sábado, 23 de janeiro de 2010

Quem vai abrir o Cineclube Wladimir Carvalho?

por Cleudimar Ferrira

Identidade do Sócio Contribuinte do Cineclube Wladimir Carvalho


Se o Cineclube Wladimir Carvalho estivesse ainda com as suas atividades em movimento, estaria completando este ano 34 anos de fundação. Criado em 1976, por jornalistas e intelectuais cajazeirenses, como: Marcos Luiz, Ubiratan di Assis, Waliomar Rolim, Nonato Guedes e outros seguimentos da vanguarda cultural de Cajazeiras nesse tempo, o cineclube foi uma opção na época, para quem gostava de filmes com um conteúdo mais profundo e questionador, diferente daqueles que rolava na programação dos cinemas da cidade - vide os Cines Éden, Pax e Apolo XI, que praticamente só exibiam filmes de bang bang e as pornochanchadas produzidas com opoio e, em certos casos, com fomento patrocinado pela Embrafilme. 

As sessões do Cineclube Wladimir Carvalho aconteciam sempre às sextas-feiras, na biblioteca pública da cidade, onde após as exibições, o público presente participava ativamente dos debates que no local eram realizados. Ele, sem dúvida, foi durante um bom tempo, o responsável pelo desenvolvimento cultural cinematográfico da região - embora não tenha construído um patrimônio que lhe desse aval para voar mais alto e que assegurasse a continuidade dos trabalhos que vinham sendo realizados até a metade do ano de 1977, quando definitivamente paralisou as suas atividades. 

Em 1979, antigos sócios, reabriram o referido cineclube. A rentrée do cineclube para o público apaixonado por cinema de arte em Cajazeiras, teve a colaboração significativa do Instituto Goethe do Recife, que doou dois projetos de 16mm e colocou à disposição do cineclube, como empréstimo, vários documentários com temas variados sobre a cultura alemã. Pela primeira vez o cineclube, passou a ter um patrimônio, os dois projetos, essenciais paras exibições dos filmes     

A reabertura oficial do cineclube Wladimir Carvalho, aconteceu com a exibição do Filme: "O estranho Caminho de São Tiago", (Lá Voie Lactée - título original do filme), do diretor espanhol Luiz Buñuel, adquirido em uma distribuidora de cinema no Recife. Depois vieram as inúmeras exibições do documentário "O que eu conto do sertão é isso", dirigido por José Umbelino Brasil e Romero Azevedo, (que tratava das questões fundiárias no sertão da Paraíba), cujas exibições, na maioria, foram realizadas nas associações de bairros, sindicatos rurais e escolas da periferia de Cajazeiras.  

Nos dias de hoje, com a inclusão da tecnologia digital, com uma maior abertura da produção audiovisual no país e com vários festivais de cinemas acontecendo por aí a fora, o soerguimento do Wladimir Carvalho seria a possibilidade para o fomento de uma atividade que no passado fez história na cidade e uma boa contribuição para a movimenta da cultura cinéfila de Cajazeiras.

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Abaixo, cena e cartaz do filme "O Estanho Caminho de São Tiago"









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