domingo, 10 de novembro de 2024

TERRA DA CULTURA: Cajazeiras receberá 2º Festival de Dança Solos, Duos e Trios

 por Bruno Marinho



O festival tem o apoio da Prefeitura Municipal de Cajazeiras, Secretaria de Cultura e o Fundo Municipal de Incentivo à Cultura 2024 (FUMINC).

A cidade de Cajazeiras, Alto Sertão da Paraíba, será palco do 2º Festival de Dança Solos, Duos e Trios. O evento é de caráter competitivo e será realizado no dia 30 de novembro de 2024 no Teatro Ica.

O festival tem o apoio da Prefeitura Municipal de Cajazeiras, Secretaria de Cultura e o Fundo Municipal de Incentivo à Cultura 2024 (FUMINC).

Existirá a modalidade Estilo Livre, que é uma modalidade mista, onde os grupos precisam colocar dentro da sua coreografia dois ou mais estilos de dança para que elas tenham um caráter livre.

A mostra competitiva de Solos, Duos e Trios aceitará trabalhos na modalidade Estilo Livre, onde o participante poderá inscrever diferentes estilos de dança, a exemplo de ballet, jazz, sapateado, dança de rua, contemporâneo, entre outras.

Não haverá pagamento de taxa de inscrição para o 2° Festival de Dança. O período de inscrição está aberto até 24 de novembro de 2024, via internet, através do e-mail grupodrp@gmail.com e/ou pelo WhatsApp (83) 99344-4489.

Premiação

1° Lugar – Troféu e R$ 300,00 (trezentos reais)
Isenção de 100% da taxa de inscrição no 15° FENERD 2024.
Isenção de 100% da taxa de inscrição no 8° Paraíba em Dança 2025.

2° Lugar – Troféu
Isenção de 100% da taxa de inscrição no 15° FENERD 2024.
Isenção de 100% da taxa de inscrição no 8° Paraíba em Dança 2025.

3° Lugar – Troféu
Isenção de 100% da taxa de inscrição no 15° FENERD 2024.
Isenção de 100% da taxa de inscrição no 8° Paraíba em Dança 2025.




fonte: postagem produzida pelo site: https://www.polemicaparaiba.com.br/

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Divulgada a Programação do VII CAJAZEIRATO 2024



Arte e Cultura é o melhor programa que se faz. Vá ao Teatro; leve seus amigos; lotem teatro e 
divirtam-se. O Teatro Ica espera todos de portas abertas.



domingo, 3 de novembro de 2024

ESPETÁCULOS SELECIONADOS PARA VII CAJAZEIRATO

 

Associação Cajazeirense de Teatro (ACATE) divulgou semana passado a lista com os espetáculos que comporão a programação do VII CAJAZEIRATO - Festival Estadual de Teatro em Cajazeiras.

Segundo os organizadores do festival, o objetivo era realizar o evento com dez (10) espetáculos na mostra competitiva e outros, como convidados. Porém, por conta de poucos recursos e falta de apoio financeiro de outros órgãos oficiais da culturais paraibano, a programação foi bastante reduzida para apenas cinco (5) espetáculos.

Que diante disso, para manter a tradição, a ACATE, resolveu realizar o evento com apenas 50% os espetáculos desejados pela equipe de produção do festival. Deixando claro que o VII CAJAZEIRATO, só vai acontecer graças a contrapartida do FUMINC - Fundo Municipal de Incentivo à Cultura de Cajazeiras, que aprovou o projeto,

A versão deste ano 2024 do CAJAZEIRATO, inscreveu vinte e dois (22) espetáculos para a mostra competitiva de várias regiões da Paraíba. Deste percentual de inscrito, a comissão de seleção, escolheu cinco (5) espetáculos para compor a programação.

Em postagem divulgada nas redes sociais, os organizadores do VII CAJAZEIRATO, pede desculpas aos demais grupos que não foram selecionados, e ao tempo, deseja aos que foram incluídos na programação, dando as boas-vindas à terra da cultura

O festival, acontecerá em Cajazeiras, entre os dias 16 e 17 desse mês novembro, no palco do Teatro Íracles Pires - Teatro Ica.

Espetáculos

Direção

Cidade

HISTÓRIAS DE LUA E SOL

Vando Farias

Guarabira

BEIÇO DE ESTRADA

Priscila Tavares

Cajazeiras

D'ELARTE

Francisco Rodrigues

Alagoinha

EM ESTADO DE GRAÇA

Frank Burity

Cajazeiras

FRANCISCO ME AMA

Maria Betânia

João Pessoa

A ordem das apresentações, será publicada em breve.




sexta-feira, 1 de novembro de 2024

A CASA DE Nº 50

por José Maria Cavalcanti

foto (não real) meramente ilustrativa da internet


Depois de morar em seis pequenas localidades potiguares, finalmente íamos alcançar a tão sonhada capital, a cidade do sol - Natal.

Seguíamos não só ao encontro de belas praias, com um gostoso clima ameno, de um comércio forte, de boas escolas e faculdades, mas acima de tudo de oportunidades.

De Natal também se falava da sua importância no cenário mundial por ocasião da II guerra. E que o ex-presidente Café Filho e o folclorista Câmara Cascudo, ilustres rio-grandenses, que sempre foram amantes daquela boa terra, posicionavam-se como seus fiéis defensores.

Assim teríamos de nos tornar maiores para fazer parte daquele recanto mais ensolarado do país.

Para lá viajamos, tendo no rosto o vento e na cabeça sonhos que nos impeliam pela 101, a imensa rodovia que liga o Brasil de ponta a ponta.

Quando passamos pela entrada da estrada de Ponta Negra, o cheirinho de mar anunciava a chegada. Estar ali em cima, com apenas onze anos, vendo passar aquelas inúmeras imagens, fazia-me crer estar envolto em um túnel mágico.

Fomos passando pelas montanhas de dunas, área entre o campo de treinamento do Exército e o Campus Universitário, faltando ainda trilhar alguns bairros maiores como o de Lagoa Nova, Tirol, Petrópolis, descer depois a ladeira do Baldo, ganhar a Ribeira e chegar às Rocas.

Para isto, ao chegar no nosso destino, o possante inclinou-se todo na subida da rua mais íngreme do bairro que iria nos abrigar. Ela se localizava quase no topo da ladeira, situada ao lado da escadaria da Igreja São Jorge. E ainda entristecidos pela perda da cidade de Santa Cruz, fomos saudados lá no alto por outra cruz, que nos recebia, agora reluzindo sua luz na espada do santo guerreiro. E um pouco antes de chegarmos ao topo da ladeira, guinamos naquela que seria nossa rua, a contar daquele instante - a São Sebastião - homenagem ao santo mártir dos primórdios cristãos.

Em cima do estradeiro, junto às amarrações superiores que prendiam fortemente a mobília, dava para ver aquela bola linda e alaranjada se debruçando lentamente sobre o Rio Potengi. Era um belo entardecer de dezembro do final do primeiro ano da década de 70, bem no início das comemorações natalinas e de mais uma Festa de Santos Reis, nome de outro bairro limítrofe ao das Rocas.

Sob olhares curiosos, o pesado FNM (fenemê), após os muitos quilômetros de asfalto, depois de rodar por avenidas e ruas natalenses, começou a transitar em marcha reduzida, sobre o paralelepípedo da sinuosa ruazinha que iria ser nosso lar nos próximos anos.

E aquele caminhão de mudanças que ainda povoa nossas mentes, pois estávamos sempre sendo arrancados de um lugar para outro, fazia-nos crer que finalmente iria nos plantar naquele novo endereço, a Casa nº 50.

Tomados por muitas sensações, inclusive ansiedade e dúvida, mal desconfiávamos que ali fôssemos viver momentos ímpares, que iriam influenciar muito em nossas vidas.

Diante do novo lar, após o carro ser detido em sua marcha, fomos conhecer por dentro a nova morada, antes de começar a descarregar tudo. Ainda guardo bem de memória a fachada da casa, pintada na cor salmão. Não era toda chapada, havia recortes rebaixados e desenhados, que a distinguia das demais casas da rua. Havia uma charmosa área coberta na frente, tipo antessala, com parapeito murado, que, através dela, tinha-se acesso à porta principal, e, ao lado, à direita, um pequeno jardim com roseiras, com grades brancas desenhadas sobre um pequeno muro.

Na lateral esquerda, um pouco mais recuada, podia ser vista a garagem, toda fechada com grades altas, na cor branca, à espera de um futuro carro; e, logo após, havia um quarto nos fundos, que seria destinado aos quatro filhos: Francisco, José Maria, José Paulo e João. Este dormitório tinha uma porta que dava acesso a um quintal espaçoso, o qual fazia fundos com os pontos de comércios da Rua São João, a primeira rua do Bairro da Ribeira.

As cinco meninas - Graça, Edite, Lena, Margarida e Rita - ganharam o quarto que tinha vista para o jardim frontal.  Um pouco antes, havia o quarto principal, que era dos meus pais - Cleto e Francisquinha; depois o banheiro e finalmente a cozinha com área de serviço. E o grande quintal, com apenas uma goiabeira e um coqueiro, estava à espera de ciscadeiras, poedeiras e de um galo cantador.

Entramos pela noite a descarregar os móveis e a montar guarda-roupas e camas. Os itens menores já estavam dispostos em seus cantos, faltando os poucos quadros e espelhos de parede. Após duas horas de trabalho e depois do lanche, regado a crush, grapete, pão e mortadela, tudo estava em seus lugares, conforme orientações de nossa mãe.

Com o cansaço da viagem e da arrumação, não tardou para nos recolher, sem haver tempo de fazer os primeiros contatos com aquela vizinhança ávida por informação. Por enquanto, eles teriam que se contentar apenas com o que viram: móveis antigos de bom gosto e um casal na média dos quarenta e poucos anos, com nove filhos.

Mas logo saberiam da filiação daquela prole tão numerosa: Cleto, um pernambucano com 46 anos, funcionário da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. O qual, estando em Recife, trabalhando duro e estudando, aos 28 anos, passou no concurso público da EBCT, sendo designado para assumir uma vaga na cidade de Pau dos Ferros/RN. Dois anos depois, conheceu Francisca, com 23 anos, que trabalhava como professora e também no comércio local. Ela era nascida na cidade paraibana de Cajazeiras, pertencente à família Alves e ele, tendo se apaixonado por aquela beleza morena, casou-se com a cajazeirense em 1956, dando início a incursão de nossa família pelo RN.

Guardo até hoje com muito carinho cada detalhe da nossa chegada ao centro dos acontecimentos sociais e políticos do RN, mas uma imagem não me sai da cabeça: aquele belo pôr do sol que fez questão de ser nosso cartão postal, as nossas boas-vindas a Natal. Tal cenário só podia ser visto em sua plenitude na parte alta do caminhão de transportes. Lá de cima da lona, fui o primeiro a enxergar, por cima das cumeeiras das casas, aquele entardecer inesquecível sobre a água doce do sinuoso rio.




fonte: conto publicado em https://bollog.wordpress.com/contos/

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

AS CRUZES DO MEL

por Francc Neto
POETA, FILÓSOFO, DESIGNER, ARTISTA PLÁSTICO



Naquele tempo, o cenário do Rio Grande do Norte me oferecia a matéria-prima e o silêncio necessário para criar. A Praia do Mel, com seus paredões de barro avermelhado, parecia guardar histórias antigas que sussurravam ao vento. Havia um curral desativado, testemunha de um tempo em que ali se criavam animais. Os murões envelhecidos e os caibros abandonados carregavam em si o peso de dias que passaram, e foi desses materiais que emergiram as oito cruzes.

Talhei com machado cada uma delas, deixando a madeira expor suas rugas, seus sulcos, seus segredos. Não havia verniz para disfarçar o desgaste, tampouco um acabamento que suavizasse a aspereza do tempo. As cruzes se erguiam em formas distorcidas, escapando da rigidez do símbolo religioso, abraçando a irregularidade como uma forma de devoção silenciosa. Em uma delas, quatro cruzes se enlaçavam, formando uma espécie de giral, uma união de dores e memórias, quase uma dança estática.

As esculturas repousaram no quintal de minha casa, como guardiãs de um espaço íntimo, e eu parti em uma viagem. Quando voltei, um mês depois, encontrei apenas o vazio onde antes elas se erguiam. Fiquei sabendo que alguém, ao passar por lá, se perturbou com a presença das cruzes, enxergando nelas algo que lhe causou mal-estar. A ignorância se aliou ao impulso destrutivo, e as esculturas foram danificadas.

Não busquei culpados. A tristeza tomou conta de mim, mas aceitei o destino daquelas peças como uma despedida forçada. Se fosse hoje, certamente não as teriam destruído, pois o tempo concedeu ao meu trabalho o peso que ele não possuía naquela época. Era o início dos anos 90, e eu já sentia que havia conquistado meu vocabulário artístico, moldado a identidade que carregaria em cada fase e proposta.

Essa história repousa na memória como o barro avermelhado da Praia do Mel: um traço firme do passado, uma recordação viva de quando minha arte era ainda mais vulnerável ao toque do mundo. As cruzes não estão mais lá, mas o gesto permanece. Talhado, não apenas na madeira, mas na linha do tempo que segui traçando, sabendo que cada criação carrega em si o risco de ser desfeita.

Praia do Mel, 1991


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quinta-feira, 24 de outubro de 2024

VII CAJAZEIRATO - Festival Estadual de Teatro de Cajazeiras Homenageia Talentos Teatrais


Nos dias 16 e 17 de novembro de 2024, Cajazeiras se transforma no epicentro da cultura paraibana com a realização do VII Cajazeirato, o Festival Estadual de Teatro de Cajazeiras, que homenageia o renomado ator, diretor teatral, cordelista, poeta e músico poli instrumentista WALTHER NUNES.
Idealizado pelo teatrólogo Francisco Hernandez e promovido pela ACATE (Associação Cajazeirense de Teatro), o evento promete ser um marco na celebração das artes cênicas da Paraíba.
Nas edições anteriores do Cajazeirato, diversas personalidades do teatro paraibano foram homenageadas, destacando o papel vital que essas figuras desempenham na cena cultural do estado.
O festival tem como missão reunir teatristas de diferentes regiões da Paraíba, proporcionando um espaço para a troca de experiências, discussão sobre a produção teatral local e a descoberta de novos talentos.
Discussão e Aprendizado
Com um enfoque na produção teatral, o VII Cajazeirato será uma oportunidade única para atores, diretores e apaixonados pelo teatro se reunirem e debaterem temas relevantes.
As oficinas, palestras e apresentações prometem enriquecer o conhecimento e a prática dos participantes, fortalecendo o cenário teatral paraibano.
Apoio à Cultura Local
O festival conta com o patrocínio do FUMINC (Fundo Municipal de Incentivo à Cultura) de Cajazeiras e a parceria com o Teatro Íracles Pires (ICA) e a Associação Afrocultural Igbàdú.
Essa colaboração é essencial para garantir que o evento seja acessível a todos e reflita a diversidade cultural da região.
Prepare-se para o Evento
Os amantes do teatro e a comunidade em geral estão convidados a participar desse grande encontro.
Marque na sua agenda: dias 16 e 17 de novembro de 2024, em Cajazeiras.
Venha celebrar a arte, a cultura e o talento paraibano no VII Cajazeirato, um festival que promete ser inesquecível!
Informações Adicionais:
Fique atento às redes sociais da ACATE e do VII Cajazeirato para novidades sobre a programação e como participar deste evento que valoriza a produção teatral e a cultura da Paraíba.
Não perca a chance de fazer parte dessa festa do teatro!

por Francisco Ernandes



sábado, 12 de outubro de 2024

A INVOLUÇÃO CULTURAL

por Rui Leitão

Armorial Ilariave. Arte Cleudimar Ferreira

O processo de involução cultural na sociedade brasileira tem avançado aceleradamente nos anos recentes. Estamos “glamourizando” a pobreza intelectual e valorizando a alienação, a falta de educação e o negacionismo. Não há mais a compreensão de que a cultura é passaporte para a emancipação de um povo. Não se estimula o encontro com a inteligência criativa. É perceptível o interesse em que percamos a consciência de nossa potencialidade. Só há um caminho para a construção de uma nação, o compromisso do Estado com a educação e a cultura. Lamentavelmente são explícitas as manifestações que demonstram falta de entusiasmo com as políticas culturais.

Estamos ingressando na “era da burrice”. Preponderam as discussões inúteis, agressivas, desprovidas de conteúdo lógico. Mas o exemplo, infelizmente, vem de cima, ao vermos lideranças se orgulhando de produzirem asneiras e recebendo o aplauso e a repetição de suas falas por um público que faz opção pelo fanatismo político. Neurônios acomodados não contribuem para aumentar a nossa capacidade cognitiva. Mas é exatamente essa a estratégia que se pretende aplicar, conduzindo-nos a destinos desastrosos.

Já não causam escândalos ou perplexidades, declarações públicas de figuras proeminentes da nossa vida social, com significados preconceituosos, sexistas, homofóbicos, machistas, anticientíficos. Os ultrarreacionários vêm ganhando espaço na grande mídia, num esforço de convencimento de suas teses perante a opinião pública. A apologia da estupidez feita sem o menor constrangimento. A burrice querendo ganhar status de sabedoria. Os que desprezam a cultura têm fé em si mesmos, são ousados e militantes., mesmo que se apresentem muitas vezes com posturas que desconhecem o senso do ridículo.

A ignorância quando se encastela numa só ideia, procura usufruir de suas próprias certezas. A fome do “regressismo” é incentivada pelos poderosos de plantão. A pregação populista da marcha à ré. Luther King dizia que “nada no mundo é mais perigoso do que a ignorância”. Na base da prepotência e da desinformação adotam técnicas de manipulação de audiências massivas, com o propósito de alcançarem seus objetivos políticos. Uma guerra onde se propõe colocar a verdade como vítima.

Razão e consciência não convivem com a involução cultural. Os promotores desse processo são especialistas em propagandear soluções fáceis para problemas complexos. Até porque não se dão ao trabalho de debater argumentos ou conceitos racionais. Desprezam os fatos para se pautarem em crenças. Aí temos que considerar que querem dar praticidade ao que diria o Rei Lear: “são cegos guiados por loucos rumo ao abismo”.

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