sábado, 6 de novembro de 2010

Cineclube Wladimir Carvalho I



Em 1979, o jornal oficial A União, publicava uma pequena matéria produzida na sua sucursal de Cajazeiras, anunciando a reabertura do Cineclube Wladimir Carvalho. Como se vê na imagem acima, a nota veiculada no jornal não traz os nomes, mas a tentativa de soerguer a entidade partiu dos irmãos Eugênio e Petrus Alencar juntamente com Cleudimar Ferreira, todos ex-sócio do cineclube. 

Foi feito um levantamento do número de sócios que existia e um respectivo recadastramento dos mesmos, além disso, foi aberto inscrições para novos filiados. Para marcar a reabertura, novos filmes de arte foram alugados em uma distribuidora no Recife.

Em uma parceria feita com um Instituto Cultural Alemã, foram adquiridos vários documentários produzidos pelo cinema daquele país, além de dois projetores de 16mim. Foi doada pelo documentarista campinense Romero Azevedo, uma cópia do documentário "O que eu conto do sertão é isso". 

Apesar de tanto esforço feito, veio à crise do cinema nacional na metade dos anos 80 e anos 90, que culminou com o fechamento dos cinemas da cidade - Cine Éden, Pax e Apolo XI. A inércia que atingiu a indústria de filmes no Brasil, contribuiu para o esfacelamento do movimento cineclubista no país, principalmente o nordestino. O cineclube de Cajazeiras não suportando o estado letárgico da produção nacional, teve um fim parecido com o três cinemas da cidade, encerrou as suas atividades.

Ai vem uma pergunta: onde está o pequeno patrimônio do cineclube? Isto é, os dois projetores de 16 mim, os filmes e uma tela de exibição? Não sendo tão irônico, o aparecimento desse material talvez não tivesse tanta importância assim, haja visto que o tempo é outro, novas mídias estão ai, facilitando a vida de quem faz hoje a atividade que o cineclube fazia no passado.

Seria bom pra juventude cajazeirense, que gosta de cinema, que vive o vislumbramento do mundo digital, onde se faz documentário até com o celular, que Cineclube Wladimir Carvalho e o movimento cineclubista da cidade, que viveu no passado o seu fervor, fossem ressuscitados. Afinal, fazer cinema hoje não é tão caro assim. Como dizia Glauber Rocha, basta ter "uma ideia na cabeça e uma câmera na mão" e um computador com um programa de edição de imagens em casa.

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Cartaz do Doc. "O que eu conto do sertão é isso".






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