regional nordestina, como bem falou certa vez: “procuro valorizar as imagens sacras, sempre apreciadas pelos devotos da fé, esse é o verdadeiro espírito do sertanejo”.
Nos anos 80 Modesto foi convidado por padres italianos ligados à diocese de Cajazeiras para ir a Itália fazer um curso de aperfeiçoamento na arte de esculpir. De volta da Itália depois de ter passados três anos em contato com a arte romana, pisando no solo de Tintoreto e Tiziano, vivenciando as esculturas de artistas geniais como Michelangelo e Bernini, o artista desembarcou em Cajazeiras e instalou uma Escola de Artes Plásticas do interior do Ceará.
Nesse mesmo período, passou a
realizar várias exposições e participar de salões de artes em várias cidades do
Brasil, como também no exterior, sendo premiado
pelo Instituto Ladin Dom B. Brunnel, em Moema na Itália.
Mais recentemente, o artista cajazeirense participou de projetos de incentivo a
arte, patrocinados pelo SESI e de uma mostra - retrospectiva, realizado
pelo NAC - Núcleo de Arte Contemporânea, em João
Pessoa.
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