sexta-feira, 27 de junho de 2008

Solar Grande Hotel



Cajazeiras anos 30. Bons tempos... Quem viveu nessa época teve o privilégio ver a beleza que era o Solar de Joaquim Costa, onde funcionou por várias décadas o Grande Hotel Cajazeiras. Edificado em 1917, as características de construção do velho sobrado, revelam uma fachada com linhas da arquitetura neoclássica italiana e elementos ornamentais, que lembra a suntuosa art nouveau francesa. Lamentavelmente o hotel que já não existe mais, sofreu duas modificações que descareterizou o seu desenho e linhas. A primeira ocorreu em 1960 por intermédio do seu proprietário, o agroindustrial Tota Assis. A segundo, nos dias atuais, destruiu a fachada para ser transformado em espaços comerciais. É a modernidade atropelando a história. Um precedimento colocado em prática na cidade de Cajazeiras, pelos donos de imoveis antigos existentes na área urbana do municipio.

OPINIÃO
Francelino Soares - para o Gazeta do Alto Piranhas 

Não sabemos como é realmente o relacionamento entre o IPHAEP e o Poder Público Municipal. Mas, bem que a sociedade poderia cobrar a quem de direito a manutenção e conservação dos poucos prédios históricos que ainda insistem em “viver”, embelezando a nossa paisagem urbana. 

Bem sabemos que há “interesses periféricos”, talvez inconciliáveis: proprietários, herdeiros, comerciários e por aí vai… Não custaria, no entanto, que alguém, talvez num esforço hercúleo, pudesse fazer algo pela nossa memória telúrica e afetiva. 

O chamado solar da família de Joaquim Costa permanece em nosso imaginário saudosista, bem ali, próximo de onde funcionaram, um dia, o Hotel Cajazeiras, o Banco do Brasil (hoje estúdio da querida DRC), a agência da Ford (depois, da Volkswagen), esta última capitaneada pelos irmãos Tota e Zé Assis. Depois, Tota Assis passou a residir na Rua Victor Jurema, já próximo do Hospital Regional de Cajazeiras, tendo como vizinhos Vicente Barreto e Otacílio Jurema, figuras que também fazem parte de nossa memória. 

Foram prédios residenciais, porém igualmente históricos que deveriam fazer parte de nossa história. Deixamos registradas, nesta Coluna, as nossas homenagens ao casal Tota Assis e Dona Rosália, que também compuseram o nosso dia a dia, bem como à sua laboriosa prole: Crizantina, Costinha, Severino (Dr. Cartaxo), Alexandre, Maria Clara (Clarinha) e Fátima.



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