segunda-feira, 1 de julho de 2024

Mais uma vez, o pão de Saóra é lembrado em postagem na internet

por Cleudimar Ferreira

As imagens (remotas), autênticas, mostra como tudo começou

As fotos que ilustra esse texto, revela como foram os primórdios; o antes e o depois, da panificação em Cajazeiras. O que marcou o pioneirismo dessa atividade na cidade, a importância da destacada chegada, em 1947, de Severino Cabral dos Santos (1918-2004) - seu Saóra, como era chamado, como era conhecido por todos do seu convívio social.

Saóra era natural do município de Teixeira, região sul da Paraíba e, havia começado a trabalhar como padeiro, aos 9 anos, nas padeiras da cidade de Patos, no sertão paraibano. E foi em Patos, de padaria em padaria, que Saóra adquiriu experiência, até chegar a desenvolver uma forma diferente de preparar a massa para fabricação do pão, que mais tarde se tornaria famoso em Cajazeiras.

Isso mesmo! Com sua migração para Cajazeiras, em 1947, talvez nem imaginasse que o seu preparo, se tornasse um sucesso no paladar dos habitantes cajazeirenses, a ponto de atravessar o tempo, passando de gerações em gerações, até chegar à mesa dos consumidores atuais.

A família conta que seu Saóra, ao chegar em Cajazeiras, passou a compartilhar com os padeiros da cidade, dicas e sua experiência na fabricação do pão. “Ele foi ensinar aos padeiros como fazia a fermentação; a trabalhar a massa. Ele levou todo um conhecimento consigo e disseminou, menos a receita do pão dele, risos... Em um mês, ele já conseguiu montar a padaria dele, que chamava de gangorra - nome dado as padarias pequenas no bairro nas Capoeiras”.

A receita que fez com que o pão de Saóra se tornasse uma iguaria preferida no café dos cajazeirenses e cajazeirados, foi a simplicidade de como ele trabalhava a massa. O pão que até hoje agrada seus consumidores, é semelhante ao pão francês, porém com uma ressalva: a massa é mais densa, mais leve, livre de produtos químicos e, processo de fabricação é totalmente manual, ainda assado em forno de lenha, sem nenhum tipo de conservantes, aditivos químicos ou antimofos e outros utilizados na panificação industrial.

“Utilizamos fermento biológico em baixíssima quantidade e a massa passa por aproximadamente cinco horas de descanso para a fermentação” explicou Jana Barbosa, neta do padeiro e gerente da padaria que a família tem em João Pessoa.

Com a sua ascensão e conquista popular do paladar dos cajazeirenses, o pãozinho de Saóra, rompeu fronteiras, o que fez se tornou, em 2021, Patrimônio Cultural Imaterial da Paraíba. Agora bem mais conhecido e famoso, a marca Saóra cativou a família do padeiro a expandir a fabricação do pão em outras paragens, passando a ser fabricado também na capital do Estado - João Pessoa.

Justificando a tradição ou entendendo que a história de seu Saóra e o pão é cultural e, que cultura precisa ser preservada, em Cajazeiras, a padaria ficou sob os cuidados de José de Arimatéia Cabral - Beré e do seu filho Joab, respectivamente, filho e neto de seu Saóra; e a padaria de João Pessoa, sob a responsabilidade de Jana Cabral, também neta do padeiro e filha de José de Arimatéia Cabral - Beré.

Imagens dos dias hoje. Qualidade e sabor do pão de Saóra mantidos

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Fonte: Jana Cabral, filha de Beré e neta de Saóra

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