segunda-feira, 9 de abril de 2012

Nas comemorações do Centenário da Diocese de Cajazeiras

Catedral de N. S. da Piedade - Foto Galdino Vilante
................................................................................. por José Antônio de Albuquerque

Tudo começou em 7 de fevereiro de 1767, quando o Governador da Capitania Jerônimo José de Melo, concedeu uma sesmaria ao pernambucano, Luis Gomes de Albuquerque, que foi um dos colonizadores da região do Vale do Rio do Peixe, o qual veio a ser mais tarde avô materno de Padre Rolim. Nesta sesmaria, posteriormente, ficou encravado o sítio denominado de Cajazeiras, recebido como dote do casamento de Ana com Vital, que deu origem a nossa cidade.

No inicio do século XIX, Vital de Sousa Rolim e Ana de Albuquerque, depois de casados, construíram onde é hoje o atual Cajazeiras Tênis Clube, a primeira casa de Cajazeiras, dando origem à grande família cajazeirense: Gomes Lins de Albuquerque - Sousa Rolim Coelho Cartaxo - Bezerra de Melo.

Ao lado direito da casa, Vital construiu o açude, fator primordial para o desenvolvimento da comunidade, que foi ampliado, em 1915, ano de uma grande e terrível seca e em frente à casa da fazenda, ao nascente, no planalto, do outro lado do Riacho das Cajazeiras, Ana Francisca de Albuquerque, juntamente com seus escravos construiu uma capelinha consagrada a Nossa Senhora da Piedade.

Por uma Lei Provincial, assinada pelo Presidente Ambrósio Leitão da Cunha, datada de 5 de agosto de 1859, a capela feita por Ana, foi elevada a categoria de Matriz, passando a ser sede Paroquial e em 06 de janeiro de 1914, o Santo Padre Pio X, cria a Diocese de Cajazeiras e a Igreja Matriz se torna a Catedral.

Em 1937, sob o comando de Dom João da Mata, foi iniciada a construção de uma nova Catedral, para no ano de 1957, numa bela cerimônia acontecer o translado da imagem de Nossa Senhora da Piedade e a realização das celebrações religiosas sob o comando do primeiro vigário: Padre Francisco Licarião, para a atual Catedral, que ainda estava por terminar.

Quando Dom João da Mata idealizou a construção desta igreja, talvez ele já tenha pensado na possibilidade de um dia ela ter a concessão de Basílica, tal a sua imponência e beleza e passou a ser, depois de edificada, sem dúvida, num das mais importantes de todo o Nordeste Brasileiro e com relação à Paraíba, é indiscutivelmente única e singular.

Mas o que significa esta concessão? Quais são as prerrogativas e deveres que acompanham este título honorífico? Entre as Igrejas de uma Diocese, tem lugar principal e também maior dignidade, a Igreja Catedral, na qual é colocada a Cátedra, símbolo do magistério e do poder do Bispo, Pastor da Diocese e sinal de comunhão com a Cátedra de Pedro em Roma.

Entre as Igrejas, algumas possuem particular importância quanto à vida litúrgica e pastoral, podendo ser condecoradas pelo Sumo Pontífice com o título de Basílica, o que significa vínculo particular com a Diocese de Roma e o Papa.

E a Catedral de Cajazeiras, pela sua história, vinculada as raízes religiosas de nosso povo, aqui iniciadas por Mãe Aninha e santamente terem sido continuadas pelo Padre Rolim, que já passou do tempo de ter sido contemplado com a honra dos altares, pelo bem que semeou nestas terras inóspitas dos sertões do nordeste, a cidade de Cajazeiras já merece ser sede de uma Basílica, que muito nos honraria e seria talvez a conquista maior dentro das comemorações do Centenário de nossa diocese.

A nossa bela catedral é a expressão mais genuína da fé do povo de Cajazeiras e esta idéia de concedê-la o titulo de Basílica é partilhada por pessoas do clero cajazeirense e de outros segmentos católicos de nosso município.

Não tenho conhecimento dos trâmites que a Santa Sé nos “impõe” para que sigamos com este desejo e esta idéia, mas acredito ser mais do que legítimo que o movimento nasça das bases, do povo católico desta terra e que têm muita admiração e orgulho pelo que existe de mais representativo de nossa cidade que é a nossa catedral.

Ressalte-se que o nosso bispo, Dom José, vem se dedicando intensamente para que até o dia da grande celebração do Centenário da Diocese, sejam concluídas as obras, inclusive os vitrais, para que a nossa Catedral fique cada vez mais bela e representativa da fé cristã dos cajazeirenses.

José Antonio - altopiranhas@uol.com.br
Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação 
e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.


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