porCleudimar Ferreira
O título original do filme escrito
nessa tabuleta, bem colocada na rua pelo Cine Éden, seria: 'Tea For Two' ou na linguagem pindoramista, ‘Chá Para Dois’.
Protagonizado pela atriz Doris Day, ‘Chá Para Dois’ foi produzido em 1950, ano da invasão da Coreia do Sul pela Coreia do Norte e do anúncio para o mundo do desenvolvimento da bomba de hidrogênio. O filme teve a direção de David Butler, com roteiro escrito por Herry Clork, inspirado no espetáculo No, No,
Nanette.
A película é uma comédia musical,
romântica, ambientada nos Estados Unidos, que conta a história de Nanette Carter, uma herdeira
aficionada por musicais, que é convencida a financiar um show na Broadway. Confiante
no triunfo do espetáculo, o elenco passou a fazer os ensaios na casa de Nanette.
No primeiro dia de ensaio, o
elenco chegou a sua propriedade, mas várias complicações cômicas aconteceram. Uma
delas foi uma aposta que o tio de Nanette havia feito, a qual não conseguiu
vencer. E o pior, um fato inusitado aconteceu nessa história, todo dinheiro que
o tio dela tinha, que também era parte do dinheiro da aposta, o tio perdeu com a
quebra do bolsa de valores.
Procurando uma saída para
evitar o fracasso da produção, uma assistente de Nanette, conseguiu convencer um
advogado a apoiar o show. Com o apoio do advogado, o espetáculo, ‘No, No,
Nanette’, finalmente é realizado e, passou a se tornar um sucesso.
Como se observa, a imagem do
cartaz que foi exposto no início da Praça João Pessoa, não exibiu o nome original do
filme, mas outro nome. Nesse tempo, era comum os filmes produzidos em outros país, entrar
em solo brasileira e as distribuidoras, renomear, dando outro título aos filmes. O
letreiro na tabuleta do Éden não é bem legível, mas dá para ler o que o
letrista escreveu, o que nesse caso, me parece ser ‘Uma pizza para dois’.
O local na Praça João Pessoa
onde o cartaz na foto está, era considerado da década de 50 até a primeira metade dos anos 80, a
porta de entrada do Cine Teatro Éden. Então, era um lugar estratégico, não
desqualificando os outros locais na cidade, usados pelas demais salas de cinema existente em Cajazeiras, como os cines
Pax e Apolo XI.
A praça, como caminho para o tradicional cinema de Cajazeiras, se destacava por ser a princpal artéria de convivencia da cidade; também por ter vários pontos pitorescos, conhecidos e frequentado pela população, a exemplo da Sorveteria Trianon de seu Chatô,
que ficava nesse prédio de 1º andar que a imagem mostra, na esquina da Travessa
Acácio, que dá acesso a Rua Higino Rolim e a Igreja Matriz Nossa Senhora de
Fátima.
Do lado direito da fotografia,
aparece em evidência, o prédio onde funcionou por muito tempo as Casas
Pernambucanas. Na parte de cima das pernambucanas, ficava instalado a
representação do Departamento de Estradas e Rodagem (DER-PB) e na calçada, a
tradicional Banca de Revistas de Diana de Chico Bembem. Logo depois, o Cartório
de Antônio Holanda e em seguida, a agência do Banco da Cooperativa Agrícola.
Por outro lado, as sombras do passado que
a fotografia expõe, tanto do lado esquerdo, quanto do lado direito da principal
praça de Cajazeiras, indicam que no momento do Click, o tempo romantizava, que esse instante aconteceu no período da manhã, aproximando do meio-dia, com nuvens que prenunciava um tempo chuvoso.
Dependendo do dia e
horário, as sombras podiam esconder Jeeps, Caminhonetes, Rurais, Caminhões FNM
e os primeiros carros de passeios - com ênfase, a chegada dos Aero Willys na
cidade. Porém, essas sombras não eram e, nunca foram contratempo, embaraço ou
algo que escondesse o caminho em direção ao Cine Éden, principalmente se a
estrela do filme fosse com Doris Day ou se o tema na fita, em exibição, falasse de
Chá, de Pizza, de Prisma, Pássaros ou coisa assim. Pois o cinema, nos anos 50, era convidativo e, dependo ou não do que era exibido, o público comparecia, lotando as salas de exibições.
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