Vídeos do YouTube mostram como era o carnaval do passado na cidade de Cajazeiras. Pelo perfil das imagens gravadas, a festa era dividida entre os bailes nos clubes sociais - com destaque para os dois principais que havia no município: O Cajazeiras Tênis Clube e o Clube 1º de Maio. Além disso, a folia era extensiva ao tradicional Carnaval de Rua.
Nos clubes, eram realizados dois grandes bailes por dia, um pela manhã - matinê direcionada as crianças, que sempre terminava em festa para adultos, já que a frequência dos grandões era bem maior; e outro a noite que rolava a noite toda e ia até o nascer do sol, com os foliões deixando as dependências dos dois sodalícios e indo em forma de cordões até a Avenida Presidente João Pessoa, sempre puxados pelas duas orquestra que animava o baile. Durante a tarde, toda falia se concentrava no centro comercial da cidade, nas avenidas Padre José Tomaz e Presidente João Pessoa.
Como em toda sociedade economicamente ativa, o carnaval antigo de Cajazeiras se caracterizava pela divisão social de seu povo. De um lado o Clube 1º Maio que era um espaço popular, obviamente destinado para um publico social de poder econômico mais baixo, com decoração simples, animado geralmente por charangas improvisadas com alguns instrumentos de sopro e ingresso "barato" que facilitava o acesso de todos.
Por outro lado, o Tênis Clube - Clube destinado à elite, que durante os bailes o ingresso era "caro", a decoração era luxuoso e as orquestras que animavam a festa eram as melhores da região - Como, por exemplo, a Orquestra Chaverom do maestro Zeilton Trajano. O curioso de tudo isso é que durante as tardes, pobres e ricos; pretos e brancos; feios e bonitos se emaranhavam entre confetes e serpentinas; suor e cerveja; aguardente e zinebra gato e, se misturavam em meio ao "Pó e água" e o alumbramento da “lança-perfume” do Carnaval Mela-Mela da Av. Presidente João Pessoa.
Era assim o nosso carnaval de rua! Um
momento em que as diferenças eram esquecidas e todos se viam em formato igual. Cara a cara; peito a peito; pé em cima, pé em baixo. Mostrando
que a festa acontecia sem a presença de qualquer preconceito. Sem nenhum pudor,
vergonha ou diferenças sociais.
Cleudimar Ferreira
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