Catedral de N. S. da Piedade - Foto Galdino Vilante |
................................................................................. por José Antônio de Albuquerque
Tudo começou em 7 de fevereiro de 1767, quando o Governador da
Capitania Jerônimo José de Melo, concedeu uma sesmaria ao pernambucano,
Luis Gomes de Albuquerque, que foi um dos colonizadores da região do
Vale do Rio do Peixe, o qual veio a ser mais tarde avô materno de Padre
Rolim. Nesta sesmaria, posteriormente, ficou encravado o sítio
denominado de Cajazeiras, recebido como dote do casamento de Ana com
Vital, que deu origem a nossa cidade.
No inicio do século XIX, Vital de Sousa Rolim e Ana de Albuquerque,
depois de casados, construíram onde é hoje o atual Cajazeiras Tênis
Clube, a primeira casa de Cajazeiras, dando origem à grande família
cajazeirense: Gomes Lins de Albuquerque - Sousa Rolim Coelho Cartaxo -
Bezerra de Melo.
Ao lado direito da casa, Vital construiu o açude, fator primordial
para o desenvolvimento da comunidade, que foi ampliado, em 1915, ano de
uma grande e terrível seca e em frente à casa da fazenda, ao nascente,
no planalto, do outro lado do Riacho das Cajazeiras, Ana Francisca de
Albuquerque, juntamente com seus escravos construiu uma capelinha
consagrada a Nossa Senhora da Piedade.
Por uma Lei Provincial, assinada pelo Presidente Ambrósio Leitão da
Cunha, datada de 5 de agosto de 1859, a capela feita por Ana, foi
elevada a categoria de Matriz, passando a ser sede Paroquial e em 06 de
janeiro de 1914, o Santo Padre Pio X, cria a Diocese de Cajazeiras e a
Igreja Matriz se torna a Catedral.
Em 1937, sob o comando de Dom João da Mata, foi iniciada a construção
de uma nova Catedral, para no ano de 1957, numa bela cerimônia
acontecer o translado da imagem de Nossa Senhora da Piedade e a
realização das celebrações religiosas sob o comando do primeiro vigário:
Padre Francisco Licarião, para a atual Catedral, que ainda estava por
terminar.
Quando Dom João da Mata idealizou a construção desta igreja, talvez
ele já tenha pensado na possibilidade de um dia ela ter a concessão de
Basílica, tal a sua imponência e beleza e passou a ser, depois de
edificada, sem dúvida, num das mais importantes de todo o Nordeste
Brasileiro e com relação à Paraíba, é indiscutivelmente única e
singular.
Mas o que significa esta concessão? Quais são as prerrogativas e deveres que acompanham este título honorífico? Entre as Igrejas de uma Diocese, tem lugar principal e também maior
dignidade, a Igreja Catedral, na qual é colocada a Cátedra, símbolo do
magistério e do poder do Bispo, Pastor da Diocese e sinal de comunhão
com a Cátedra de Pedro em Roma.
Entre as Igrejas, algumas possuem particular importância quanto à
vida litúrgica e pastoral, podendo ser condecoradas pelo Sumo Pontífice
com o título de Basílica, o que significa vínculo particular com a
Diocese de Roma e o Papa.
E a Catedral de Cajazeiras, pela sua história, vinculada as raízes
religiosas de nosso povo, aqui iniciadas por Mãe Aninha e santamente
terem sido continuadas pelo Padre Rolim, que já passou do tempo de ter
sido contemplado com a honra dos altares, pelo bem que semeou nestas
terras inóspitas dos sertões do nordeste, a cidade de Cajazeiras já
merece ser sede de uma Basílica, que muito nos honraria e seria talvez a
conquista maior dentro das comemorações do Centenário de nossa diocese.
A nossa bela catedral é a expressão mais genuína da fé do povo de
Cajazeiras e esta idéia de concedê-la o titulo de Basílica é partilhada
por pessoas do clero cajazeirense e de outros segmentos católicos de
nosso município.
Não tenho conhecimento dos trâmites que a Santa Sé nos “impõe” para
que sigamos com este desejo e esta idéia, mas acredito ser mais do que
legítimo que o movimento nasça das bases, do povo católico desta terra e
que têm muita admiração e orgulho pelo que existe de mais
representativo de nossa cidade que é a nossa catedral.
Ressalte-se que o nosso bispo, Dom José, vem se dedicando
intensamente para que até o dia da grande celebração do Centenário da
Diocese, sejam concluídas as obras, inclusive os vitrais, para que a
nossa Catedral fique cada vez mais bela e representativa da fé cristã
dos cajazeirenses.
José Antonio - altopiranhas@uol.com.br
Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de
Comunicação
e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.
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