por Cleudimar Ferreira
Bizé Bandeira ao lado de amigos, mostra a sua grande safra. (foto: acervo da familia)
Nos
tempos do algodão - período farto e sobrepujante da economia regional
nordestina, o interior sertanejo assistiu o crescimento assustador de vilas e
povoados, que mesmo esquecidos pelo poder público, se transformaram da noite
para o dia em progressivas cidades industrializadas - conforme os padrões
socioeconômicos da época. Espaço de um tempo em que muitos viram surgir também
pelo interior do Nordeste, empresas de porte médio de beneficiamento e
prensagem do algodão.
A
ascensão dessa cultura algodoeira de outrora, veio contribuir para o
aparecimento de grandes magnatas do algodão, como foi o caso do Sr. André
Gadelha em Souza e o patriarca da família Abrantes em Cajazeiras. Esses
senhores - muitos deles coronéis e agropecuaristas a exemplo de Bizê Bandeira,
que a foto acima mostra, fizeram fortunas, esbanjaram poderes, mandaram e
desmandaram nas decisões políticas de suas cidades; se elegeram vereadores,
prefeitos e até deputados estaduais e federais.
Com
tanto poder assim, passaram a receber isenção de impostos do governo federal, e
investiram maciçamente em instalações de usinas de descaroçamento e extração do
óleo do algodão. Um exemplo disso foi à firma J. Matos e Cia, instalada em
Cajazeiras no final da década de 20 - entre 1928 a 1929, pelo coronel Joaquim
Matos.
A
Usina Santa Cecília - como era conhecida, era uma fábrica moderna que chegou a
exportar fardos de algodão e seus subprodutos para países importantes como:
França, Alemanha, Inglaterra e Dinamarca. O dinheiro europeu chegava a
Cajazeiras pela linha do trem, que passava quase na calçada da usina, depois
era trocado pela moeda brasileira em bancos de Fortaleza.
Os
documentários, "O País de São Saruê" de Wladimir Carvalho e "O
que eu conto do sertão é isso" de Romero Rodrigues, fazem uma abordagem do
início da industrialização, progresso e queda da comercialização do algodão na
Paraíba.
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LEITURA DAS IMAGENS:
Foto 01. Bizé Bandeira ao lado de amigos, mostra a sua grande safra. (foto: acervo da familia).
Foto 02. Hoje, onde era a Usina Stª Cecília é uma unidade do Atacadão Rio do Peixe.
Foto 03. Antiga Usina de Algodão da Firma Anderson Cleyton e Cia Ltda.
Foto 04. Outro ângulo da antiga Usina Stª Cecília é uma unidade do Atacadão Rio do Peixe.
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